quarta-feira, janeiro 28, 2009

Estatisticas Interessantes...


O professor Joseph Olson, da Faculdade de Direito da Universidade Hamline, em St. Paul, Minnesota , levanta alguns fatos interessantes a respeito dos números da última eleição presidencial americana:
Número de Estados em que os Democratas venceram: 19. Republicanos: 29.
Milhas quadradas das terras em que os Democratas venceram: 580.000. Republicanos: 2.427.000
População dos municípios vencidos pelos Demobratas: 127 milhões. Republicanos: 143 milhões.
Índice de criminalidade por 100.000 habitantes em municípios vencidos pelos Democratas: 13.2 Pelos Republicanos: 2.1
O professor Olson ainda resalta: "No conjunto, a maioria do território do mapa vencido pelos Republicanos, é de terras cuja propriedade pertence a cidadãos contribuintes de impostos.
O território dos Democratas é constituido, na sua maioria, por áreas das grandes cidades, onde há um grande número conjuntos habitacionais de propriedade pública subsidiada, e dependência das várias formas de assistência pública aos cidadãos.
O professor Olson acredita que os Estados Unidos está numa fase entre a "complacência e a apatia", em que quase 40 % da população está vivendo, de alguma forma, da dependência governamental.
Artigo recebido por e-mail. Traduzido pelo Freeman.

terça-feira, janeiro 20, 2009

A vitória de Obama

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Gostaria muito de estar enganado, mas não posso discordar do editorial do London Daily Mail abaixo (traduzido e editado pelo Freeman).
Quem sabe o senhor Obama se torne um Tony Blair que, apesar de "trabalhista", fêz o governo mais conservador fora Margareth Tatcher. Enfim, depois do desastre W. Busch a esperança é a última que morre...

"A vitória de Obama .
Uma vitória para a histérica Oprah Winfrey, para o pregador racista Jeremiah Wright; para grande parte da midia que abandonou, há tempos, qualquer senso de objetividade; para os europeus que desprezam a América, em grande parte porque dela dependem; para pretensiosos fanfarrões que se dizem destemidos, mas não se atrevem a combater os poderosos grupos de interesses. Uma vitória do culto ao culto. Um homem que fez pouco em sua vida real, mas tem escrito muito sobre as suas realizações, como se tivesse encontrado a cura para o câncer ou inventado algo surpreendente para a humanidade. Uma vitória do estilo sobre a substância, do exagero sobre a história, da demagogia sobre a realidade.

Uma vitória de Hollywood, a mais disfuncional das comunidades em todo o mundo. Vitória de Streisand, Spielberg, Soros e Sarandon. Vitória para quem prefere o bem-estar dependente, à vontade própria e a interferência governamental à independência pessoal. Para aqueles que pensam com mentalidade de rebanho, àqueles que lutam pela iniciativa individual, e o direito de discordar da corrente política da moda.

Vitória de um homem que não é amigo da liberdade. Ele e seu grupo já declararam que a mídia deve ser controlada de modo a ser “equilibrada”, sem perceberem a extraordinária ironia dessa afirmação. Como a maioria dos fanáticos esquerdistas, os adoradores de Obama constantemente falam da Fox e Limbaugh, quando a grande maioria das estações de televisão e jornais são ultra- esquerdistas e anti-conservadora. O veterano democrata Chuck Schumer disse que, assim como pornografia deve ser censurada, também o devem ser os programas de entrevistas. Em outras palavras, um dos poucos meios de livre expressão pode muito bem ser cerceado por aqueles que, mesmo em triunfo, não toleram qualquer crítica ou oposição.

Uma vitória para aqueles que acreditam que o Estado é o melhor qualificado para criar seus filhos do que a família, para aqueles que preferem sindicatos de professores, ao ensino efetivo; para aqueles que estão ingenuamente convencidos de que se o Ocidente for suficientemente fraco e brando perante seus inimigos, a guerra e terrorismo vai se dissolver tão rapidamente quanto as lágrimas na face de uma celebridade esquerdista.

Uma vitória para a democracia social, mesmo depois da maior parte da Europa chegar a dolorosa conclusão de que ela só os levou à mediocridade, à incapacidade de competir, ao desemprego, à inflação, ao aumento dos impostos e a estagnação econômica. Uma vitória para advogados oportunistas, sentimentalistas banais, extremistas sociais e pseudo-cosmopolitas esnobes.

