domingo, dezembro 24, 2006

Uma reflexão de Natal...




Natal,
Natal Cristão.
Se, por um momento,
pudéssemos nos apartar do cotidiano,
dessa distorção maluca
que se tornou a comemoração,
reconheceríamos que o Natal é um tempo de reflexão,
de mudança, de oração íntima, qualquer que esta seja, de introspecção verdadeira.
Lembraremos que o Mundo já era injusto no tempo de Cristo e que, vinte séculos depois,
ainda o é, embora numa roupagem futurista...
Pela iniciativa e descortino de uns poucos, nas ciências, a humanidade evoluiu.
Talvez...
Mas, o individuo,
o ser humano, a grande massa humana continua medíocre,
tacanha, sem largueza de alma,
como
no tempo de Cristo.
Não aprenderam
os ensinamentos fundamentais,
entre os quais, o “livre arbítrio”.
Talvez, o mais importante deles.
A faculdade de decidir por si, de guiar-se, comandar seus próprios atos, ser autêntico, espontâneo, seguir sua vontade, restrito apenas por normas gerais de conduta.
Pobre ser...
É prisioneiro da sua própria ignorância,
causada, na maioria das vezes, pela preguiça, pela falta de vontade própria de evoluir.
O pior cárcere, não é o que aprisiona o corpo. É o que limita a mente e asfixia a alma...

quinta-feira, dezembro 14, 2006

A quem beneficia essa sociedade de órfãos?








À primeira vista e, independentemente do nosso status social, sempre nos parece louvável o estabelecimento de programas de combate à pobreza e à miséria. Infelizmente, a nossa louvação é um grande engano causado, via de regra, pela nossa natural compaixão.

A experiência mundial tem ensinado que os resultados alcançados por programas dessa natureza, instituídos e administrados pelos governos, estão muito longe de alcançar qualquer coisa parecida com os objetivos originais dos idealistas que os vislumbraram. E aqui não estamos especificando a vergonhosa característica brasileira da endêmica corrupção oficial.

O tema, que é de predileção de qualquer político, precisa ser avaliado desapaixonadamente.
Nele, três pontos são essenciais e comuns ao bom senso, além de amparados por uma longa experiência histórica.

O primeiro, relativo a natureza humana, nos ensina que a pobreza só é eliminada, efetivamente, quando as pessoas ajudam a si próprias.

O segundo ponto, aparentemente óbvio, e de contexto macroeconômico, nos ensina que a efetiva eliminação dos bolsões de miséria requer e pressupõe ambientes prósperos e de oferta de bens abundante.

E o terceiro, fruto dos exemplos mundiais, já conclui inúmeras vezes que: nenhum programa governamental eliminou, até hoje, a pobreza.

Com relação ao primeiro aspecto - que certamente merece uma análise específica das motivações do comportamento humano – o bom senso nos indica que o objetivo essencial de um programa antipobreza deveria ser a ênfase educacional e exaustiva para a auto-suficiência das pessoas! Devemos lembrar aqui, uma magnífica frase de Roosevelt perante o Congresso americano, há mais de 60 anos: “A dependência continuada de ajuda induz a uma desintegração moral e espiritual do cidadão e fundamentalmente destrutiva da fibra da Nação...”

O segundo aspecto, fruto da avaliação macroeconômica, nos indica que, quanto mais bens forem produzidos, maiores serão as chances de estendê-los a todos.
Para isso é fundamental o ambiente destinado à criação de empresas e empreendedores... Aliás, esta era uma das principais recomendações do veterano professor John Due, da Universidade de Berkeley, há mais de vinte anos, ao estudar e avaliar a estrutura fiscal dos países em desenvolvimento com o objetivo de propor medidas de combate à pobreza.
A outra recomendação referia-se a taxa de poupança que permitisse uma rápida formação de capital. Desta forma, uma excessiva carga tributária aos setores produtivos da sociedade, como há muito ocorre no Brasil, certamente trás duas conseqüências antagônicas às já antigas recomendações: primeiro, o desestímulo ao ambiente empresarial; e, segundo, a redução da poupança disponível.
Para comprovar essas teses, além dos nossos demagógicos e fracassados exemplos, vamos nos ater ao que ocorreu nos países considerados desenvolvidos:
Nos últimos trinta anos, economia européia, de um modo geral praticante de um generoso sistema assistencial e protetor, manteve uma taxa de desemprego de, pelo menos, o dobro da taxa americana, cuja sociedade vive num ambiente mais livre e com menos interferência governamental. Da mesma forma, a evolução do crescimento dessas nações é amplamente favorável aos E.U.

Isso nos leva a concluir que consciência e preocupação social não são suficientes para produzir “justiça” econômica ou “social”, se quisermos usar o termo predileto dos políticos socialistas. Esta só é alcançada com oportunidade de trabalho e produção. E estes só florescerão se houver ambiente propício para isso.
Sem o surgimento de novos empreendimentos, e sem o fortalecimento das empresas existentes, não haverá crescimento real e conseqüentemente progresso real dos indivíduos.
O que haverá, isto sim, com crescente transferência de recursos do setor produtivo para a burocracia governamental, é o nivelamento por baixo de todos, e a socialização da ineficiência e da miséria!

O terceiro e último aspecto refere-se à administração desses programas pelos governos. Para ficarmos com exemplos estatísticos sérios, vamos citar o que nos dizem dois conhecidos órgãos internacionais:
O Banco Mundial, em mais de um relatório, chegou à amarga conclusão de que apenas uma média de 19% dos recursos originalmente aprovados e destinados a programas sociais chegam aos destinatários!
Já há muitos anos, a Human Events publicou, com o sugestivo título “Para onde vão os bilhões destinados à ajuda”, um estudo de Staton Evans que nos revela dados incríveis, e que ocorreu no próprio Estados Unidos quando políticos, sob a influencia mundial socializante, tentaram implantar um desses programas. Diz ele que entre 1965 – quando se iniciou o chamado programa da “Grande Sociedade” – e 1978 os governos federal, estaduais e as administrações municipais americanas elevaram de 77 para 394 bilhões de dólares os recursos destinados a beneficiar os pobres. Pois bem, isso significou uma elevação de 411% (em dólar) dos recursos, mas o número de pobres no país – segundo as próprias estatísticas oficiais – manteve-se constante, em torno de 2,5 milhões de pessoas!

O fato concreto é que, sob alegação de proteger os pobres, a maior parcela dos recursos acaba sendo destinada ao pagamento da burocracia, dos “assessores”, dos “consultores” e de toda a parafernália política que envolve tais programas. E isto, sem mencionarmos a avassaladora corrupção brasileira.

Os beneficiários, na verdade, são sempre a estrutura político-burocrata que visa em primeiro lugar a ampliação dos seus poderes e sua interferência na vida da sociedade.

A conclusão realista é que os pobres representam um “grande negócio” para a casta de políticos e burocratas que manipulam, sob a égide do Estado - pretensamente neutro e justo - as incríveis somas confiscadas do setor produtivo.

Se isso já ocorreu no mundo desenvolvido, o
que esperar de um País cujos políticos, apesar de saberem disso tudo, insistem nesse desatino malcheiroso?

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Tributo a Milton Friedman



“Não existe almoço grátis” – Milton Friedman (1912-2006)


Faz pouco tempo morreu Milton Friedman, prêmio Nobel de Economia e grande defensor da liberdade.
Num mundo impregnado pela crescente e devastadora intervenção do Estado em quase todos os setores da atividade humana, ele vai fazer muita falta! Na nossa terra de tupiniquins estatizantes, botocudos iletrados, sindicalistas vagabundos e sedentos por cargos públicos, a sua doutrina era mal conhecida, mal vista e mal interpretada.

Mas Friedman desde cedo teve a capacidade de discernir e admirar a grandiosa lógica de “A Riqueza das Nações”, obra fundamental de Adam Smith, especialmente quando o pai da ciência econômica moderna declarou: “Ao perseguir seus próprios interesses, o indivíduo, em geral, promove os da sociedade de um modo mais efetivo do que quando os governos prometem fazê-lo”.

Friedman teve a coragem de defender a importância da estabilidade da moeda, no apogeu das teorias keynesianas, logo após a Segunda Guerra Mundial. Para fazer valer suas teses levou, com suas pesquisas arrojadas, a ciência econômica para o campo dos estudos históricos e empíricos.

Com o livro: “Capitalismo e Liberdade” (University of Chicago Press, 1962), hoje um clássico, desmontou a teoria keynesiana”, defendida pelo “dandy” John Maynard Keynes, que, com sua “Teoria Geral do emprego, do juro e da moeda” levou a Inglaterra (e muitos países que entraram na onda da crescente ingerência governamental na economia) ao desemprego, à imobilidade econômica e à inflação.
Na sua “contra-revolução”, à frente da Escola de Chicago, onde lecionou por mais de 30 anos, o monetarista observou que a provisão de dinheiro era o “fator central de controle no processo de desenvolvimento econômico”. Para ele, as “variações da atividade econômica não se explicam pelas variações de investimentos, mas pelas variações da oferta da moeda”. Para Friedman, as intervenções do Estado na vida econômica de um país podem e devem ser substituídas pelo controle da evolução da massa da moeda em circulação. Quanto menos regulamentação do governo e a introdução de um sistema de auto-regulação dos agentes econômicos – melhor.

Milton Friedman era um homem de baixa estatura e incrivelmente modesto para o seu grau de conhecimento. Foi, entretanto, um analista vigoroso e um debatedor implacável. Na luta contra os postulados de Keynes, que pregava de um modo sedutor a intervenção do Estado por meio de uma política de gastos para fomentar o “pleno emprego”, assumiu uma posição ferozmente antagônica. Para o pai da Escola de Chicago, os gastos do Estado puniam os contribuintes ou eram inflacionários. “A inflação é sempre e em toda parte um fenômeno monetário” – afirmava. “Excesso de papel moeda pode significar escassez de mercadorias e aumento dos preços”. Vale dizer: muita pobreza ou miséria. Sábias palavras!

Na sua dialética, para dar a pancada final na cabeça do intervencionismo keynesiano, Friedman indagava sobre a origem do dinheiro para os gastos governamentais: "se a oferta da moeda permanece constante e o governo gasta dinheiro, alguém deve ter menos dinheiro para gastar. Se o governo toma dinheiro vendendo títulos do Tesouro ao público, elevando as taxas de juros, as empresas não têm condições de competir com o governo e tomar os empréstimos para investimentos."

Nos últimos anos, no combate pela liberdade econômica e política, tornou-se um inimigo frontal da crescente transferência do poder dos Estados e do sistema produtivo para o Estado federal e sua burocracia centralizadora, que, a pretexto de criar “igualdade e segurança”, se esmera no jogo de tirar recursos das forças produtivas para entregá-los às crescentes hordas de parasitas. Então, nas suas palestras e conferências, para deter o avanço incessante dos burocratas e seus projetos daninhos, passou a exigir da opinião pública em geral uma atitude de mudança em favor da maior confiança na iniciativa privada e da cooperação voluntária, como reação às propostas insolventes do coletivismo totalizador.

