quarta-feira, agosto 23, 2006

O Banqueiro e o Cardeal.


Duas figuras notáveis do cenário social brasileiro são o banqueiro Olavo Setúbal e o cardeal-arcebispo de Salvador e presidente da CNBB, Dom Geraldo Majella Agnelo. Dois homens que alcançaram a senectude com uma história pessoal de sucesso tendo desempenhado ativamente papéis na nossa história contemporânea. Por seu destaque e também pela idade avançada, deveríamos esperar desses dois senhores lições de sabedoria e ensinamentos práticos de ação positiva. Em vão. Suas idéias são o oposto do bom senso e o espelho medido do grau de alienação que tomou conta da elite brasileira, que perdeu não apenas o senso de realidade, mas o instinto de sobrevivência.

Na edição de 13 de Agosto da Folha de São Paulo encontrei um artigo do cardeal e uma entrevista do banqueiro. Quero comentá-los porque formam um material bastante didático para um estudo da determinação da grave decadência de que padece a sociedade brasileira. Se poderosos envelhecidos que exercem o poder em sua área de atuação não vêem a realidade como ela é, o que dizer dos mais jovens?
O Brasil está órfão de liderança.

Comecemos com a entrevista de Setúbal. Ele iniciou por afirmar que “o governo Lula acabou sendo um governo extremamente conservador”. É preciso abstrair o fato de Setúbal ser banqueiro e Lula um bom pagador de juros sobre a dívida pública. Lula seria conservador? Não! Tentou de todas as formas elevar a carga tributária, apóia abertamente o movimento guerrilheiro do MST e suas dissidências, alinhou a diplomacia brasileira com Hugo Chávez, Fidel Castro e o Foro de São Paulo, movimento em si absolutamente revolucionário, fez da compra de votos, via bolsa-família, sua base de reeleição, fazendo regredir as práticas políticas brasileiras ao tempo da República Velha. Isso sem esquecer que fez o Brasil mergulhar nas práticas fisiológicas e corruptas sem paralelo na história, com a instituição do mensalão, o aparelhamento do Estado para gerar recursos escusos para campanhas eleitorais e práticas como as que resultaram no escândalo chamado de Sanguessugas.

Ingenuamente, ou exercendo plenamente a sua senilidade, Setúbal vaticina que não há “nenhum sinal de tensão no sistema financeiro”. Ora, um analista minimamente interessado na realidade sabe que a reeleição de Lula servirá como ponto de partida para as reformas autoritárias que não conseguiu instituir, como a lei da mordaça, como a tentativa de tutelar a imprensa, o alinhamento mais forte com o regime da Venezuela, com uma hostilidade maior em relação aos EUA e com a expansão dos “direitos” incompatíveis com o livre mercado. Seria o preâmbulo da implantação adiada do socialismo e a prática inaugurada por Chávez de abolição da separação dos poderes. Chamar Lula de conservador, como fez Setúbal, chega a ser piada de mau gosto. Daí ele concluir que “não tem diferença do ponto de vista do modelo econômico. Eu acho que a eleição do Lula ou do Alckmin é igual”. Tem sim. Lula é um revolucionário cuja ação radical está latente e pronta para ser posta em ação. Alckmin não tem qualquer compromisso com o movimento comunista. São antípodas.

Setúbal tem uma visão idílica do Brasil: “Nunca o Brasil esteve tão bem como hoje. A educação, a saúde, tudo melhorou enormemente. Só tem uma coisa que piorou: a segurança pública. No meu tempo de jovem, havia um único ginásio, era ginásio do Estado, mas dizer que a educação era boa antigamente é uma grande ilusão. Tudo melhorou. O ensino melhorou, a USP melhorou enormemente em relação ao que era 50 anos atrás. A única coisa que realmente piorou foi a segurança pública”. É insensato imaginar que a USP, por exemplo, aparelhada para ser um viveiro de militantes revolucionários, melhorou em relação ao passado. E não ver que o ensino público fundamental e médio é uma sucata viva, que só tem compromisso com a doutrinação de esquerda, é não saber o que se passa. O Brasil progrediu em muitos campos, mas nunca o país esteve tão à mercê de aventureiros despudorados que não hesitarão em destruir o que se conseguiu para alcançar seus objetivos políticos.