Parabéns América!"

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Arte de Falsários




O subprime foi um gigantesco esquema de Ponzi* - fraude em que, como na corrente da felicidade, ganha quem joga, até que a pirâmide invertida venha abaixo. Enquanto a bolha imobiliária americana cresceu, credores emitiram hipotecas ao deus-dará, bancos as enfeitaram com a emissão de títulos, maquiados pelas agencias de classificação de risco, que gestores de recursos compraram com dinheiro emprestado, contabilizando lucros não realizados. Fortunas se criaram e se perderam, mil vezes maiores que os US$ 50 milhões que Van Meegeren ganhou falsificando quadros de Vermeer e vendendo-os a museus na Holanda e a nazistas durante a 2ª Guerra Mundial. Frank Wynne conta essa história em Eu Fui Vermeer.

De Beny Parnes, estrategista-chefe do BBM Investimentos, recebi o livro e a recomendação de traçar paralelos entre os desvarios do mercado financeiro na última década e os do falsário holandês na metade do século 20.

O sucesso do falsário depende de dois elementos: avanço da tecnologia e desejo da vítima de se deixar enganar. O avanço técnico no caso de Meegeren foi a baquelita, primeiro plástico para fins comerciais, que lhe permitiu substituir o óleo vegetal como veículo na pintura. Com ela obteve o endurecimento da tinta, necessário para mantê-la inalterada em testes de autenticidade. No caso do esquema financeiro, a inovação tecnológica combinou derivativos com artimanhas de controle de risco, como a securitização que transformava em títulos AAA empréstimos hipotecários - cuja qualidade era tão ruim que até mesmo Alan Greenspan, depois do desastre consumado, se confessou em estado de choque.

Quanto ao segundo elemento necessário ao seu sucesso, Van Meegeren encontrou-o no desejo dos críticos de descobrir quadros de um período intermediário na obra de Vermeer. Apesar da pequena produção do pintor seiscentista, existe uma disparidade gritante de estilo e tema entre Diana e suas Companheiras (obra do artista jovem) e A Leiteira (o primeiro trabalho da maturidade). No vazio entre um e outro, os críticos imaginaram um Vermeer desaparecido, que uniria as duas fases. O falsário identificou o desejo dos críticos e o realizou.

“Falsificações são um retrato cambiante dos desejos humanos. Cada sociedade falsifica as coisas que mais cobiça”, argumenta Mark Jones em The Art of Deception. No começo do século 21 o desejo era o de uma vida incompatível com os ganhos da economia real. A ganância incitava a crença na ausência de riscos, na morte da teoria do ciclo de negócios e no céu como limite para as taxas de crescimento.

Beny Parnes observa: “Os agentes financeiros sabiam o que faziam. Ou quase todos. Com certeza não faltava consciência de seus próprios atos aos empacotadores de hipotecas e aos bancos que colocavam esses pacotes em suas carteiras de investimento. Os compradores dos ativos suspeitavam do que estava acontecendo. Mas o desejo de altos rendimentos gerava a crença em hipóteses bobas sobre risco e o incentivo para entrar no negócio e comprar o Vermeer de Meegeren”.Como dizia Maquiavel, “quem trapaceia sempre encontra quem se deixa trapacear, porque os homens cedem prontamente a desejos momentâneos”.

A diferença entre a experiência dos falsários de hoje e a de Meegeren está na seqüela da trapaça. Meegeren agiu como indivíduo isolado. Preso, e depois absolvido, causou prejuízos e decepção a museus e seus freqüentadores, mas não um desastre econômico. No século 21 a ação coletiva de milhares de investidores produziu uma bolha hipotecária que mudou a alocação de recursos e terminou em catástrofe para o globo.


* Este artigo (editado pelo Freeman) é da economista e professora Eliana Cardoso. Foi escrito no início de Dezembro, antes da divulgação da notícia da prisão de Bernard Madoff que, através de seus fundos financeiros criou um verdadeiro esquema de Ponzi, fraudando aplicadores do mundo inteiro em pelo menos US$50 bilhões. Realmente, com esta enorme crise financeira, recheada de escândalos explícitos e pior, não explicitos, está na hora de pensarmos seriamente em manter nosso rico dinheirinho debaixo dos nossos colchões...
A pintura é (esperamos) do verdadeiro Vermeer - "A garota do brinco de pérola".