No plano político, para o mentor da Escola de Chicago a liberdade econômica é a condição básica para a liberdade política: “Ao permitir que as pessoas cooperem entre si, sem a coerção de um centro decisório, a liberdade econômica reduz a área sobre a qual se exerce o poder político. Além disso, ao descentralizar o poder econômico, o sistema de mercado compensa qualquer concentração do poder político que se possa produzir. A combinação, numa só mão, do poder político e econômico é a fórmula segura para se chegar à tirania”.

Ao ganhar o Prêmio Nobel de Economia, em 1976, John Kenneth Galbraith, um defensor do intervencionismo governamental, curvou-se e escreveu: “Ele foi talvez a mais influente figura econômica da segunda metade do século 20”.

Grande Friedman! Que Deus o tenha.



O artigo original é de Ipojuca Pontes, publicado hoje no Midia sem Máscara - foi editado pelo Freeman

domingo, novembro 26, 2006

Reforma do Judiciário? Não interessa!


Aparentemente é muito estranho opor-se a uma reforma do Poder Judiciário no Brasil. Entenda-se por reforma alterações na Constituição e nas leis ordinárias que venham a simplificar o sistema processual e a organização judiciária. Limitando-se a Babel de recursos e as instâncias processuais haveria uma celeridade maior na tramitação dos casos pelos tribunais. Haveria mais segurança jurídica. E, também importante, menos desperdício de dinheiro público. O Judiciário brasileiro é, como diz um velho e sábio professor de Direito, “uma tartaruga dopada em estado de coma”.
Mas a quem não interessa a reforma do Judiciário? Há três categorias de desinteressados: os governantes, os criminosos e os devedores relapsos. Como se sabe, os maiores “clientes” do Judiciário são a União, os estados, os municípios, as autarquias e as empresas públicas. Porque o Estado brasileiro é o maior violador dos direitos de seus cidadãos (até mesmo na Justiça do Trabalho o Estado é réu contumaz!). Com isso, provoca milhões de demandas judiciais. Se acontecer uma bem sucedida reforma do Judiciário, a conseqüência será uma avalanche de condenações contra o Estado. Por exemplo, nos dias de hoje, um contribuinte que tenha recolhido impostos a maior e venha a cobrar de volta o excesso, terá que peregrinar pelos tribunais por, no mínimo, 20 (vinte) anos. Fazendo com que esses processos contra o Estado tramitem mais rapidamente – o que não tem mistério, pois os casos em sua maioria são simples e repetitivos -, mais velozmente ele terá que desembolsar os valores das condenações. Além disso, diante de um Judiciário eficiente, o cidadão-vítima do Estado irá buscar seus direitos com mais freqüência. Ao Presidente da República, aos governadores, prefeitos e presidentes de autarquias e empresas públicas não interessa precipitar tal passivo judicial. Quanto mais lenta andar a Justiça, melhor para eles. A conta gerada pelos disparates administrativos fica assim transferida para o sucessor. Ou, melhor ainda, o cidadão simplesmente desiste de recorrer ao Judiciário e amarga o prejuízo.
Razões semelhantes movem os criminosos. A eles também não interessa um Judiciário célere. Varas criminais entupidas de processos e um sistema recursal arcaico e infindável é a maior garantia para a prescrição. Um bom exemplo de como o atual sistema beneficia os criminosos é o jornalista Pimenta Neves. Homicida confesso, condenado em primeiro grau, ele aguarda o julgamento do recurso em liberdade. Seu processo só entrará na pauta do Tribunal de Justiça em 2013.
Os devedores relapsos (privados) representam a última categoria que têm seus interesses atendidos pelo “status quo”. Para dar um exemplo de como o sistema é caótico, basta citar que uma simples ação de cobrança no estado de São Paulo toma, no mínimo, 10 (dez) anos. O réu, uma vez condenado pelo Tribunal de Justiça a pagar o que deve, pode ainda recorrer ao Superior Tribunal de Justiça e até mesmo ao Supremo Tribunal Federal. Enquanto os recursos para Brasília não são julgados, o credor tem o direito de iniciar a execução provisória. O devedor relapso pode, entretanto, embargar a execução e agravar contra decisões do juiz da execução. O que era um único processo, uma banal ação de cobrança, então se converte em 5 (cinco) processos diferentes, tramitando simultaneamente em 3 instâncias! É o sonho de qualquer devedor relapso.
Há anos se fala em reforma do Judiciário no Brasil. A exemplo das malfadadas reformas tributária, previdenciária e trabalhista, ela não tem a menor perspectiva de se concretizar. Os malfeitores que têm interesse em manter o “status quo” conseguem se mobilizar com muito mais presteza contra os interesses da sociedade. A atitude dos criminosos e devedores relapsos é até compreensível. Eles estão no seu papel antagônico ao do bem comum. Mas assistir aos governantes opondo-se aos cidadãos, que lhes pagam para servi-los, é de um surrealismo inaceitável. Lamentavelmente, a força dessa trinca continuará a vencer a sociedade. Tanto em relação à reforma do Judiciário, quanto em relação às demais reformas.


Notas do Freeman:
1 - Após um mês em "coma político", o Freeman está de volta para azar da quadrilha dos petralhas e dos políticos sanguessugas do Bananão, .
2 - O ótimo e didático artigo é de Cândido Prunes, Vice- Presidente do Instituto Liberal.

domingo, outubro 29, 2006

58 milhões de cúmplices!


O Ali-Babá está reeleito.
Com ele 40 mil parasitas, apoiados por 58 milhões de cúmplices.
Esta é a fotografia do Brasil de hoje.
Não adianta reclamar! É o resultado definido por uma maioria que, de fato, não sabe o que faz. E a maior parte desses é analfabeta funcional. Uns vivem da esmola mínima. Outros, na escala média, acomodam-se no emprego público. Os poucos não analfabetos, mas ideologicamente retardados, mamam em grande escala. Todos nas tetas do Estado. Além disso, o que têm em comum é a desfaçatez de ignorar a podridão oficializada. Têm em comum a relatividade moral; a falta de caráter e o oportunismo como lema, pois muito provavelmente fariam a mesma coisa se estivessem no poder.
O presidente reflete, exatamente, o nível da população que o elegeu.
Como escreveu certa vez o jornalista Ronald de Carvalho:
Temos um presidente ignorante e boçal que sensibiliza o povo com a banalidade de suas tolices. (Boçal, mas mestre no populismo!)
O linguajar chulo e o primarismo da sua lógica são cantados como virtude! Glamurizou-se a estupidez. Festeja-se a estultice. E a esquerda obcecada pelo poder e sonhando com a perpetuidade, extorque o Estado.
Os políticos serão melhores quando as pessoas forem mais educadas. Os homens públicos sairão da lama no dia que o povo aprender a tomar banho e a não jogar lixo na rua.
Pobre Brasil!

quinta-feira, outubro 19, 2006

O preço da covardia será a derrota.


Há dez dias do segundo turno, as pesquisas indicam uma ampliação da vantagem de Lula sobre Alckmin. Por mais que acreditemos que o resultado possa ainda ser revertido, os números não podem ser desprezados.
Apesar do governador ter sobrepujado o seu oponente no primeiro debate, desde então, parece estar patinando por não conseguir responder adequadamente as medíocres pirotecnias eleitoreras do PT.
A falta de convicção sobre os benefícios da privatização parece ser a principal causa da postura defensiva de Alckmin.
Não é possível que tarimbados profissionais de comunicação não enxerguem isso!
Negar privatizações que não se pretente fazer é o óbvio. Principalmente, durante um confronto ideológico e num país que ainda abriga enorme casta de privilegiados burocratas. Mas, não aproveitar a oportunidade para enfatizar os efetivos benefícios já experimentados pelo Brasil, parece covardia eleitoral, além de extrema burrice.
Afastar o Estado da gestão de empresas pela carência de investimentos; pela administração deficiente e, principalmente, pela eliminação da manipulação política, está mais do que provado que é altamente benéfico para qualquer sociedade. Temos exemplos significativos! Basta ver o que eram e o que são hoje as siderúrgicas privatizadas, a Vale do Rio Doce e o sistema de telefonia, tanto em termos de benefícios ao mercado, quanto em qualidade patrimonial das empresas e dos próprios empregados.
Além disso, não estão sendo devidamente valorizadas as iniciativas históricas como a Lei de Responsabilidade Fiscal, o fim da inflação e, ineditamente, a redução de impostos iniciada por Alckmim em S. Paulo! PSDB e PFL parecem menosprezar tudo isso! A campanha parece, agora, querer tirar leite de pedra do já ultra-explorado dossiê Vedoin. E está eivada de generalidades que só cansam o eleitor.
E...não temos escolha, Alckmin pode não ser o candidato ideal, mas é um milhão de vezes melhor do que Lula.
Para mudar a opinião de eleitores semi-analfabetos ligados ao apedeuta, mesmo que só por singela afinidade de origem, é preciso motivação; paixão; mostrar que além de cabra-macho, pode administrar o Brasil beneficiando a população muito mais que as demagógicas bolsas-esmola! É preciso dizer que essa corja do PT pretende realmente manter e ampliar esse tipo de programa assistencial muito mais para manter os seus "currais eleitorais" do que para ajudar o povo! Ajudar o povo é criar empregos, é diminuir a carga tributária, é por bandido na cadeia, é prover o País de boas estradas, ferrovias e demais obras de infra-estrutura! Parece incrível que Alckmim não explore isso!
Infelizmente, isso parece refletir a falta de convicção do governador.
É verdade que não há partido político liberal no Brasil. Uns poucos membros do PFL são liberais, o resto, como a grande maioria da nossa classe política são oportunistas...O PSDB, então, são ainda socialistas (alguns até arrependidos), outros pseudo-liberais envergonhados ainda influenciados pela maciça e falaciosa propaganda da esquerda. Entretanto, por não serem sindicalistas tacanhos e analfabetos, aprenderam com a História e com a prática que, o que funciona, de verdade, quando se deseja eficácia na administração pública é a aplicação dos conceitos liberais.
Além disso, há outros fatos, mais prosaicos, digamos, que certamente influenciariam o eleitor. Segundo o Joelmir Beting, "em pouco mais de 40 meses de governo, o presidente Lula já cometeu 102 viagens pelo mundo. Ou mais de duas por mês. Sem contar, as até aqui, 286 viagens pelo Brasil. Até dia 06 de junho de 2.006, ele completou 397 dias fora do país, desde a posse. E pelo Brasil, no mesmo período, 617 dias fora de Brasília. Total da itinerância presidencial, caso único no mundo e na História: exatos 1.014 dias fora do Palácio, em exatos 1.230 dias de presidência. Equivale a 82,5% do seu mandato fora do seu gabinete. Esta é a defesa da tese de que ele não sabia e nem sabe de nada do que acontece no Palácio do Planalto. Governar ou despachar, nem pensar. O presidente não é, e nem nunca foi, chegado ao batente, ao despacho, ao expediente.
Além disso, a enorme evolução do custo da presidencia da república promovida pelo PT. Dados comparativos indicam que o presidente-operário custa muito mais que as principais monarquias do mundo!
O governador está perdendo uma oportunidade histórica e, com ele os brasileiros decentes, de livrar o Brasil dessa quadrilha de sindicalistas imorais e incapazes que poderão arrastar o Brasil para o fundo do poço das nações.

terça-feira, outubro 17, 2006

Será possível que ninguém se toca?