Seu único senão é a segurança pública, mas não percebe que ela é a ponta-de-lança dos inimigos da sociedade aberta e o abre-alas da revolução. A violência que explodiu em São Paulo tem causas políticas. Mas Setúbal tem na ponta da língua uma explicação para ela, completamente alienada: “A principal razão é a explosão da natalidade. A taxa de natalidade ainda cresce de forma absurda no Brasil. Chegou a ser 5% o crescimento anual da população brasileira. Hoje ainda é muito alta. O Brasil precisa diminuir a taxa de natalidade. Mas nenhum político assume isso por causa de problemas religiosos”. E diz que o suposto problema tem origem na Igreja Católica que não recomenda o uso de contraceptivos.

É como se os bebês, ao nascer, já viessem armados de AR-15. Ridículo! A violência é um aleijão moral praticado por pessoas adultas, má intencionadas e movidas politicamente. Nada tem a ver com a taxa de natalidade e com os bebês. Aliás, as últimas pesquisas demográficas divulgadas pelos IBGE mostram que a taxa de natalidade no Brasil, mormente a de São Paulo, está no nível europeu. Setúbal se engana duas vezes, por julgar que a população está crescendo velozmente e por achar que o mal está na sua expansão.

Banqueiros só têm compromisso com a rentabilidade de seus bancos e não têm, em princípio, porque se transformarem em bons analistas sociais. Mas asneiras desse calibre vindo de um homem como ele, que praticou e conviveu com os méritos do capitalismo e conheceu de perto a vida pública, parece-me imperdoavel.


Já o cardeal Agnelo é outra história: ele representa a sagrada tradição que tem as lupas para ver a realidade e tem o estofo moral e a certeza metafísica que não podem levar a enganos. Por isso fiquei desolado ao ler a sua opinião exposta no artigo (“São Paulo, cidade sitiada”), em absoluto desacordo com o que aprendi da doutrina cristã e tenho visto nos documentos escritos pelo Santo Padre Bento XVI: “Em meio a tantas opiniões, fico com a maioria dos analistas sociais: está na injustiça, que, a meu ver, é um cancro que rói as entranhas da humanidade”.

Ora, alguém só cai no crime e no pecado pela fraqueza moral individual e pela má intenção. A frase do cardeal oculta a análise marxista da luta de classes que substitui as certezas cristãs. Um cristão sabe que o mal está sempre à espreita e que ele, o mal, é mais eficaz quando toma a forma de movimentos políticos. E que deve resistir ao mal. Quando o mal se assenhora do Estado, como houve em todas as experiências coletivistas, a sua eficácia foi total e a imagem cristã de que esse mundo é um Vale de Lágrimas alcançou expressão concreta na sua plenitude.

A tese do cardeal o leva necessariamente ao relativismo moral, fato que o faz inocentar algozes e transformar as vítimas dos facínoras em culpados pela violência que sofrem, em completa inversão das coisas. Nas suas palavras: “Inegavelmente, a existência da flagrante injustiça reinante no Brasil faz surgir novas lideranças, boa parte delas surgidas dos guetos gerados por essa mesma injustiça. Não adiantou nos fecharmos em condomínios, comprarmos câmaras para nos livrar do ‘inimigo’, pois ele está no meio de nós, e nós subestimamos a sua inteligência. Ele aprendeu a corromper, a comprar pessoas e instituições; ele nos causa medo, pois atinge nossos filhos, atinge a todos nós, e agora ataca até mesmo a instituição criada para nos defender. Estamos reféns. Quem pagará nosso resgate”? Como cristão eu diria que Cristo pagou nosso resgate, mas não se trata dessa certeza escatológica aqui.

Não satisfeito ainda reconhece legitimidade aos meliantes em pôr em dúvida as instituições que representam a democracia. Escreveu: “Impressionou-me o depoimento de Marcola, no qual disse que sua ‘escola’ fora a dos exemplos vindos de poderes constituídos, corrompidos e corruptores. Não terá ele razão? Essa escola não atingiu só o PCC: tem atingido toda a sociedade. Ser honesto passou a ser sinônimo de tolo, de débil mental. Mas não existe só essa escola apontada por Marcola. Nós criamos muitas outras, e por elas caminhamos”. O cardeal coloca no mesmo patamar o criminoso muitas vezes apenado e as instituições da democracia. É nivelar por baixo. Marcola não tem autoridade alguma para julgar nosso sistema político. Na verdade, para nada.

