quarta-feira, setembro 27, 2006

Identificando os Idiotas...


"Eu sou um simpatizante da esquerda por sede de harmonia, de dignidade e de justiça. Mas vejo freqüentemente que é a esquerda que mais ameaça essas coisas que me levaram a me aproximar dela". Caetano Veloso, cantor e compositor.

A pérola acima foi citada em recente entrevista ao jornal Folha de São Paulo e posteriormente reproduzida pela revista Veja. Mas, mesmo que reconheçamos a qualidade artística do Caetano Veloso, essa declaração dá o que pensar...
Poucos se dão conta que é graças à propaganda incessante e mentirosa, que a esquerda insiste na pretensão de deter o monopólio da bondade, da justiça, da dignidade, das boas intenções e tudo mais quanto se refere ao altruísmo, ao desprendimento humano. Quem não pensa pela sua cartilha, ou denuncia a imensa farsa, hipocrisia e inveja contida nos seus ideais igualitários, é taxado de insensível, egoísta, injusto e outros qualificativos não menos infames.

A imagem sedutora da esquerda é tão bem trabalhada (principalmente em relação aos mais jovens, que não dispõem de defesas suficientes contra o insidioso veneno da doutrinação), que os mais embevecidos, como o já sexagenário Caetano Veloso, não obstante sintam que há algo de muito errado e pernicioso no seu interior, recusam-se a largá-la, mesmo depois da adolescência.
Não obstante consigam enxergar os fatos irrefutáveis que a realidade lhes revela, preferem permanecer, mercê de uma singular idiossincrasia, ancorados no porto seguro dos discursos de igualdade e fraternidade. Não querem escutar a voz da razão, mas somente aplacar suas consciências, redimir suas culpas. Ser de esquerda, afinal, parece fazê-los sentir bons e magnânimos.

Esses são os idiotas úteis, os soldados rasos do esquerdismo. O lado, digamos, sincero e bem intencionado dos seguidores dessa doutrina corrupta por natureza.
Entretanto, existe um outro lado da moeda. O lado dos mandarins, dos ideólogos da grande congregação, de gente que não merece outra alcunha senão a de pústulas.

Eles são oportunistas e, sobretudo hipócritas, pois não acreditam no que dizem e não vivem de acordo com o que pregam. Sua meta é o poder a qualquer custo e por qualquer meio. Sempre foi assim, desde Rousseau, Marx, Lênin e todos os outros. É só ler atentamente a História. Suas vidas privadas nunca espelharam aquilo que pregavam.
Quantos desses igualitários de fachada, que cultuam o regime de Cuba e bajulam Fidel Castro, estariam dispostos a largar suas espaçosas mansões, ou seus apartamentos, nos países essencialmente capitalistas, para ir viver no “paraíso” da ilha-cárcere?
Lembram-se de Jean-Paul Sartre? Aquele pseudo-filósofo maluquinho do existencialismo, casado com a não menos famosa cortesã, que propagava os modelos stalinista e maoista como perfeitos, mas que nunca deixaram o conforto dos Champs Elisés...Pois é, como eles existem milhares espalhados pelo mundo, divididos em inúmeras categorias. Hoje, vamos nos ater a dois desses espécimes.

O primeiro tipo vive de cargos públicos e detém vastos privilégios trabalhistas ou polpudas aposentadorias. Seu demagógico discurso é sempre em defesa da re-distribuição de renda e o fim das desigualdades sociais. Sua palavra de ordem é Justiça Social, mesmo que não tenha a mínima noção do que é isso! Defende a ampliação do Estado, pois é onde pode tirar maior proveito da sua incapacidade profissional. Malgrado suas mensagens altruístas e benevolentes, um detalhezinho do seu caráter chama a atenção: nunca, mas nunca mesmo, tente mexer com o que ele chama de “direitos adquiridos” (no mundo real chamamos de privilégios imorais), porque eles viram fera: fazem greve, passeata e quebra-quebra ! São capazes de paralisar suas repartições mesmo que essas sejam responsáveis pelas atividades essenciais do país, a custa de prejuízos incalculáveis para a população e, sem que isso lhes cause qualquer constrangimento. Apesar de serem, em tese, servidores públicos, são arrogantes, insensíveis e sobretudo, colocam seus interesses pessoais muito acima dos da sociedade.