Estamos vivendo um momento político delicadíssimo. A evolução do País conseguida a duras penas está ameaçada pelo projeto petista de poder. A agenda para melhorar o Brasil é um consenso entre grandes cientistas sociais. Vários prêmios Nobel concordam com os pontos essenciais de nossa reforma política e administrativa, único caminho para o País decolar. Mas, os despreparados sindicalistas e ex-comunas ignorantes têm um programa que nos levará a um retrocesso político trágico. Em pouco tempo, podemos ter a volta da inflação, o caos político e uma ruptura institucional - tudo na contramão da História. Eles prometem medidas que nos conduzirão fatalmente ao atrazo, pelo viés burro do socialismo degradado num populismo estatizante: o lulismo. Enquanto isso, os cidadãos que comeram e estudaram, intelectuais e artistas cultos, os que bebem nos bares e lêem jornal ficam quietos. O Brasil está sendo empurrado para o buraco e ninguém se toca? O que vai acontecer com esse populismo-voluntarista-estatizante é obvio, previsível, é 'be-a-bá' em ciência política. 'Sempre foi assim,' - se consolam os cúmplices da pseudo-intelectualidade festiva.
'Nunca antes', um partido montou um esquema secreto de assalto ao Estado, para fundar um 'outro Estado'. O ladrão tradicional roubava em causa própria e se escondia pelos cantos. Os ladrões desse governo roubam de testa erguida, como em uma 'ação revolucionária'. Fingem-se de democratas para sabotar e apodrecer a democracia por dentro.
Lula topa tudo para ser reeleito. Ele usa os bons resultados da conjuntura e as bases da economia, criadas anteriormente, para fingir que governou. Com cínico descaro, ousa dizer que 'estabilizou' a economia, quando o PT tudo fez para acabar com o Real, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, contra tudo que agora apregoa como atos seus.
Se eleito, as chamadas 'forças populares', que ocupam os 30 mil postos no Estado aparelhado, vão permanecer nas 'boquinhas', através de providências burocráticas de legitimação.
As Agências Reguladoras serão assassinadas. Os sinais estão claros, com várias delas abandonadas e com notícias de que o PMDB já quer diretorias.
O Banco Central perderá qualquer possibilidade de autonomia, como já rosnam os membros do 'Comitê Central' do lulismo. A era da estabilidade será queimada, velho desejo de Dirceu e seus camaradas.
Qualquer privatização será esquecida.
A reforma da Previdência 'não é necessária' - dizem eles -, pois os 'neoliberais exageram muito sobre sua crise', não havendo nenhum 'rombo' no orçamento.
A Lei de Responsabilidade Fiscal será aos poucos desmoralizada por medidas atenuantes.
Os gastos públicos aumentarão pois, como afirmam, 'as despesas de custeio não diminuirão para não prejudicar o funcionamento da máquina pública'. Nossa maior doença - o Estado canceroso - será ignorada.
Voltará a obsessão do 'Controle' sobre a mídia e a cultura, como aconteceu no início do primeiro tempo. Haverá, claro, a obstinada tentativa de desmanchar os escândalos do chamado 'mensalão', desde os dólares na cueca até a morte de Celso Daniel e Toninho do PT, como já insinuam, dizendo que são 'meias-verdades e mentiras, sobre supostos crimes sem comprovação...'.
Leis 'chatas' serão ignoradas, como Lula já faz com a lei que proíbe reforma agrária em terras invadidas ilegalmente, 'esquecendo-a' de propósito. Quanto ao MST, o governo quer mantê-los unidos e fiéis, como uma espécie de 'guarda pretoriana', a vanguarda revolucionária dos 'aiatolás petistas', caso a crise política se agrave. Não duvidem, eles serão os peões de Lula.
Outro dia, no debate, quando o Alckmin contestou Lula ao vivo, ouviu-se um 'ohhhh!....' escandalizado entre eleitores, como se o Alckmin tivesse cometido um sacrilégio. Alckmin apenas atacou a intocabilidade do operário 'puro' e tratou-o como um cidadão como nós, ignorando a aura de 'ungido de Deus' de Lula, que os fanáticos intelectuais lhe pespegaram.
Reagiram como diante de uma heresia, como se Alckmin tivesse negado a virgindade de Nossa Senhora ao lhe perguntar: 'De onde veio o dinheiro?' Agora, sem argumentos diante dos escândalos inegáveis, os lulistas só agem pela Fé.
Lula sempre se disse 'igual' a nós ou ao 'povo', mas sempre do alto de uma 'superioridade' , como se ele estivesse 'fora da política', como se a origem pobre e a ignorância lhe concedessem uma sabedoria maior.
Agressão é o silêncio cínico que ele mantém, desmoralizando as instituições pela defesa obstinada da mentira. Mas, os militantes imaginários que se acham 'amantes do povo' pensam que Lula não precisa dizer a verdade; basta parecer. Alguns até reconhecem os crimes, mas 'mesmo assim', votarão nele. Muitos têm medo de serem chamados de reacionários ou caretas.
Há também os 'latifundiários intelectuais': acadêmicos e pensadores se agarram em seus feudos e não ousam mudá-lo. Uns são benjaminianos, outros marxistas, outros hegelianos, gurus que justificam seus salários e status acadêmico e, por isso, não podem 'esquecer um pouco o que escreveram' para agir. Mudar é trair, para ortodoxos. Ninguém tem peito de admitir a evidência inevitável de que só um 'choque de capitalismo' destruiria nossa paralisia estatal, burocrática e patrimonialista, pois o mito da 'revolução sagrada' é muito forte entre nós. Os intelectuais dissimulados votarão em Lula de novo e dizem que 'sempre foi assim' porque, no duro, eles acham que o lulo-dirceuzismo estava certo sim, e que o PT e sua quadrilha fizeram bem em assaltar o Estado para um 'fim revolucionário'.
Vou guardar este artigo como um registro em cartório.
Não é uma profecia, é o óbvio! É banal, é previsível. Um dia, tirá-lo-ei do bolso e sofrerei a torta vingança de declarar: 'Agora não adianta chorar sobre o chopinho derramado... Eu não disse?...' ?


PS:
1 - Este é um artigo do Jabor, publicado hoje pelo Estadão. Está ligeiramente editado pelo Freeman.
2 - Espero que nem o Jabor, nem nós tenhamos que "sofrer a torta vingança..."
3 - A esperança é a última que morre...apesar dessa oposição de merda e da mediocridade que impera no "Bananão".

quarta-feira, outubro 11, 2006

Adivinhe se puder...








De quem será esta mão?

terça-feira, outubro 03, 2006

O primeiro aniversário...

Ôps! Foi ontem, mas não consegui postar...

No primeiro aniversário deste blog, o que poderia eu desejar?Talvez, imodestamente, algo como: a irreverência e a mordacidade do blog Resistência, e do blog do Jorge Nobre; a grafia do Sombra4; a combatividade da Star, do Nariz Gelado e do Alerta Brasil; a informação do Reinaldo Azevedo; a beleza poética do Abrindo Janelas; a diversidade eclética do blog da Sabedoria; a personalidade do Verbi Gratia; o companheirismo do blog do Aluizio e do Carl; e last, but not least, só a metade da popularidade do blog da Santa...Além disso, se não for pedir muito, (e me desculpando por não ter citado muitos dos incríveis e criativos blogs que visito) , só desejo a multiplicação das amizades virtuais que esses 365 dias proporcionaram...

E...para o nosso País, a velha e honesta receita liberal...
Mas, para isso temos pela frente:


A Tarefa de Isaías

Durante o reinado do rei Uzias, cerca de 740 a.C., o Profeta Isaías foi chamado pelo Senhor para que fizesse uma profecia para o seu povo.
“Diga a eles o que está errado e por quê. E o que lhes acontecerá se não houver uma mudança profunda na sua maneira de agir. Fale francamente. Deixe claro que esta é a última chance. Insista até que eles entendam.”
Compreensivelmente, Isaías ficou apreensivo quando o Senhor acrescentou:
“Devo lhe dizer que isso não adiantará nada. As elites desprezarão as suas advertências, as massas não lhe darão ouvidos e, provavelmente, você terá sorte se conseguir sair disso vivo.”
Quando Isaías perguntou por que deveria se dar ao trabalho de fazer tal profecia, se ninguém lhe daria importância, o Senhor respondeu:
“Existem sempre os Remanescentes que você nem conhece e a respeito de quem você nada sabe. Eles são desorganizados e aparentemente desinteressados. Precisam ser encorajados, porque quando a vaca for para o brejo serão eles que reconstruirão uma nova sociedade e, até que isso ocorra, sua pregação servirá para lhes manter vivo o interesse e a esperança. Sua tarefa é cuidar desses Remanescentes.
Agora saia e dê cabo de sua tarefa!”


Notas do Freeman:
1 - Este epigrama, selecionado para a republicação do meu artigo abaixo, é um fragmento do discurso de Ed Feulner no encerramento da reunião comemorativa do 50º aniversário da Mount Pèlerin Society. Foi extraído de um ensaio de Albert Jay Nock – Isaiah’s Job.

É a minha homenagem a todos os Isaías cibernéticos que, incansavelmente, têm procurado difundir informações e opiniões, na difícil tarefa de reconstruir a ética deste país tão espoliada pela classe política.
2 - Para não desmerecer também o epigrama do blog: "Todas as coisas já foram ditas..." o artigo do Freeman foi publicado em 2 de Outubro de 2005. Infelizmente continua muito atual. Leie aqui.

domingo, outubro 01, 2006

Acorda Brasil!



Os desejos da nossa forma de vida formam uma cadeia cujos elos são a esperança.
(Lucio Anneo Séneca (55 a.C-39)
A foto do amanhecer é do Freeman.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Identificando os Idiotas...


"Eu sou um simpatizante da esquerda por sede de harmonia, de dignidade e de justiça. Mas vejo freqüentemente que é a esquerda que mais ameaça essas coisas que me levaram a me aproximar dela". Caetano Veloso, cantor e compositor.

