quarta-feira, junho 25, 2008

Reflexões...



Esta ausência voluntária de algumas semanas é decorrência de uma certa reflexão sobre o rumo a tomar nos artigos do blog.
Ficamos aqui, via de regra, esperneando em nossos artigos sobre a podridão moral que tomou conta das Instituições da República; a falta de uma oposição política decente; as conseqüências econômicas de governos irresponsáveis, etc.. Mas, além da enorme vontade de viver num país sério e de um certo diletantismo, qual o resultado prático disso? Quase nenhum...

Digo quase, porque não há dúvida que, com o surgimento da blogosfera uma formidável rede de propagação da informação se ampliou e, no mínimo, a difusão do pensamento se alastrou enormemente. De outra forma, tudo ficaria restrito aos pequenos círculos de cada criação.

Certamente já existe uma conscientização maior da sociedade em muitos aspectos da vida pública mas, isto só não basta para mudar o país.

Existe uma quantidade enorme de estudos e contribuições sérias, encaminhadas ao poder público por cidadãos e entidades visando o aperfeiçoamento das instituições e a evolução da civilidade. Sequer são lidos ou considerados.
O que assistimos sistematicamente, há anos, além da escorchante arrecadação de tributos, é o crescimento do poder da classe política e sua imoral impunidade. São, de fato, monarcas absolutistas, sectários e refratários a qualquer mudança que beneficie o país e os cidadãos. Com a desvantagem que custam muito mais caro...
É este, na verdade, o grande embate, o grande desafio dos brasileiros.
Para nos tornarmos uma nação verdadeiramente livre, prospera e civilizada temos que limitar e controlar os poderes das instituições e da classe política.
O que temos aqui é a antítese da civilidade: ao invés de servirem à nação, a classe política e a burocracia privilegiada dela se servem.
E o fazem impunemente. Primeiro, porque a estrutura de poder criada pelas últimas gerações de políticos só cristalizou os vícios, distorceu a representatividade e estimulou a irresponsabilidade, ampliando em muito o poder do Estado. Enfim, com os seus atos, mostram à sociedade a sua verdadeira face.
Segundo, porque a grande massa do povo não lê, e se lê, não tem discernimento... Aliás, é estimulada a permanecer nesta lamentável condição pelo exemplo e pela deliberada ação maquiavélica do primeiro mandatário que, afinal, gaba-se da sua estultice. Isso, aliado a distorção gritante da verdadeira representatividade, inibe e coage o acesso ao poder dos que discordam das práticas desse corrupto covil corporativista.
E, uma democracia, um regime constitucional representativo verdadeiro, pressupõe a participação efetiva de parte substantiva da sua população.

Vislumbro uma alternativa de ação. Entretanto, pretendo amadurecer a questão, antes de propor a idéia. Enquanto isso, estou procurando sintetizar alguns pensamentos sob o título: “Afinal, que país queremos?”, para depois, avançarmos no terreno das víboras, para tentarmos chegar lá.

Saudações Libertárias.