O delírio do cardeal é tão grande que inventou até novas formas de pecado, algo absolutamente alheio aos textos sagrados, se supusermos que o que Lênin e Marx escreveram nada tem de sagrado e seus escritos não são canônicos. Nas suas palavras: “Penso que hoje não podemos apenas falar de pecado social. Há também um pecado estrutural, presente nas instituições governamentais mais representativas. E isso se faz notório quando percebemos que, mesmo enxergando a calamidade que está dentro de nós, continuamos tentando encobrir o sol com a peneira, como se tivéssemos controle do tsunami que se formou no meio do oceano social”.

Pecado social? Pecado estrutural? Ora, o que é isso, cardeal? Pecado, pelos verdadeiros ensinamentos da Igreja, é algo que tem a ver apenas com indivíduos e só o marxismo-leninismo é que poderia, por uma analogia assaz grosseira, usar essas expressões. Um homem de fé e cultuador das Escrituras não poderia cair em um erro como esse.

Sua conclusão não poderia ser mais insensata, invertendo a realidade das coisas: “Não há tempo para apontar culpados e vítimas. Todos somos culpados e vítimas - e, diria melhor, somos vítimas de nossas culpas”. Será que o cardeal ainda não descobriu de que lado está? Que há o bem e o mal? E que o mal em política hoje responde pelo nome de coletivismo? E que Marcola e seus “soldados” estão a serviço do mal? Será tão difícil assim distinguir a virtude do vício? Ao misturar tudo no mesmo saco penso que o cardeal prestou um grande serviço ao Inimigo de Deus.



* Notas do Freeman:

  1. Eu já havia esboçado um artigo comentando (menos diplomaticamente, digamos) a entrevista e o artigo aqui referidos, quando lí esse excelente artigo do Nivaldo Cordeiro no Mídia Sem Máscara. E está óbvio qual escolhí publicar...Está minimamente modificado, mas o mérito é todo do Nivaldo.
  2. Depois a Igreja Católica não sabe porquê está perdendo fiéis...
  3. Se algum dia eu começar a manifestar opiniões como essas do banqueiro e do cardeal, deixo aqui, de antemão, autorização formal para qualquer leitor internar-me num hospício ou inscrever-me como membro do PT, o que dá quase na mesma...

domingo, agosto 13, 2006

Obtusidade cívica ou cínica má-fé?














De volta, infelizmente, e com os pés na terra, enxergo que nada mudou para melhor no nosso horizonte institucional e político. Pelo contrário, a confusão instituida pela era PT do que é ético, correto, verdadeiro, parece que só piorou! Neste país que adora ciglas, a violência "coletiva", por exemplo, antes restrita ao MST dá lugar a uma organização concorrente, creio, também do próprio governo, conhecida aparentemente como PCC...Pretendo ainda me informar melhor...
Se isso se confirmar, nós liberais até que deveríamos estar contentes, pois onde há livre concorrencia o preço tende a baixar e o serviço a melhorar...Logo, poderemos estar escolhendo entre ser trucidado pelo MST ou pelo PCC...
E neste retorno, para saudar os estrategistas políticos de plantão, só me resta transcrever (ligeiramente editado) um excelente artigo do João Nemo, publicado no "Midia Sem Máscara".
Portanto, nada de preguiça: LEIAM!!!