A pérola acima foi citada em recente entrevista ao jornal Folha de São Paulo e posteriormente reproduzida pela revista Veja. Mas, mesmo que reconheçamos a qualidade artística do Caetano Veloso, essa declaração dá o que pensar...
Poucos se dão conta que é graças à propaganda incessante e mentirosa, que a esquerda insiste na pretensão de deter o monopólio da bondade, da justiça, da dignidade, das boas intenções e tudo mais quanto se refere ao altruísmo, ao desprendimento humano. Quem não pensa pela sua cartilha, ou denuncia a imensa farsa, hipocrisia e inveja contida nos seus ideais igualitários, é taxado de insensível, egoísta, injusto e outros qualificativos não menos infames.

A imagem sedutora da esquerda é tão bem trabalhada (principalmente em relação aos mais jovens, que não dispõem de defesas suficientes contra o insidioso veneno da doutrinação), que os mais embevecidos, como o já sexagenário Caetano Veloso, não obstante sintam que há algo de muito errado e pernicioso no seu interior, recusam-se a largá-la, mesmo depois da adolescência.
Não obstante consigam enxergar os fatos irrefutáveis que a realidade lhes revela, preferem permanecer, mercê de uma singular idiossincrasia, ancorados no porto seguro dos discursos de igualdade e fraternidade. Não querem escutar a voz da razão, mas somente aplacar suas consciências, redimir suas culpas. Ser de esquerda, afinal, parece fazê-los sentir bons e magnânimos.

Esses são os idiotas úteis, os soldados rasos do esquerdismo. O lado, digamos, sincero e bem intencionado dos seguidores dessa doutrina corrupta por natureza.
Entretanto, existe um outro lado da moeda. O lado dos mandarins, dos ideólogos da grande congregação, de gente que não merece outra alcunha senão a de pústulas.

Eles são oportunistas e, sobretudo hipócritas, pois não acreditam no que dizem e não vivem de acordo com o que pregam. Sua meta é o poder a qualquer custo e por qualquer meio. Sempre foi assim, desde Rousseau, Marx, Lênin e todos os outros. É só ler atentamente a História. Suas vidas privadas nunca espelharam aquilo que pregavam.
Quantos desses igualitários de fachada, que cultuam o regime de Cuba e bajulam Fidel Castro, estariam dispostos a largar suas espaçosas mansões, ou seus apartamentos, nos países essencialmente capitalistas, para ir viver no “paraíso” da ilha-cárcere?
Lembram-se de Jean-Paul Sartre? Aquele pseudo-filósofo maluquinho do existencialismo, casado com a não menos famosa cortesã, que propagava os modelos stalinista e maoista como perfeitos, mas que nunca deixaram o conforto dos Champs Elisés...Pois é, como eles existem milhares espalhados pelo mundo, divididos em inúmeras categorias. Hoje, vamos nos ater a dois desses espécimes.

O primeiro tipo vive de cargos públicos e detém vastos privilégios trabalhistas ou polpudas aposentadorias. Seu demagógico discurso é sempre em defesa da re-distribuição de renda e o fim das desigualdades sociais. Sua palavra de ordem é Justiça Social, mesmo que não tenha a mínima noção do que é isso! Defende a ampliação do Estado, pois é onde pode tirar maior proveito da sua incapacidade profissional. Malgrado suas mensagens altruístas e benevolentes, um detalhezinho do seu caráter chama a atenção: nunca, mas nunca mesmo, tente mexer com o que ele chama de “direitos adquiridos” (no mundo real chamamos de privilégios imorais), porque eles viram fera: fazem greve, passeata e quebra-quebra ! São capazes de paralisar suas repartições mesmo que essas sejam responsáveis pelas atividades essenciais do país, a custa de prejuízos incalculáveis para a população e, sem que isso lhes cause qualquer constrangimento. Apesar de serem, em tese, servidores públicos, são arrogantes, insensíveis e sobretudo, colocam seus interesses pessoais muito acima dos da sociedade.

Outro exemplar, não menos famoso e hipócrita, é o dos artistas. Também adoram falar de justiça social, igualdade, direitos humanos, etc. São, com raríssimas exceções, a vanguarda do anti-capitalismo, da anti-globalização, da luta contra o demônio neoliberal. No entanto, quando o assunto é direito autoral, plágio ou pirataria eles dão saltos acrobáticos e berram a plenos pulmões em defesa do direito de propriedade. Seus contratos com editoras, gravadoras e produtoras são elaborados por advogados privados do mais alto gabarito e devem ser cumpridos à risca, sob pena de processos indenizatórios milionários. Ao mesmo tempo, se o assunto é a dívida externa “em poder desses capitalistas nojentos”, não pensam duas vezes antes de mandar as regras contratuais às favas e propor o calote. No interior de suas mansões, a camarilha vive permanentemente protegida por seguranças armados até os dentes, mas, via de regra, desfilam pelas ONGs “da Paz” a favor da proibição do comércio de armas e, não vêem qualquer problema em dar apoio às invasões de terras e a outras propriedades privadas (desde que não sejam as suas) pelo MST et caterva. Afinal, como diz o velho ditado: pimenta nos olhos dos outros é refresco.

É claro que há outros espécimes de esquerdistas mal intencionados escondidos por aí. Costumam ser dissimulados, eu sei, mas não é difícil reconhecê-los. Para os iniciantes, aqui vão algumas dicas que os ajudarão a perceber quando estiverem diante de um:

1 - Compare o seu modo de vida com o discurso. Verá que são antagônicos. Normalmente freqüentam a alta burguesia, mas não se consideram parte dela, aliás falam mal dela;

2 - Verifique se existe algum interesse pessoal por trás de suas bandeiras. Por exemplo, donos de polpudas aposentadorias estatais são adeptos da tese de que não existe déficit na Previdência, sendo tudo parte de algum complô para prejudicar os velhinhos. Outro detalhe, jamais justificam a discrepância entre as aposentadorias públicas e privadas...

3 - Preste bastante atenção como reagem em relação ao sucesso alheio. Sendo, via de regra, invejosos, eles dificilmente aceitam que alguém (especialmente se empresário) possa ser bem sucedido honestamente.

4 - Observe que sempre procuram falar do coletivo, embora, no íntimo, sejam narcisistas e individualistas ao extremo.
Em síntese, procure pela hipocrisia, pelo logro e pela inveja e certamente identificará a fauna esquerdista.


Nota: o artigo original é do João Luiz Mauad, publicado pelo Mídia Sem Máscara em 25/9/06. Esta versão foi editada pelo Freeman.
A foto é do farsante mór, inspirador da esquerda hipócrita.

sábado, setembro 23, 2006

Uma pausa para a alma...


Remember:
Life is not measured by the number of breaths we take, but by the moments that take our breath away.


PS: A frase é atribuida a George Carlin, comediante do anos 70 e 80.
A foto é do Freeman, da série "Um Lago no Céu".

quarta-feira, setembro 20, 2006

Onde está a Justiça neste País?


"O PT chafurda na lama"– é o título do editorial, do jornal “O Estado de S. Paulo”...
A “Folha” publica: "Desmandos Sem Fim", onde resume: “A velocidade com que os escândalos se repetem na política é razão direta da impunidade reinante. O Congresso absolveu os mensaleiros; o PT se esquivou da depuração interna e abençoou os rebentos do valerioduto; Lula fechou-se na posição de quem ignora o que se passa no gabinete ao lado. Vista sob esse ângulo, a desfaçatez dos que ainda ousam carregar malas de dinheiro sujo para comprar delações é só rotina - uma rotina que, se não for extirpada pelas instituições republicanas, vai lançar à vala comum a própria democracia.”

- Que instituições republicanas? Pergunto eu e certamente milhões de brasileiros indignados!
Indignados, mas impotentes, desguarnecidos de qualquer instrumento de reação civilizada!
- Ah! Resta-nos o Judiciário, pensamos...
- Mas onde está o Poder Judiciário?
Como é possível um poder da república omitir-se diante de tanta imundice; diante de tanta desfaçatez?

Já escrevi e vou repetir aqui.
O que se pode esperar da Justiça, no Brasil?
Quanto tempo mais o País terá que aguardar para que a Lei seja aplicada isonomicamente, a todos, inclusive aos membros desses mesmos poderes republicanos?
Será que o Judiciário não entende a importância de uma justiça célere? Que é a ultima Instituição antes da barbárie?
Será que não entende que a cada ato eficaz de justiça, produz-se outro de igual valor, o pedagógico, ou seja: ao julgar delitos em prazos razoavelmente próximos de suas ocorrências, o Judiciário sinaliza à sociedade o caminho em relação à lei e à ordem.
São tantos os recursos protelatórios cabíveis no nosso formalismo jurídico que se podem postergar decisões até que todos esqueçam!
Portanto, podemos afirmar que as omissões e a morosidade do Judiciário, são incentivadores da impunidade, e da quebra moral, no verdadeiro sentido de justiça!
E não é, justamente, a primeira obrigação do Direito alicerçar-se na concordância da lei moral?
Não é ainda, o bem da comunidade a essência para definição da lei?
Quantas vezes preceitos constitucionais são desrespeitados, distorcidos ou simplesmente ignorados quando a vontade política dos dirigentes do Estado se sobrepõe aos da sociedade?
Segundo Montesquieu, o que caracteriza a Democracia é o “espírito” das Leis! É a crença de que prevaleçam os valores fundamentais do homem civilizado. Entre eles, a Liberdade; a Verdade; a Decência...
Na lista dos nossos questionamentos, gostaríamos de lembrar aos digníssimos magistrados (e legisladores) que a essência que define a ordem jurídica de uma Nação é a expressão da vontade coletiva da sua Sociedade.
Serão todos esses abusos, crimes e falcatruas cometidos pelos ocupantes do Executivo e do Legislativo a “expressão da vontade coletiva da sociedade?”
Ora, senhores membros dos tribunais superiores, chega de desculpas! O ministério público federal, e o de outras instancias, vêm acusando formalmente, há anos, inúmeros integrantes dos poderes públicos, mas nada acontece!
Será que o corporativismo entre os poderes e a troca deslavada de favores não cessará neste país?
Será que não romperemos com os ritos, e os formalismos processuais absurdos, sempre embebidos no labirinto das condescendências, das procrastinações?
Será que não veceremos a triste pecha de que o Judiciário foi feito para os réus, para os contraventores da lei? E que temos, na verdade, é um país onde crime e castigo guardam uma relação apenas acidental, o que leva, obviamente, os criminosos a se tornarem cada vez mais auto-confiantes e os cidadãos desnorteados e ao desalento.

É chegada a hora do Poder Judiciário manifestar-se formalmente! Se apressar em responder aos anseios da sociedade, antes que seja tarde!
A História passará a registrar não só a ineficácia da Justiça brasileira, como também a responsabilizará por não cumprir o seu papel maior de defender a integridade das Instituições e de proteger a própria Democracia.


Nota do Freeman: Parte deste texto já foi publicado aqui no blog em Novembro de 2005, sob o título: Perguntas ao Judiciário.

domingo, setembro 17, 2006

Governo Lula: Indicadores do Exterior.