Outro exemplar, não menos famoso e hipócrita, é o dos artistas. Também adoram falar de justiça social, igualdade, direitos humanos, etc. São, com raríssimas exceções, a vanguarda do anti-capitalismo, da anti-globalização, da luta contra o demônio neoliberal. No entanto, quando o assunto é direito autoral, plágio ou pirataria eles dão saltos acrobáticos e berram a plenos pulmões em defesa do direito de propriedade. Seus contratos com editoras, gravadoras e produtoras são elaborados por advogados privados do mais alto gabarito e devem ser cumpridos à risca, sob pena de processos indenizatórios milionários. Ao mesmo tempo, se o assunto é a dívida externa “em poder desses capitalistas nojentos”, não pensam duas vezes antes de mandar as regras contratuais às favas e propor o calote. No interior de suas mansões, a camarilha vive permanentemente protegida por seguranças armados até os dentes, mas, via de regra, desfilam pelas ONGs “da Paz” a favor da proibição do comércio de armas e, não vêem qualquer problema em dar apoio às invasões de terras e a outras propriedades privadas (desde que não sejam as suas) pelo MST et caterva. Afinal, como diz o velho ditado: pimenta nos olhos dos outros é refresco.

É claro que há outros espécimes de esquerdistas mal intencionados escondidos por aí. Costumam ser dissimulados, eu sei, mas não é difícil reconhecê-los. Para os iniciantes, aqui vão algumas dicas que os ajudarão a perceber quando estiverem diante de um:

1 - Compare o seu modo de vida com o discurso. Verá que são antagônicos. Normalmente freqüentam a alta burguesia, mas não se consideram parte dela, aliás falam mal dela;

2 - Verifique se existe algum interesse pessoal por trás de suas bandeiras. Por exemplo, donos de polpudas aposentadorias estatais são adeptos da tese de que não existe déficit na Previdência, sendo tudo parte de algum complô para prejudicar os velhinhos. Outro detalhe, jamais justificam a discrepância entre as aposentadorias públicas e privadas...

3 - Preste bastante atenção como reagem em relação ao sucesso alheio. Sendo, via de regra, invejosos, eles dificilmente aceitam que alguém (especialmente se empresário) possa ser bem sucedido honestamente.

4 - Observe que sempre procuram falar do coletivo, embora, no íntimo, sejam narcisistas e individualistas ao extremo.
Em síntese, procure pela hipocrisia, pelo logro e pela inveja e certamente identificará a fauna esquerdista.


Nota: o artigo original é do João Luiz Mauad, publicado pelo Mídia Sem Máscara em 25/9/06. Esta versão foi editada pelo Freeman.
A foto é do farsante mór, inspirador da esquerda hipócrita.

sábado, setembro 23, 2006

Uma pausa para a alma...


Remember:
Life is not measured by the number of breaths we take, but by the moments that take our breath away.


PS: A frase é atribuida a George Carlin, comediante do anos 70 e 80.
A foto é do Freeman, da série "Um Lago no Céu".

quarta-feira, setembro 20, 2006

Onde está a Justiça neste País?


"O PT chafurda na lama"– é o título do editorial, do jornal “O Estado de S. Paulo”...
A “Folha” publica: "Desmandos Sem Fim", onde resume: “A velocidade com que os escândalos se repetem na política é razão direta da impunidade reinante. O Congresso absolveu os mensaleiros; o PT se esquivou da depuração interna e abençoou os rebentos do valerioduto; Lula fechou-se na posição de quem ignora o que se passa no gabinete ao lado. Vista sob esse ângulo, a desfaçatez dos que ainda ousam carregar malas de dinheiro sujo para comprar delações é só rotina - uma rotina que, se não for extirpada pelas instituições republicanas, vai lançar à vala comum a própria democracia.”

- Que instituições republicanas? Pergunto eu e certamente milhões de brasileiros indignados!
Indignados, mas impotentes, desguarnecidos de qualquer instrumento de reação civilizada!
- Ah! Resta-nos o Judiciário, pensamos...
- Mas onde está o Poder Judiciário?
Como é possível um poder da república omitir-se diante de tanta imundice; diante de tanta desfaçatez?

