quinta-feira, outubro 29, 2009

Sócrates, a Imortalidade da Alma e seus exemplos de conduta.


No ano 399 antes da era cristã, o Tribunal dos Heliastas, composto por representantes das dez tribos que compunham a jovem democracia de Atenas, reunia-se com seus 501 membros para cumprir uma tarefa bastante difícil.

Representantes do povo, escolhidos aleatoriamente, estavam ali para julgar o filósofo Sócrates.

À época, figura controversa, Sócrates era admirado por uns e criticado por outros.

O pensador era acusado de recusar os deuses do Estado, e de corromper a juventude. Corromper, no sentido de questionar seus próprios pensamentos e conhecimentos; de ensinar a enxergarem uma realidade além dos ditames oficiais e do cotidiano mundano.

Sócrates desenvolveu a
arte do diálogo e a maiêutica, conduzindo o questionamento da existência, da procura da verdade no interior do homem.

Seus dizeres " sei que nada sei" representam a sapiência maior do ser humano, reconhecendo a ignorância e a pequenez, diante do universo da existência.

Por isso foi sábio, e além de sábio, deu exemplos de conduta moral inigualáveis.

Viveu na
simplicidade e sempre refletiu a respeito do mundo materialista, dos valores ilusórios dos seres, e das crenças vigentes em sua sociedade.

Frente a seus acusadores foi capaz de lhes deixar lições importantíssimas, como quando afirmou:

"Não tenho outra ocupação senão a de vos persuadir, tanto velhos como novos, de que cuideis menos de vossos corpos e de vossos bens do que da perfeição de vossas almas."

O grande filósofo foi condenado à morte por cerca de 60 votos de diferença.

A
grande maioria torcia para que ele tentasse negociar sua pena, assumindo o crime, e tentasse livrar-se da punição capital, com pagamento de algumas moedas.

Com certeza, todos sairiam com as consciências menos culpadas.

Todos, menos Sócrates que, de forma alguma, permitiu-se ir contra seus princípios de moralidade íntimos. Assim, aceitou a pena imposta.

Preso por cerca de 40 dias, teve chance de escapar, dado que seus amigos conseguiram uma forma ilícita de dar-lhe a liberdade.

Não a aceitou. Não permitiu ser desonesto com a lei, por mais que esta o houvesse condenado injustamente. Mais uma vez, exemplificou a grandeza de sua alma.

E foram extremamente tranqüilos os últimos instantes de Sócrates na Terra. Uma calma espantosa invadia seu semblante, e causava admiração em todos que iam visitá-lo.

Indagado a
respeito de tal sentimento, o pensador revelou o que lhe animava o espírito:

"
Todo homem que chega aonde vou agora, que enorme esperança não terá de que possuirá ali o que buscamos nesta vida com tanto trabalho!

Este é o motivo de que esta viagem que ordenam me traz tão doce esperança."

Sim, Sócrates tinha a certeza íntima da imortalidade da alma, e deixou isso bem claro em vários momentos de seus diálogos. A perspicácia de seus pensamentos e reflexões haviam chegado a tal conclusão. (Imaginem isso, antes da era cristã)

O
grande filósofo partia, certo de que continuaria seu trabalho, de que prosseguiria pensando, dialogando, e de que desvendaria um novo mundo, uma nova perspectiva da vida.

Texto com base no livro O Fédon, de Platão.

terça-feira, outubro 13, 2009

O quadrado mágico.



É assim que o Governo Federal alcunhou os quatro integrantes do “Programa de Educaçãoque estará sendo completado com a adoção de um uniforme padrão para todos os alunos das escolas da rede pública do País.

Os três lados existentes são: o programa de livros didáticos, o ônibus e a merenda escolar. Aliás, cada uniforme, cujo custo está estimado em R$100 / unidade, deverá ser fornecido para até 50 milhões de estudantes que integram a rede pública.

Quando, sabidamente, nas escolas públicas a principal deficiência do ensino fundamental e médio é a sua qualidade, parece-nos absolutamente supérfluo, além de um enorme desperdício gastar-se R$5 bilhões/ano para "padronizar" os estudantes. Fora, obviamente, que essa encomenda resultará em uma nova derrama de dinheiro público extremamente útil ao financiamento de campanhas governamentais.

Qualquer cidadão, medianamente esclarecido, sabe que esse volume de recursos seria bem melhor empregado na qualificação e no salário dos professores...

Além disso, seria também melhor empregado na correção dos atuais livros didáticos onde se encontram não só erros absolutamente grosseiros, como também, propositais, tendo como objetivo a mais deslavada doutrinação marxista nas escolas.

O excêntrico da decisão do Governo é a comunicação de que os grandes beneficiários do programa estão na "tecelagem" e no número de empregos que irá criar. Para dar um tom nacionalista ao Programa do Uniforme, poderão participar da "concorrência", empresas brasileiras.

É, realmente, um quadrado mágico onde vão se juntar propaganda política (ano eleitoral), corrupção em alta escala, menosprezo à qualidade de ensino e aos professores. A idéia básica, além dos benefícios eleitorais, é a de criar cidadãos para servir ao Estado, e não o Estado servir aos cidadãos. Não esqueçamos, finalmente, que todos nós pagaremos a conta.

* O artigo está baseado no "comentário do dia" de Arthur Chagas Diniz do INSTITUTO LIBERAL. Está significativamente alterado pelo Freeman.

segunda-feira, outubro 05, 2009

O atraso do atraso...



‘Dividir em raças é idéia reacionária

A entrevista abaixo poderia ter sido dada por um liberal convicto, mas por incrível que pareça, foi dada pelo coordenador nacional do Movimento Negro Socialista (MNS), a única das entidades ligadas ao movimento negro que é contrária à implementação das cotas raciais. José Carlos Miranda, vai na contra-mão das demais organizações. Militante do PT e ex-integrante do Diretório Estadual de São Paulo, Miranda classificou de “um enorme equívoco” a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial pelo Congresso. Nunca tinha ouvido falar d0 senhor Miranda, mas, como podemos ver, toda regra tem exceção: dentro da mediocridade socialista do PT existem alguns indivíduos, ainda, com bom senso.

Eis a entrevista:

O que significa, em sua opinião, a aprovação do estatuto?

A lei consagra as políticas racialistas que conspiram contra a união nacional, ao dividir a população em raças. É uma ideia reacionária, ao contrário do alardeado, e totalmente anticientífica.

Qual é o principal problema do projeto, para o senhor?

Se nós reclamávamos das cotas nas universidades, o que foi aprovado, com cotas nos empregos, é ainda mais danoso. Daqui a pouco, teremos sindicatos só de brancos e sindicatos só de negros, o que contraria tudo o que foi feito no Brasil para unir a população até hoje. O que ficou demonstrado, também, é que os movimentos racialistas, boa parte ONGs subornadas por verbas públicas, mantiveram a cota nas universidades em outro projeto. Haverá uma audiência pública sobre o tema, para o qual só foram convidadas as entidades favoráveis à medida.

Há algo mais a ser questionado em torno desse tema?

Também discordamos da forma como se deu a aprovação, por acordo, sem a participação dos deputados em plenário, até para que soubéssemos qual a opinião deles sobre o assunto. Toda vez que esse tema é discutido, a aprovação ocorre assim, sem transparência ou participação popular.

O que o Movimento Negro Socialista pretende fazer agora?

Nós vamos à luta no Senado, para impedir a aprovação dessa proposta. Acho que nem o próprio presidente Lula entendeu o alcance do projeto. Somos contra a ideia de raça, que trará muitos problemas ao Brasil.