Nos últimos 4 anos enquanto a economia mundial cresceu quase 5% e o comércio internacional 10%, ao ano, a economia brasileira só cresceu em torno de 2,5%. O comércio internacional brasileiro ainda não passa de 1% do comércio mundial. Fonte ONU.

Ainda informes periódicos da ONU sobre o nível do ensino público elementar e médio, indicam que no Brasil eles vêm se deteriorando e que estamos agora entre os piores da própria América Latina.

Segundo o FMI o Brasil vai continuar crescendo pouco em 2007, muito abaixo da China , Índia, Chile, Argentina e outros países emergentes.

Pior, crescendo mediocremente (Finantial Times) investidores não aplicarão em ativos produtivos (os que geram empregos).

Pesquisa da Ernest & Young com 586 líderes empresariais conclui que a corrupção do governo motivou o cancelamento de investimentos já programados.

A espanhola, Management & Exellence constatou que o Brasil é o segundo pior em segurança e em número de presos (169/1000 habitantes) e sua taxa de desemprego uma das maiores do Continente.

O ambiente para negócios, segundo o relatório Doing Business do Banco Mundial o Brasil está em 121º lugar num total de 175 países.

Segundo a ONG Transparência Internacional, sobre a percepção de corrupção, o Brasil está em 62º atrás de países como Botwana e Colômbia.

A safra agricola, em toneladas de grãos, reduziu-se entre 2004 e 2005 e deverá reduzir-se ainda mais em 2006.

A dívida interna superou o valor de 1 trilhão de reais.

Nota do Freeman: Sem Comentários...

quinta-feira, setembro 14, 2006

Um Lago no Céu.






Ah! Se fosse possível brincar contigo num lago no céu!



PS: Este pequeno lago realmente existe e a foto é do Freeman.

terça-feira, setembro 05, 2006

O Lixo Pedagógico


Há dois anos, um pequeno grupo de pais e estudantes preocupados com acontaminação ideológica de nossas salas de aula decidiu fazer algo para combater essa grave ameaça ao ensino. Criaram, para isso, uma organização informal que, a exemplo de tantas iniciativas nos dias de hoje, se materializou numa página da internet: o www.escolasempartido.org. O Escola Sem Partido, baseia-se na premissa de que, numa sociedade livre e pluralista (como diz ser a nossa), as instituições de ensino deveriam funcionar como centros de produção e irradiação do conhecimento, firmemente comprometidos com a busca da verdade, abertos às mais diversas perspectivas de investigação e capazes, por isso, de refletir, com a máxima fidelidade possível, os infinitos aspectos e matizes da realidade.
Isto, aliás, é o que estabelece, em outras palavras, a própria Constituição Federal, ao dispor que "o ensino será ministrado com base nos princípios da liberdade – de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber – e do pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas". Infelizmente, como sabemos, não é o que vem ocorrendo em grande parte das instituições de ensino no Brasil, da pré-escola à universidade. Imbuídos da crença de que um outro mundo é ainda possível, mas cientes, ao mesmo tempo, de que todas as tentativas históricas de implantar o paraíso na Terra, acabaram fracassando, alguns ideólogos perceberam que esse advento só seria possível se precedido de uma transformação na mentalidade das pessoas. E concluíram que essa transformação haveria de ser realizada, sobretudo, por meio da educação. Para a consecução desses objetivos, naturalmente, o educador do passado - para quem a educação era apenas uma forma de transmitir conhecimento objetivo sobre a realidade - deve ser substituído por um novo tipo de profissional.
De acordo com essa concepção - defendida, entre muitos outros, pelo Prof. Jefferson Ildefonso da Silva, doutor em Educação pela PUC/SP, em artigo acadêmico, reproduzido na seção "Corpo de Delito" do EscolaSemPartido -, o professor deve atuar em sala de aula como "intelectual dirigente e orgânico" (Antonio Gramsci). Cabe a eles - diz o Prof. Jefferson - "conquistar o lugar de intelectual dirigente e colaborar para a organização popular na sua luta por uma nova ordem social e econômica". Para isso, é necessário ultrapassar o "estágio romântico da consciência do professor", caracterizado pela idéia de "vocação", pelo "entusiasmo pela educação" e pela "crença no valor da ciência e do saber". É fundamental que o professor se conscientize de sua condição de "trabalhador do ensino". A partir desse momento, os professores "se organizam, se sindicalizam, provocam lutas massivas e fornecem um número elevado de militantes aos partidos de esquerda". Tomam consciência de ser "militantes de uma causa política, partícipes de uma nova insurreição, à qual deveriam dedicar-se com mística revolucionária que não é outra coisa senão um amor interno e profundo para com as massas exploradas e dominadas no passado". A consciência política, "imprescindível para que o conhecimento seja científica e tecnicamente organizado segundo os interesses populares, é o objetivo máximo de toda a formação do professor".Várias gerações de educadores foram e continuam a ser educadas segundo os cânones dessa pedagogia.

Em sua oposição democrática a esses cânones - assegurada pelo art. 206,incisos I e II, da Constituição Federal -, o EscolaSemPartido.org recebe e divulga depoimentos de estudantes que se sintam vítimas de doutrinação em sala de aula, garantindo ao professor ou instituição nomeada o exercício do direito de resposta. Além disso, o site - que é o único no gênero em língua portuguesa - pretende ser um centro de referência sobre o assunto, reunindo artigos, resenhas críticas de livros didáticos, atos normativos, debates, relatos e todo material relacionado ao problema da instrumentalização do conhecimento para fins político-ideológicos. O EscolaSemPartido.org tem despertado grande simpatia entre pais preocupados com a educação de seus filhos e estudantes que não se limitam a exercer opensamento crítico em relação aos alvos pré-determinados por seus professores. A iniciativa, no entanto, como não podia deixar de ser, desagradou muita gente. Grosso modo, nossos críticos se dividem em três grupos: os que se recusam a admitir a existência da doutrinação ideológica nas escolas; os que sabem que ela existe, talvez não concordem com a sua prática, mas por preguiça, acomodação ou solidariedade com a corrente política que a promove de forma organizada e sistemática se abstêm decondená-la; e, finalmente, os que a reconhecem e defendem sem pudor. Entre os dois últimos grupos, é comum a objeção, recentemente manifestada numa mensagem ao site, de que "todos nós temos ideologias, posicionamentos críticos frente a algo, não somos seres humanos vazios, temos as nossas crenças e valores que nos encaminham a algo". É verdade, mas isto não resolve o problema. A questão está em saber se professores, em sala de aula, devem dar livre curso às suas ideologias, crenças, simpatias e antipatias, na tentativa de moldar a cabeça de seus jovens e inexperientes alunos à sua própria imagem e semelhança; ou devem fazer um esforço permanente para conter essas tendências e se aproximar, tanto quanto possível, da objetividade científica. Além disso, impõe-se a pergunta: se a contaminação ideológica é, como dizem, uma realidade incontornável, não estariam as instituições de ensino moralmente obrigadas a promover o equilíbrio ideológico dos seus respectivos corpos docentes, dando aos estudantes a oportunidade de confrontar dialeticamente as diversas perspectivas de seus professores e extrair desse confronto uma visão mais rica e abrangente da realidade?
A nosso ver, as duas coisas são necessárias e moralmente obrigatórias. Cabe ao educador renovar diariamente o seu compromisso com a objetividade científica e é dever das escolas promover o equilíbrio de perspectivas político-ideológicas dos seus quadros de professores (é óbvio que no interesse dos alunos e não no dos integrantes dessa ou daquela corrente de pensamento), como forma de neutralizar os inevitáveis resíduos de contaminação ideológica. Nada disso, porém, está acontecendo. Refém da concepção pedagógica acima descrita, a maior parte das instituições de ensino - públicas e privadas, laicas e confessionais - sequer admite, por fraqueza ou cumplicidade, a existência ou a gravidade do problema. Quando confrontadas com denúncias concretas, negam os fatos ou tentam minimizá-los, tratando-os como episódios isolados. Os próprios estudantes, em reação sintomaticamente análoga à observada entre vítimas de seqüestros - a conhecida síndrome de Estocolmo -, assumem a defesa, quase sempre agressiva, dos professores acusados de doutrinação. Os alunos descontentes se calam. O medo de abrir a boca tomou conta da escola.
A educação no Brasil, como todos sabem, vai muito mal, mas os grupos que investem na doutrinação político-ideológica em sala de aula não têm do que reclamar. Seu portfolio contém investimentos de maturação lenta - crianças do ensino fundamental - e aplicações de curto-prazo - adolescentes na faixa dos 16 anos. Estudantes vampirizados no processo são automaticamente incorporados ao exército de voluntários, assegurando a expansão do negócio. Ao contrário do que sempre acontece, o governo não só não atrapalha, como incentiva, acoberta e patrocina a doutrinação. E os resultados estão aí, exuberantemente demonstrados pela morbosa uniformidade ideológica do cenário político e cultural brasileiro. Outubro se aproxima e esses grupos já se preparam para o vale-tudo das eleições. Se nada for feito, nossas salas de aula serão novamente seqüestradas por professores dirigentes e orgânicos, empenhados na transformação da sociedade e, mais diretamente, na conquista de votos para os candidatos e partidos de sua predileção. É inútil esperar do governo alguma providência. Cabe à sociedade e, de modo especial, aos pais e aos próprios estudantes, impedir que isto ocorra.

Nota do Freeman:
O advogado Miguel Nagib, coordenador do EscolaSem Partido.org pediu-me para ajudá-lo na divulgação desse seu artigo, cujo título original é: "Por Uma Escola Sem Partido". Apesar de não conhecê-lo pessoalmente, faço-o com enorme prazer e por várias razões:
A primeira, em reconhecimento ao excelente trabalho dessa organização que e a despeito da apatia e da preguiça de um grande número de pais, e da irresponsabilidade dos dirigentes de uma parcela consideravel de instituições de ensino, põe, corajosamente, o "dedo na ferida" numa área de vital importância para qualquer Nação que queira ser civilizada.
A segunda, porque é necessário, mesmo em minoria, esclarecer e alertar esses mesmos pais indiferentes, do mal que esses pseudo-professores (e essas irresponsáveis instituições) estão fazendo com os seus filhos ao deturparem a verdade dos fatos e por não cumprirem a obrigação primeira de ensinar objetivamente.
A terceira, (mas não necessáriamente a última) porque apesar deste problema vir de longa data, nunca esteve tão crítico dado o absurdo baixo nível que chegou a estrutura educacional brasileira.

sábado, setembro 02, 2006

Uma pausa para o sábado...


Uma pausa para os olhos e para a mente...porque ninguém é de ferro, e a vida humana vai muito além dos fatos políticos.
E como, lamentavelmente, não temos com o que nos regozijarmos neste “front”, vamos dar asas à imaginação e alegrar mentes e olhos...principalmente olhos...

A ótima fotografia é de Chris Earle

quarta-feira, agosto 23, 2006

O Banqueiro e o Cardeal.