Já escrevi e vou repetir aqui.
O que se pode esperar da Justiça, no Brasil?
Quanto tempo mais o País terá que aguardar para que a Lei seja aplicada isonomicamente, a todos, inclusive aos membros desses mesmos poderes republicanos?
Será que o Judiciário não entende a importância de uma justiça célere? Que é a ultima Instituição antes da barbárie?
Será que não entende que a cada ato eficaz de justiça, produz-se outro de igual valor, o pedagógico, ou seja: ao julgar delitos em prazos razoavelmente próximos de suas ocorrências, o Judiciário sinaliza à sociedade o caminho em relação à lei e à ordem.
São tantos os recursos protelatórios cabíveis no nosso formalismo jurídico que se podem postergar decisões até que todos esqueçam!
Portanto, podemos afirmar que as omissões e a morosidade do Judiciário, são incentivadores da impunidade, e da quebra moral, no verdadeiro sentido de justiça!
E não é, justamente, a primeira obrigação do Direito alicerçar-se na concordância da lei moral?
Não é ainda, o bem da comunidade a essência para definição da lei?
Quantas vezes preceitos constitucionais são desrespeitados, distorcidos ou simplesmente ignorados quando a vontade política dos dirigentes do Estado se sobrepõe aos da sociedade?
Segundo Montesquieu, o que caracteriza a Democracia é o “espírito” das Leis! É a crença de que prevaleçam os valores fundamentais do homem civilizado. Entre eles, a Liberdade; a Verdade; a Decência...
Na lista dos nossos questionamentos, gostaríamos de lembrar aos digníssimos magistrados (e legisladores) que a essência que define a ordem jurídica de uma Nação é a expressão da vontade coletiva da sua Sociedade.
Serão todos esses abusos, crimes e falcatruas cometidos pelos ocupantes do Executivo e do Legislativo a “expressão da vontade coletiva da sociedade?”
Ora, senhores membros dos tribunais superiores, chega de desculpas! O ministério público federal, e o de outras instancias, vêm acusando formalmente, há anos, inúmeros integrantes dos poderes públicos, mas nada acontece!
Será que o corporativismo entre os poderes e a troca deslavada de favores não cessará neste país?
Será que não romperemos com os ritos, e os formalismos processuais absurdos, sempre embebidos no labirinto das condescendências, das procrastinações?
Será que não veceremos a triste pecha de que o Judiciário foi feito para os réus, para os contraventores da lei? E que temos, na verdade, é um país onde crime e castigo guardam uma relação apenas acidental, o que leva, obviamente, os criminosos a se tornarem cada vez mais auto-confiantes e os cidadãos desnorteados e ao desalento.

É chegada a hora do Poder Judiciário manifestar-se formalmente! Se apressar em responder aos anseios da sociedade, antes que seja tarde!
A História passará a registrar não só a ineficácia da Justiça brasileira, como também a responsabilizará por não cumprir o seu papel maior de defender a integridade das Instituições e de proteger a própria Democracia.


Nota do Freeman: Parte deste texto já foi publicado aqui no blog em Novembro de 2005, sob o título: Perguntas ao Judiciário.

domingo, setembro 17, 2006

Governo Lula: Indicadores do Exterior.



Nos últimos 4 anos enquanto a economia mundial cresceu quase 5% e o comércio internacional 10%, ao ano, a economia brasileira só cresceu em torno de 2,5%. O comércio internacional brasileiro ainda não passa de 1% do comércio mundial. Fonte ONU.

Ainda informes periódicos da ONU sobre o nível do ensino público elementar e médio, indicam que no Brasil eles vêm se deteriorando e que estamos agora entre os piores da própria América Latina.

Segundo o FMI o Brasil vai continuar crescendo pouco em 2007, muito abaixo da China , Índia, Chile, Argentina e outros países emergentes.

Pior, crescendo mediocremente (Finantial Times) investidores não aplicarão em ativos produtivos (os que geram empregos).

Pesquisa da Ernest & Young com 586 líderes empresariais conclui que a corrupção do governo motivou o cancelamento de investimentos já programados.

A espanhola, Management & Exellence constatou que o Brasil é o segundo pior em segurança e em número de presos (169/1000 habitantes) e sua taxa de desemprego uma das maiores do Continente.

O ambiente para negócios, segundo o relatório Doing Business do Banco Mundial o Brasil está em 121º lugar num total de 175 países.

Segundo a ONG Transparência Internacional, sobre a percepção de corrupção, o Brasil está em 62º atrás de países como Botwana e Colômbia.

A safra agricola, em toneladas de grãos, reduziu-se entre 2004 e 2005 e deverá reduzir-se ainda mais em 2006.

A dívida interna superou o valor de 1 trilhão de reais.

Nota do Freeman: Sem Comentários...

quinta-feira, setembro 14, 2006

Um Lago no Céu.






Ah! Se fosse possível brincar contigo num lago no céu!