Duas figuras notáveis do cenário social brasileiro são o banqueiro Olavo Setúbal e o cardeal-arcebispo de Salvador e presidente da CNBB, Dom Geraldo Majella Agnelo. Dois homens que alcançaram a senectude com uma história pessoal de sucesso tendo desempenhado ativamente papéis na nossa história contemporânea. Por seu destaque e também pela idade avançada, deveríamos esperar desses dois senhores lições de sabedoria e ensinamentos práticos de ação positiva. Em vão. Suas idéias são o oposto do bom senso e o espelho medido do grau de alienação que tomou conta da elite brasileira, que perdeu não apenas o senso de realidade, mas o instinto de sobrevivência.

Na edição de 13 de Agosto da Folha de São Paulo encontrei um artigo do cardeal e uma entrevista do banqueiro. Quero comentá-los porque formam um material bastante didático para um estudo da determinação da grave decadência de que padece a sociedade brasileira. Se poderosos envelhecidos que exercem o poder em sua área de atuação não vêem a realidade como ela é, o que dizer dos mais jovens?
O Brasil está órfão de liderança.

Comecemos com a entrevista de Setúbal. Ele iniciou por afirmar que “o governo Lula acabou sendo um governo extremamente conservador”. É preciso abstrair o fato de Setúbal ser banqueiro e Lula um bom pagador de juros sobre a dívida pública. Lula seria conservador? Não! Tentou de todas as formas elevar a carga tributária, apóia abertamente o movimento guerrilheiro do MST e suas dissidências, alinhou a diplomacia brasileira com Hugo Chávez, Fidel Castro e o Foro de São Paulo, movimento em si absolutamente revolucionário, fez da compra de votos, via bolsa-família, sua base de reeleição, fazendo regredir as práticas políticas brasileiras ao tempo da República Velha. Isso sem esquecer que fez o Brasil mergulhar nas práticas fisiológicas e corruptas sem paralelo na história, com a instituição do mensalão, o aparelhamento do Estado para gerar recursos escusos para campanhas eleitorais e práticas como as que resultaram no escândalo chamado de Sanguessugas.

Ingenuamente, ou exercendo plenamente a sua senilidade, Setúbal vaticina que não há “nenhum sinal de tensão no sistema financeiro”. Ora, um analista minimamente interessado na realidade sabe que a reeleição de Lula servirá como ponto de partida para as reformas autoritárias que não conseguiu instituir, como a lei da mordaça, como a tentativa de tutelar a imprensa, o alinhamento mais forte com o regime da Venezuela, com uma hostilidade maior em relação aos EUA e com a expansão dos “direitos” incompatíveis com o livre mercado. Seria o preâmbulo da implantação adiada do socialismo e a prática inaugurada por Chávez de abolição da separação dos poderes. Chamar Lula de conservador, como fez Setúbal, chega a ser piada de mau gosto. Daí ele concluir que “não tem diferença do ponto de vista do modelo econômico. Eu acho que a eleição do Lula ou do Alckmin é igual”. Tem sim. Lula é um revolucionário cuja ação radical está latente e pronta para ser posta em ação. Alckmin não tem qualquer compromisso com o movimento comunista. São antípodas.

Setúbal tem uma visão idílica do Brasil: “Nunca o Brasil esteve tão bem como hoje. A educação, a saúde, tudo melhorou enormemente. Só tem uma coisa que piorou: a segurança pública. No meu tempo de jovem, havia um único ginásio, era ginásio do Estado, mas dizer que a educação era boa antigamente é uma grande ilusão. Tudo melhorou. O ensino melhorou, a USP melhorou enormemente em relação ao que era 50 anos atrás. A única coisa que realmente piorou foi a segurança pública”. É insensato imaginar que a USP, por exemplo, aparelhada para ser um viveiro de militantes revolucionários, melhorou em relação ao passado. E não ver que o ensino público fundamental e médio é uma sucata viva, que só tem compromisso com a doutrinação de esquerda, é não saber o que se passa. O Brasil progrediu em muitos campos, mas nunca o país esteve tão à mercê de aventureiros despudorados que não hesitarão em destruir o que se conseguiu para alcançar seus objetivos políticos.

Seu único senão é a segurança pública, mas não percebe que ela é a ponta-de-lança dos inimigos da sociedade aberta e o abre-alas da revolução. A violência que explodiu em São Paulo tem causas políticas. Mas Setúbal tem na ponta da língua uma explicação para ela, completamente alienada: “A principal razão é a explosão da natalidade. A taxa de natalidade ainda cresce de forma absurda no Brasil. Chegou a ser 5% o crescimento anual da população brasileira. Hoje ainda é muito alta. O Brasil precisa diminuir a taxa de natalidade. Mas nenhum político assume isso por causa de problemas religiosos”. E diz que o suposto problema tem origem na Igreja Católica que não recomenda o uso de contraceptivos.

É como se os bebês, ao nascer, já viessem armados de AR-15. Ridículo! A violência é um aleijão moral praticado por pessoas adultas, má intencionadas e movidas politicamente. Nada tem a ver com a taxa de natalidade e com os bebês. Aliás, as últimas pesquisas demográficas divulgadas pelos IBGE mostram que a taxa de natalidade no Brasil, mormente a de São Paulo, está no nível europeu. Setúbal se engana duas vezes, por julgar que a população está crescendo velozmente e por achar que o mal está na sua expansão.

Banqueiros só têm compromisso com a rentabilidade de seus bancos e não têm, em princípio, porque se transformarem em bons analistas sociais. Mas asneiras desse calibre vindo de um homem como ele, que praticou e conviveu com os méritos do capitalismo e conheceu de perto a vida pública, parece-me imperdoavel.


Já o cardeal Agnelo é outra história: ele representa a sagrada tradição que tem as lupas para ver a realidade e tem o estofo moral e a certeza metafísica que não podem levar a enganos. Por isso fiquei desolado ao ler a sua opinião exposta no artigo (“São Paulo, cidade sitiada”), em absoluto desacordo com o que aprendi da doutrina cristã e tenho visto nos documentos escritos pelo Santo Padre Bento XVI: “Em meio a tantas opiniões, fico com a maioria dos analistas sociais: está na injustiça, que, a meu ver, é um cancro que rói as entranhas da humanidade”.

Ora, alguém só cai no crime e no pecado pela fraqueza moral individual e pela má intenção. A frase do cardeal oculta a análise marxista da luta de classes que substitui as certezas cristãs. Um cristão sabe que o mal está sempre à espreita e que ele, o mal, é mais eficaz quando toma a forma de movimentos políticos. E que deve resistir ao mal. Quando o mal se assenhora do Estado, como houve em todas as experiências coletivistas, a sua eficácia foi total e a imagem cristã de que esse mundo é um Vale de Lágrimas alcançou expressão concreta na sua plenitude.

A tese do cardeal o leva necessariamente ao relativismo moral, fato que o faz inocentar algozes e transformar as vítimas dos facínoras em culpados pela violência que sofrem, em completa inversão das coisas. Nas suas palavras: “Inegavelmente, a existência da flagrante injustiça reinante no Brasil faz surgir novas lideranças, boa parte delas surgidas dos guetos gerados por essa mesma injustiça. Não adiantou nos fecharmos em condomínios, comprarmos câmaras para nos livrar do ‘inimigo’, pois ele está no meio de nós, e nós subestimamos a sua inteligência. Ele aprendeu a corromper, a comprar pessoas e instituições; ele nos causa medo, pois atinge nossos filhos, atinge a todos nós, e agora ataca até mesmo a instituição criada para nos defender. Estamos reféns. Quem pagará nosso resgate”? Como cristão eu diria que Cristo pagou nosso resgate, mas não se trata dessa certeza escatológica aqui.

Não satisfeito ainda reconhece legitimidade aos meliantes em pôr em dúvida as instituições que representam a democracia. Escreveu: “Impressionou-me o depoimento de Marcola, no qual disse que sua ‘escola’ fora a dos exemplos vindos de poderes constituídos, corrompidos e corruptores. Não terá ele razão? Essa escola não atingiu só o PCC: tem atingido toda a sociedade. Ser honesto passou a ser sinônimo de tolo, de débil mental. Mas não existe só essa escola apontada por Marcola. Nós criamos muitas outras, e por elas caminhamos”. O cardeal coloca no mesmo patamar o criminoso muitas vezes apenado e as instituições da democracia. É nivelar por baixo. Marcola não tem autoridade alguma para julgar nosso sistema político. Na verdade, para nada.

O delírio do cardeal é tão grande que inventou até novas formas de pecado, algo absolutamente alheio aos textos sagrados, se supusermos que o que Lênin e Marx escreveram nada tem de sagrado e seus escritos não são canônicos. Nas suas palavras: “Penso que hoje não podemos apenas falar de pecado social. Há também um pecado estrutural, presente nas instituições governamentais mais representativas. E isso se faz notório quando percebemos que, mesmo enxergando a calamidade que está dentro de nós, continuamos tentando encobrir o sol com a peneira, como se tivéssemos controle do tsunami que se formou no meio do oceano social”.

Pecado social? Pecado estrutural? Ora, o que é isso, cardeal? Pecado, pelos verdadeiros ensinamentos da Igreja, é algo que tem a ver apenas com indivíduos e só o marxismo-leninismo é que poderia, por uma analogia assaz grosseira, usar essas expressões. Um homem de fé e cultuador das Escrituras não poderia cair em um erro como esse.

Sua conclusão não poderia ser mais insensata, invertendo a realidade das coisas: “Não há tempo para apontar culpados e vítimas. Todos somos culpados e vítimas - e, diria melhor, somos vítimas de nossas culpas”. Será que o cardeal ainda não descobriu de que lado está? Que há o bem e o mal? E que o mal em política hoje responde pelo nome de coletivismo? E que Marcola e seus “soldados” estão a serviço do mal? Será tão difícil assim distinguir a virtude do vício? Ao misturar tudo no mesmo saco penso que o cardeal prestou um grande serviço ao Inimigo de Deus.



* Notas do Freeman:

  1. Eu já havia esboçado um artigo comentando (menos diplomaticamente, digamos) a entrevista e o artigo aqui referidos, quando lí esse excelente artigo do Nivaldo Cordeiro no Mídia Sem Máscara. E está óbvio qual escolhí publicar...Está minimamente modificado, mas o mérito é todo do Nivaldo.
  2. Depois a Igreja Católica não sabe porquê está perdendo fiéis...
  3. Se algum dia eu começar a manifestar opiniões como essas do banqueiro e do cardeal, deixo aqui, de antemão, autorização formal para qualquer leitor internar-me num hospício ou inscrever-me como membro do PT, o que dá quase na mesma...

domingo, agosto 13, 2006

Obtusidade cívica ou cínica má-fé?














De volta, infelizmente, e com os pés na terra, enxergo que nada mudou para melhor no nosso horizonte institucional e político. Pelo contrário, a confusão instituida pela era PT do que é ético, correto, verdadeiro, parece que só piorou! Neste país que adora ciglas, a violência "coletiva", por exemplo, antes restrita ao MST dá lugar a uma organização concorrente, creio, também do próprio governo, conhecida aparentemente como PCC...Pretendo ainda me informar melhor...
Se isso se confirmar, nós liberais até que deveríamos estar contentes, pois onde há livre concorrencia o preço tende a baixar e o serviço a melhorar...Logo, poderemos estar escolhendo entre ser trucidado pelo MST ou pelo PCC...
E neste retorno, para saudar os estrategistas políticos de plantão, só me resta transcrever (ligeiramente editado) um excelente artigo do João Nemo, publicado no "Midia Sem Máscara".
Portanto, nada de preguiça: LEIAM!!!

Há não muito tempo, com a elegância que caracteriza os seus textos, Percival Puggina criticou a campanha que tem pipocado na Internet, prescrevendo como antídoto da imoralidade política, o voto nulo. A idéia em síntese é: a coisa está tão ruim que deveríamos todos votar nulo e inviabilizar as eleições.
Vivemos, há pouco, o período da copa do mundo, quando até minha sogra (a do Nemo, não a minha), que não distingue bola de futebol de bola de gude, se meteu a dar palpites táticos e de escalação. Parece que época de eleição também promove o mesmo efeito, gerando novos e brilhantes estrategistas que passam a promover idéias geniais como essa.
Se isso pega, estaremos submetidos ao risco de vir a reeleger este governo absurdo, avalizando todas suas estrepolias, entre elas a institucionalização do roubo e da impunidade. É exatamente a proposta que merece a célebre frase de Nelson Rodrigues: obtusidade córnea ou má-fé cínica!
Primeiro a obtusidade. Nesse caso estamos falando, muito tipicamente, daquele tipo de pessoa que fazendo cara de nojo lembra que “todo político é ladrão”, ninguém presta, a política é uma vergonha, etc.. A solução é ficar de longe, preservar a própria pureza e num embevecimento quase erótico com a perfeição moral da sua suposta virgindade, não fazer nada. Aliás, a virgindade, por definição, é estéril e muitas vezes o que parece virtude é aridez mesmo. A atitude descrita faz sentido para uma donzela: enquanto não aparece um cavalheiro digno da sua “mão” ela não se entrega. Então, essas donzelas do voto, não vislumbrando príncipes mas apenas enxergando sapos, acham que não devem se entregar e preferem correr o risco de serem estupradas junto com as liberdades individuais e as instituições democráticas. Numa reeleição estaremos flertando, mesmo, é com isso.
Assim como a donzela recusa “membros” menos nobres, alguns dirão que é preciso demonstrar repulsa aos membros do legislativo que transformaram, verdadeiramente, o parlamento brasileiro em uma casa de tolerância, que absolveram corruptos comprovados, que gastam dinheiro público em inutilidades e auto-promoção. É verdade. Nada ilustra melhor o nosso drama do que o fato de ter sido eleito Presidente da Câmara uma nulidade severina cuja principal tarefa parlamentar era pedir aumento de salário, para impedir que o governo ocupasse o posto com um dos seus mais sinistros missionários. Deu no que deu, mas quase acabou sendo eleito, posteriormente, um oposicionista, não fosse aberta uma generosa temporada de bondades do executivo para atrair os votos “flutuantes” do prostíbulo brasiliense. Para usar as tão apreciadas metáforas futebolísticas, diríamos que política é assim mesmo: nem sempre é possível fazer o gol, então é preciso contentar-se com um tiro de canto; e se não der para estar com a bola, é marcar rijo o adversário; quem não faz, pelo menos tenta ver se não toma. O que não dá é para sair do campo e achar que com isso ganha alguma coisa. Eu sei, eu sei, há muito jogo sujo e suspeitas de que andam cooptando o árbitro, mas é preciso lutar, não fazer beicinho nem retirar-se para o vestiário.
Votar nulo equivale, na melhor das hipóteses, a uma estranha tentativa de vencer dando WO. Sempre aconteceu o contrário e, mesmo na Venezuela, onde havia muito mais razão para isso, a abstenção oposicionista deu a Chávez a possibilidade de espancar mais à vontade as liberdades individuais, respeitando formalmente a lei, e dando prosseguimento, sem maiores percalços, ao seu paranóico projeto “bolivariano”.
Na sua faceta obtusa, essa de votar nulo lembra aqueles sujeitos que quando o avião atrasa vão até o balcão da companhia aérea encher a atendente de desaforos. A pobre moça, simples funcionária, fica no “sim, senhor”, “vou comunicar, senhor”, “vou chamar o supervisor, senhor” e tome grito indignado, tome direitos constitucionais, tome direitos do consumidor, tome “isso não vai ficar assim” e pronto. Claro que vai ficar assim. O sujeitinho continua esperando o avião, avisando o mundo pelo celular para aguardá-lo porque foi vítima de uma infâmia e depois passará algum tempo contando como reagiu com veemência à desconsideração sofrida. O tráfego aéreo, porém, vai continuar o mesmo. Votar nulo é tão estúpido e impotente quanto isso. Não faz uma mocinha chorar, mas chuta o balde da democracia e o sujeito se sente importante porque mostrou braveza.
Já a outra faceta da coisa, a má fé cínica, certamente está presente neste caso em doses consideráveis. Se não for a inspiradora única da iniciativa é, pelo menos, a sua mais entusiasmada incentivadora. Eu arrisco um palpite que só chamo de palpite porque não tenho gravação e foto para provar. Quando se organiza uma campanha política, uma das chaves padrão é fatiar os públicos alvo da campanha segundo alguns critérios – faixa de renda, escolaridade, sexo, atividade econômica etc. – e determinar planos táticos destinados às diversas camadas e segmentos da sociedade. Depois do banho de escândalos que vimos acompanhando, em que perplexidade sincera, decepção, horror e moral farisaica se misturam num amálgama intrincado, qual seria a tática para abordar os mais revoltados e sensíveis a um dos mitos preferidos entre nós: o de que ninguém presta? Com certeza os indignados, os decepcionados e outras viúvas das próprias ilusões, não votarão no apedeuta. Então, cumpre procurar que não votem no “outro”.
Quando o Barão de Itararé lançou a sua conhecida frase: “Restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos”, sabia o que estava dizendo. Como é muito difícil restaurar a moralidade, resta a segunda hipótese, mas agora com ar de indignação e plenamente justificada. Vejamos: no caso atual, também não é possível locupletarmo-nos todos – somos exatamente os pagantes para outros se locupletarem - então, como conseqüência, restar-nos-ia expressar a revolta num ato de abstenção ruidosa. Como perfeitos idiotas, ajudarmos a quem deveria ser o principal alvo da nossa fúria.
Sempre vi com extrema desconfiança a pregação de muitos amigos, com os quais comungo a maioria das idéias, contra o voto obrigatório, baseados em uma suposta liberdade de opção e ocultando a preconceituosa idéia de que os “simples” votam mal. Não enveredarei por esse tema porque seria longo e sem retorno para a questão principal, mas em relação à pregação vigente pelo voto nulo, não tenho dúvidas: faz parte de uma estratégia de redução do voto oposicionista, por mais inocentes “indignados” que embarquem nessa canoa. Como acredito que estas eleições ainda vão se tornar “calientes” à beça, creio que o voto nulo tenderá a diminuir e não a aumentar. Mas não se iludam: quem sente repugnância pelo mar de lama vermelha que aí está vote, como diz Olavo de Carvalho, no Chuchu; quem sonha com um socialismo meigo e generoso que jamais existiu, vote no sorriso doce da estridente senadora das manguinhas bufantes; quem curte idéias mágicas, tem à disposição o simpático e delirante ex-ministro da educação. Mas não chute a democracia votando nulo, porque isso seria conivência.
A propósito, eu vou votar no Chuchu com mais convicção do que jamais votei em toda a minha vida.

segunda-feira, julho 24, 2006

Diário de Bordo


Nada como planar sobre as núvens num amanhecer! Só você e o silêncio. E a imensidão da natureza a nos mostrar como somos ínfimos e frágeis...
Como é bom voar. E voar em todos os sentidos...Longe, longe de tudo...Só você, a sublime beleza da mãe Terra e o silêncio...o silêncio...o silêncio...esse engrandecedor da alma humana...

segunda-feira, julho 17, 2006


Com licença, fui viajar!

Nota do redator: Dia 29 de Junho deveria ter sido publicado um desenho semelhante, com a mensagem acima. Como isso não ocorreu "emprestei" hoje, obviamente muito atrasado, um, do sempre ótimo blog da Sabedoria.

quarta-feira, junho 28, 2006

Sem palavras...



Como diz o velho ditado: Uma imagem é melhor do que mil palavras...

A fotomontagem recebí por email. O autor parece ser o identificado.

domingo, junho 18, 2006

O inimigo dentro de casa


Tenho tentado, de várias formas, manter uma postura positiva enquanto observo como as instituições políticas e seus personagens vêm se deteriorando no Brasil. Mas confesso não tem sido fácil.
Escuto, diariamente, as mais variadas pessoas lamentarem as notícias de corrupção, de criminalidade, a ausência total de ética, a impunidade reinante, o esbulho tributário, o massacre burocrático e assim por diante. Geralmente acabo contribuindo com a minha dose pessoal de queixas, tentando conferir alguma racionalidade à chorumela, procurando encontrar uma lógica para as nossas mazelas e contribuir com alguma proposta para que se vislumbre uma solução.
Mas temo que, ao recusar a indefectível frase que costuma suceder a esses lamentos – “este país não tem mais jeito” – eu acabe parecendo ingênuo ou sonhador, tal o volume do mal- estar que se apodera de qualquer pessoa, medianamente sensata, vivenciando o cotidiano brasileiro.

A semana passada, diante de nova notícia de um triste episódio, não pude escapar a mais uma lamentável analogia com a política. Havia acompanhado, com náusea, as notícias do caso da garota que planejou e ajudou a matar os pais a pauladas. As discussões jurídicas são bizantinas: prorrogar ou não a prisão preventiva; prisão domiciliar; guarda da herança, etc.. A maior dúvida jurídica parecia se referir a insistência de parte dos advogados para que sejam separados os julgamentos. Se dermos uma leve espanada nas firulas é claro que a realidade é apenas uma: trata-se de um crime monstruoso, o assassinato de duas pessoas dormindo, idealizado pela perversidade da própria filha e por motivação óbvia: sexo, drogas e deformação moral. Tudo mais é conversa fiada de advogados.