PS: Este pequeno lago realmente existe e a foto é do Freeman.

terça-feira, setembro 05, 2006

O Lixo Pedagógico


Há dois anos, um pequeno grupo de pais e estudantes preocupados com acontaminação ideológica de nossas salas de aula decidiu fazer algo para combater essa grave ameaça ao ensino. Criaram, para isso, uma organização informal que, a exemplo de tantas iniciativas nos dias de hoje, se materializou numa página da internet: o www.escolasempartido.org. O Escola Sem Partido, baseia-se na premissa de que, numa sociedade livre e pluralista (como diz ser a nossa), as instituições de ensino deveriam funcionar como centros de produção e irradiação do conhecimento, firmemente comprometidos com a busca da verdade, abertos às mais diversas perspectivas de investigação e capazes, por isso, de refletir, com a máxima fidelidade possível, os infinitos aspectos e matizes da realidade.
Isto, aliás, é o que estabelece, em outras palavras, a própria Constituição Federal, ao dispor que "o ensino será ministrado com base nos princípios da liberdade – de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber – e do pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas". Infelizmente, como sabemos, não é o que vem ocorrendo em grande parte das instituições de ensino no Brasil, da pré-escola à universidade. Imbuídos da crença de que um outro mundo é ainda possível, mas cientes, ao mesmo tempo, de que todas as tentativas históricas de implantar o paraíso na Terra, acabaram fracassando, alguns ideólogos perceberam que esse advento só seria possível se precedido de uma transformação na mentalidade das pessoas. E concluíram que essa transformação haveria de ser realizada, sobretudo, por meio da educação. Para a consecução desses objetivos, naturalmente, o educador do passado - para quem a educação era apenas uma forma de transmitir conhecimento objetivo sobre a realidade - deve ser substituído por um novo tipo de profissional.
De acordo com essa concepção - defendida, entre muitos outros, pelo Prof. Jefferson Ildefonso da Silva, doutor em Educação pela PUC/SP, em artigo acadêmico, reproduzido na seção "Corpo de Delito" do EscolaSemPartido -, o professor deve atuar em sala de aula como "intelectual dirigente e orgânico" (Antonio Gramsci). Cabe a eles - diz o Prof. Jefferson - "conquistar o lugar de intelectual dirigente e colaborar para a organização popular na sua luta por uma nova ordem social e econômica". Para isso, é necessário ultrapassar o "estágio romântico da consciência do professor", caracterizado pela idéia de "vocação", pelo "entusiasmo pela educação" e pela "crença no valor da ciência e do saber". É fundamental que o professor se conscientize de sua condição de "trabalhador do ensino". A partir desse momento, os professores "se organizam, se sindicalizam, provocam lutas massivas e fornecem um número elevado de militantes aos partidos de esquerda". Tomam consciência de ser "militantes de uma causa política, partícipes de uma nova insurreição, à qual deveriam dedicar-se com mística revolucionária que não é outra coisa senão um amor interno e profundo para com as massas exploradas e dominadas no passado". A consciência política, "imprescindível para que o conhecimento seja científica e tecnicamente organizado segundo os interesses populares, é o objetivo máximo de toda a formação do professor".Várias gerações de educadores foram e continuam a ser educadas segundo os cânones dessa pedagogia.