No mesmo noticiário aparecem as cenas da invasão do Congresso Nacional por uma horda, aparentemente alucinada, mas certamente dirigida, com paus e pedras destruindo tudo que vêem pelo caminho. Trata-se, obviamente, de um “movimento social”.
Na verdade, o que choca na cena é vê-la ao vivo e em cores, porque episódios como esse têm ocorrido neste Brasil de MSTs em quantidade crescente. Nós pagamos por eles, querendo ou não! Esses desordeiros impunes vêm sendo, de longa data, cevados com verbas públicas! O que podemos esperar quando o partido do governo e as lideranças dos “movimentos” se confundem e se sobrepõem?

A propósito, muita gente pensa que foi uma gafe cometida porque comprometeria a imagem do governo e do seu partido num momento inoportuno. Eu também gostaria que fosse, mas infelizmente está mais para uma técnica de intimidação do que qualquer outra coisa. Logo ouviremos dizer que “somente Lulla” é capaz de controlar esse pessoal de ânimo mais exaltado.

Voltando a analogia, a triste história da Justiça no Brasil nos indica que, por mais banais ou horrorosos que sejam, o que passa logo a prevalecer sobre os crimes, não é a sua essência, a sua veracidade. São, na esfera pública, além do estrito corporativismo entre os poderes e a troca deslavada de favores, os ritos, os formalismos processuais, sempre embebidos no labirinto das condescendências, das procrastinações que, ao fim, sabemos aonde vão dar: em nada! Ou, no máximo, numa punição incrivelmente modesta para o fato. Neste país, feito para os réus, para os contraventores da lei basta ter um advogado esperto e dinheiro para pagá-los. O que temos, na verdade, é um país onde crime e castigo guardam uma relação apenas acidental, o que leva, obviamente, os criminosos a se tornarem cada vez mais auto-confiantes e a maioria dos cidadãos desnorteados e ao desalento.

Ora, que uma filha pervertida e dois canalhas cometam um assassinato com olhos na herança é uma coisa horrível, mas possível de entender em razão do próprio qualificativo dos autores. O que me assusta é que o nosso sistema jurídico, além de começar a julgar o caso somente três anos e meio depois, permita que os advogados possam adiá-lo simplesmente ao retirem-se do recinto. Isso é um acinte e uma barbaridade contra a sociedade tão grande quanto o crime cometido.
Da mesma forma, pode ser difícil cobrar bom senso de analfabetos e sociopatas que, aliciados por qualquer bolsa-esmola são levados a vandalizar propriedades públicas e privadas. Mas que os responsáveis pelas nossas instituições se omitam escandalosamente e que gente supostamente normal vá se acomodando sem reação a tais coisas, achando maneiras de fingir que elas não têm a gravidade que têm, representa a verdadeira destruição.

Assim como os pais assassinados, as nossas instituições também estão sendo assassinadas por terem o inimigo dentro de casa! Os ocupantes dos três poderes da República, com raras exceções, são os inimigos da República!
O que de fato está matando o País é a destruição do caráter! Estamos nos tornando (sendo otimista concedo um gerúndio) uma nação de homens públicos pervertidos e povo desfibrado. Uns pela canalhice e pela cartilha ideológica; outros pela omissão, que se deixam iludir com encenações bobocas e declarações unilaterais de paz; que não expele os cínicos e os caras-de-pau das funções públicas através das quais nos humilham e nos servilizam. A certeza da impunidade que traspassa desde o menor infrator até o próprio apedeuta-mór, que vive rindo à toa confiante nas pesquisas, é um tapa na cara de quem ainda preserva princípios básicos de respeito e decência.
Estou entre os que não acreditam que as pesquisas anunciadas se confirmem, mas se isso acontecer, teremos perdido, coletivamente, a ambição de civilidade e o nosso caráter.

O artigo original é de João Nemo, publicado pelo Mídia Sem Máscara, sob o título: " Matando o País a pauladas". Foi editado significativamente por Freeman.

segunda-feira, junho 12, 2006

Namorar...



É admirar,
é brincar,
é buscar,
é se entregar,
é sonhar,
é compartilhar, 
é sofrer,
é viver...

para a Si,  minha maravilhosa namorada, esposa, e mãe de dois dos meus incríveis filhos...

segunda-feira, junho 05, 2006

Para rir ou para chorar...



Aqui está uma prova irrefutável da qualidade dos nossos políticos!
É um vídeo simplesmente imperdível! Não sei se é para rir ou para chorar.
Você decide...

domingo, maio 28, 2006

Os Governos de Esquerda...


Uma das coisas mais infernais que nós cidadãos razoavelmente letrados e informados passamos é ter que ouvir as explicações dos ideólogos esquerdistas para seus próprios fracassos, enquanto governantes. Além de chegarem ao poder, via de regra, por meio de mentiras e da demagogia populista, tomam-nos por burros, beócios incapazes de enxergar a realidade. Em alguns casos, que parece ser o do ex-ministro Bresser Pereira, cujo artigo quero aqui comentar, acho que os beócios são eles mesmos e, incapazes de compreenderem a realidade política, passam a fazer uma xaropada de discursos incompreensíveis e incompatíveis com a realidade que se apresenta ao observador. Essa gente como que flutua fora do tempo e do espaço, qual fantasmas. O mito da caverna de Platão dá bem a medida de como eles percebem as coisas, como sombras que vêem invertidas e que não conseguem compreender, mas insistem em nos explicar com a sua visão distorcida.
Antes de entrar no texto propriamente dito, quero aqui sublinhar os pressupostos que estão na cabeça dos intelectuais esquerdistas, que os faz de esquerda enquanto tal:
1- Ser de esquerda supostamente ser bom, é chique e estar de acordo com a busca do bem-comum. Por exclusão, ser de direita é supostamente todo o seu oposto;
2- As teorias econômicas e sociológicas que usam são aplicáveis e o supremo bem é a arbitragem da distribuição de renda, via Estado. Esquecem que suas teorias são impraticáveis e, se postas a funcionar, destroem qualquer país. A História está aí para quem quizer comprovar. Esquecem também que as leis econômicas existem a despeito das ideologias e administrar, por exemplo, moeda e câmbio, ou seja, os preços, só pode ser feito de uma única maneira, sendo a alternativa o desastre;
3- O socialismo é um ideal que pode não ser alcançado agora, mas deve ser uma meta permanente a alcançar, como se fosse o supremo bem. Esquecem que socialismo, em qualquer grau, é a desgraça da raça humana, pois castra a liberdade individual nivelando todos por baixo e concentrando na mão de poucos burocratas o poder de decidir o que é bom ou não para você;
4- Por fim, o auto-engano mais espetacular, que é achar que o não cumprimento do engodo que são suas promessas de campanha eleitoral é tornar-se de direita. Uma ova! Ser de direita consiste em ir mais além do que respeitar as leis econômicas fundamentais: é ser liberal em matéria econômica – reduzindo efetivamente o Estado e garantindo a liberdade de produção e comércio – e conservador em matéria jurídica e de costumes, coisas que a esquerda abomina.
Num artigo publicado em 8 de Janeiro, na Folha de São Paulo (“O paradoxo da esquerda”) Bresser Pereira, candidamente, afirma que “no Brasil, a esquerda ganha eleições, mas não governa”. Isso é um embuste. O Brasil tem um partido de corte revolucionário no poder, pratica uma política econômica distributivista que já vem desde a era FHC (e mesmo de antes, do governo Sarney), com tributação escorchante e um magote de desocupados vivendo à custa de quem trabalha, um pleno viés socialista. O governo do Brasil é de esquerda, pois de esquerda são os partidos que compõem a base governante, pelo perfil operário de seu presidente, pelo fato de estar no poder a elite sindical que de fato manda no país.
Bresser diz que o governo Lula não é de esquerda porque não reduz a taxa de juros, como se o governo unilateralmente pudesse determinar esse preço tão fundamental. Há muitos elementos de determinação para o nível da taxas de juros praticadas, a começar pelo tamanho da dívida pública, pela irresponsabilidade fiscal acumulada ao longo de gerações, pelas muitas moratórias “soberanas” declaradas em passado não muito distante. Reduzi-las arbitrariamente seria jogar o Brasil em uma aventura de alto risco, como tem sido feito muitas vezes, inclusive na época em que o ex-ministro comandava o Ministério da Fazenda. O Estado pode muito, mas não pode tudo, muito menos abolir as leis econômicas.
Outra grande besteira escrita por ele é que “uma sociedade civil como a da Suécia é democrática, enquanto a do Brasil é elitista”. Qualquer governo de qualquer sociedade é elitista, pois sempre é uma elite que governa, um evidente pleonasmo. Há democracia quando há alternância nessa elite dirigente, pelo voto, a cada período. O problema é esse, que Bresser não enxerga: que a nossa democracia é de aparência, na medida em que não existe uma direita política eleitoralmente viável organizada no país. Aqui o engodo consiste na falsa alternância entre mais esquerda (PT) e menos esquerda (PSDB) e no passado, de qualquer combinação esdruxulo-intervencionista, tudo menos de direita ou liberal. De fato, temos uma falsa democracia porque o sistema partidário só contempla um lado do espectro ideológico.
“O desafio da esquerda, obviamente, não é implantar o socialismo, mas governar o capitalismo melhor do que os capitalistas”. Essa frase é lapidar. É a síntese do que está na boca dos que abraçam a social-democracia, aqueles que historicamente abrem alas para a passagem do bloco dos “verdadeiros” revolucionários. A lei de ferro da conquista do poder das esquerdas é que inevitavelmente ela tem que caminhar para a opção totalitária. A social-democracia sempre chega antes. Não basta às esquerdas a hegemonia parcial que o processo democrático garante. Tem que conquistar o poder totalitário. De passagem, é preciso lembrar que é um grande mito das esquerdas dizer que os capitalistas governam. Nunca foi assim. O Estado sempre esteve na mão da elite burocrático-política, não dos empresários, esses carneiros acovardados que são roubados cotidianamente pelo excesso de regulação e de impostos. Que são sistematicamente encurralados e humilhados pelo mais reles dos agentes estatais. Freqüentar uma DAMF é bastante ilustrativo e didático para saber que realmente manda por aqui. É lá que os empresários fazem a sua genuflexão ao deus Estado.
Ter uma burocracia apartidária virou um sonho há décadas, que a nossa plutocracia nem mais acalenta. Perdeu o Estado definitivamente, se é que algum dia o teve. No período varguista mandavam os agentes burocrático-políticos, que ainda tinham algum respeito pelos que produzem riquezas, pois a ideologia distributivista ainda não era dominante. A partir de 1964 a burocracia militar passou a ditar as regras diretamente. Na assim chamada Nova República houve uma mera substituição dos militares por burocratas civis, estes muito mais burros e mais revolucionários.
O artigo de Bresser Pereira pode ser considerado uma síntese das inverdades que habita a cabeça de grande parte da chamada social-democracia, mistificando e ocultando a verdadeira realidade da política nacional.

Este é um excelente artigo do Nivaldo Cordeiro, publicado pelo "Mídia Sem Máscara" em Janeiro último e editado por Freeman.
A pintura, que não podia ser mais apropriada, é de Candido Portinari - Os retirantes de 1944.