Em sua oposição democrática a esses cânones - assegurada pelo art. 206,incisos I e II, da Constituição Federal -, o EscolaSemPartido.org recebe e divulga depoimentos de estudantes que se sintam vítimas de doutrinação em sala de aula, garantindo ao professor ou instituição nomeada o exercício do direito de resposta. Além disso, o site - que é o único no gênero em língua portuguesa - pretende ser um centro de referência sobre o assunto, reunindo artigos, resenhas críticas de livros didáticos, atos normativos, debates, relatos e todo material relacionado ao problema da instrumentalização do conhecimento para fins político-ideológicos. O EscolaSemPartido.org tem despertado grande simpatia entre pais preocupados com a educação de seus filhos e estudantes que não se limitam a exercer opensamento crítico em relação aos alvos pré-determinados por seus professores. A iniciativa, no entanto, como não podia deixar de ser, desagradou muita gente. Grosso modo, nossos críticos se dividem em três grupos: os que se recusam a admitir a existência da doutrinação ideológica nas escolas; os que sabem que ela existe, talvez não concordem com a sua prática, mas por preguiça, acomodação ou solidariedade com a corrente política que a promove de forma organizada e sistemática se abstêm decondená-la; e, finalmente, os que a reconhecem e defendem sem pudor. Entre os dois últimos grupos, é comum a objeção, recentemente manifestada numa mensagem ao site, de que "todos nós temos ideologias, posicionamentos críticos frente a algo, não somos seres humanos vazios, temos as nossas crenças e valores que nos encaminham a algo". É verdade, mas isto não resolve o problema. A questão está em saber se professores, em sala de aula, devem dar livre curso às suas ideologias, crenças, simpatias e antipatias, na tentativa de moldar a cabeça de seus jovens e inexperientes alunos à sua própria imagem e semelhança; ou devem fazer um esforço permanente para conter essas tendências e se aproximar, tanto quanto possível, da objetividade científica. Além disso, impõe-se a pergunta: se a contaminação ideológica é, como dizem, uma realidade incontornável, não estariam as instituições de ensino moralmente obrigadas a promover o equilíbrio ideológico dos seus respectivos corpos docentes, dando aos estudantes a oportunidade de confrontar dialeticamente as diversas perspectivas de seus professores e extrair desse confronto uma visão mais rica e abrangente da realidade?
A nosso ver, as duas coisas são necessárias e moralmente obrigatórias. Cabe ao educador renovar diariamente o seu compromisso com a objetividade científica e é dever das escolas promover o equilíbrio de perspectivas político-ideológicas dos seus quadros de professores (é óbvio que no interesse dos alunos e não no dos integrantes dessa ou daquela corrente de pensamento), como forma de neutralizar os inevitáveis resíduos de contaminação ideológica. Nada disso, porém, está acontecendo. Refém da concepção pedagógica acima descrita, a maior parte das instituições de ensino - públicas e privadas, laicas e confessionais - sequer admite, por fraqueza ou cumplicidade, a existência ou a gravidade do problema. Quando confrontadas com denúncias concretas, negam os fatos ou tentam minimizá-los, tratando-os como episódios isolados. Os próprios estudantes, em reação sintomaticamente análoga à observada entre vítimas de seqüestros - a conhecida síndrome de Estocolmo -, assumem a defesa, quase sempre agressiva, dos professores acusados de doutrinação. Os alunos descontentes se calam. O medo de abrir a boca tomou conta da escola.
A educação no Brasil, como todos sabem, vai muito mal, mas os grupos que investem na doutrinação político-ideológica em sala de aula não têm do que reclamar. Seu portfolio contém investimentos de maturação lenta - crianças do ensino fundamental - e aplicações de curto-prazo - adolescentes na faixa dos 16 anos. Estudantes vampirizados no processo são automaticamente incorporados ao exército de voluntários, assegurando a expansão do negócio. Ao contrário do que sempre acontece, o governo não só não atrapalha, como incentiva, acoberta e patrocina a doutrinação. E os resultados estão aí, exuberantemente demonstrados pela morbosa uniformidade ideológica do cenário político e cultural brasileiro. Outubro se aproxima e esses grupos já se preparam para o vale-tudo das eleições. Se nada for feito, nossas salas de aula serão novamente seqüestradas por professores dirigentes e orgânicos, empenhados na transformação da sociedade e, mais diretamente, na conquista de votos para os candidatos e partidos de sua predileção. É inútil esperar do governo alguma providência. Cabe à sociedade e, de modo especial, aos pais e aos próprios estudantes, impedir que isto ocorra.

Nota do Freeman:
O advogado Miguel Nagib, coordenador do EscolaSem Partido.org pediu-me para ajudá-lo na divulgação desse seu artigo, cujo título original é: "Por Uma Escola Sem Partido". Apesar de não conhecê-lo pessoalmente, faço-o com enorme prazer e por várias razões:
A primeira, em reconhecimento ao excelente trabalho dessa organização que e a despeito da apatia e da preguiça de um grande número de pais, e da irresponsabilidade dos dirigentes de uma parcela consideravel de instituições de ensino, põe, corajosamente, o "dedo na ferida" numa área de vital importância para qualquer Nação que queira ser civilizada.
A segunda, porque é necessário, mesmo em minoria, esclarecer e alertar esses mesmos pais indiferentes, do mal que esses pseudo-professores (e essas irresponsáveis instituições) estão fazendo com os seus filhos ao deturparem a verdade dos fatos e por não cumprirem a obrigação primeira de ensinar objetivamente.
A terceira, (mas não necessáriamente a última) porque apesar deste problema vir de longa data, nunca esteve tão crítico dado o absurdo baixo nível que chegou a estrutura educacional brasileira.

sábado, setembro 02, 2006

Uma pausa para o sábado...


Uma pausa para os olhos e para a mente...porque ninguém é de ferro, e a vida humana vai muito além dos fatos políticos.
E como, lamentavelmente, não temos com o que nos regozijarmos neste “front”, vamos dar asas à imaginação e alegrar mentes e olhos...principalmente olhos...

A ótima fotografia é de Chris Earle