Há não muito tempo, com a elegância que caracteriza os seus textos, Percival Puggina criticou a campanha que tem pipocado na Internet, prescrevendo como antídoto da imoralidade política, o voto nulo. A idéia em síntese é: a coisa está tão ruim que deveríamos todos votar nulo e inviabilizar as eleições.
Vivemos, há pouco, o período da copa do mundo, quando até minha sogra (a do Nemo, não a minha), que não distingue bola de futebol de bola de gude, se meteu a dar palpites táticos e de escalação. Parece que época de eleição também promove o mesmo efeito, gerando novos e brilhantes estrategistas que passam a promover idéias geniais como essa.
Se isso pega, estaremos submetidos ao risco de vir a reeleger este governo absurdo, avalizando todas suas estrepolias, entre elas a institucionalização do roubo e da impunidade. É exatamente a proposta que merece a célebre frase de Nelson Rodrigues: obtusidade córnea ou má-fé cínica!
Primeiro a obtusidade. Nesse caso estamos falando, muito tipicamente, daquele tipo de pessoa que fazendo cara de nojo lembra que “todo político é ladrão”, ninguém presta, a política é uma vergonha, etc.. A solução é ficar de longe, preservar a própria pureza e num embevecimento quase erótico com a perfeição moral da sua suposta virgindade, não fazer nada. Aliás, a virgindade, por definição, é estéril e muitas vezes o que parece virtude é aridez mesmo. A atitude descrita faz sentido para uma donzela: enquanto não aparece um cavalheiro digno da sua “mão” ela não se entrega. Então, essas donzelas do voto, não vislumbrando príncipes mas apenas enxergando sapos, acham que não devem se entregar e preferem correr o risco de serem estupradas junto com as liberdades individuais e as instituições democráticas. Numa reeleição estaremos flertando, mesmo, é com isso.
Assim como a donzela recusa “membros” menos nobres, alguns dirão que é preciso demonstrar repulsa aos membros do legislativo que transformaram, verdadeiramente, o parlamento brasileiro em uma casa de tolerância, que absolveram corruptos comprovados, que gastam dinheiro público em inutilidades e auto-promoção. É verdade. Nada ilustra melhor o nosso drama do que o fato de ter sido eleito Presidente da Câmara uma nulidade severina cuja principal tarefa parlamentar era pedir aumento de salário, para impedir que o governo ocupasse o posto com um dos seus mais sinistros missionários. Deu no que deu, mas quase acabou sendo eleito, posteriormente, um oposicionista, não fosse aberta uma generosa temporada de bondades do executivo para atrair os votos “flutuantes” do prostíbulo brasiliense. Para usar as tão apreciadas metáforas futebolísticas, diríamos que política é assim mesmo: nem sempre é possível fazer o gol, então é preciso contentar-se com um tiro de canto; e se não der para estar com a bola, é marcar rijo o adversário; quem não faz, pelo menos tenta ver se não toma. O que não dá é para sair do campo e achar que com isso ganha alguma coisa. Eu sei, eu sei, há muito jogo sujo e suspeitas de que andam cooptando o árbitro, mas é preciso lutar, não fazer beicinho nem retirar-se para o vestiário.
Votar nulo equivale, na melhor das hipóteses, a uma estranha tentativa de vencer dando WO. Sempre aconteceu o contrário e, mesmo na Venezuela, onde havia muito mais razão para isso, a abstenção oposicionista deu a Chávez a possibilidade de espancar mais à vontade as liberdades individuais, respeitando formalmente a lei, e dando prosseguimento, sem maiores percalços, ao seu paranóico projeto “bolivariano”.
Na sua faceta obtusa, essa de votar nulo lembra aqueles sujeitos que quando o avião atrasa vão até o balcão da companhia aérea encher a atendente de desaforos. A pobre moça, simples funcionária, fica no “sim, senhor”, “vou comunicar, senhor”, “vou chamar o supervisor, senhor” e tome grito indignado, tome direitos constitucionais, tome direitos do consumidor, tome “isso não vai ficar assim” e pronto. Claro que vai ficar assim. O sujeitinho continua esperando o avião, avisando o mundo pelo celular para aguardá-lo porque foi vítima de uma infâmia e depois passará algum tempo contando como reagiu com veemência à desconsideração sofrida. O tráfego aéreo, porém, vai continuar o mesmo. Votar nulo é tão estúpido e impotente quanto isso. Não faz uma mocinha chorar, mas chuta o balde da democracia e o sujeito se sente importante porque mostrou braveza.
Já a outra faceta da coisa, a má fé cínica, certamente está presente neste caso em doses consideráveis. Se não for a inspiradora única da iniciativa é, pelo menos, a sua mais entusiasmada incentivadora. Eu arrisco um palpite que só chamo de palpite porque não tenho gravação e foto para provar. Quando se organiza uma campanha política, uma das chaves padrão é fatiar os públicos alvo da campanha segundo alguns critérios – faixa de renda, escolaridade, sexo, atividade econômica etc. – e determinar planos táticos destinados às diversas camadas e segmentos da sociedade. Depois do banho de escândalos que vimos acompanhando, em que perplexidade sincera, decepção, horror e moral farisaica se misturam num amálgama intrincado, qual seria a tática para abordar os mais revoltados e sensíveis a um dos mitos preferidos entre nós: o de que ninguém presta? Com certeza os indignados, os decepcionados e outras viúvas das próprias ilusões, não votarão no apedeuta. Então, cumpre procurar que não votem no “outro”.
Quando o Barão de Itararé lançou a sua conhecida frase: “Restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos”, sabia o que estava dizendo. Como é muito difícil restaurar a moralidade, resta a segunda hipótese, mas agora com ar de indignação e plenamente justificada. Vejamos: no caso atual, também não é possível locupletarmo-nos todos – somos exatamente os pagantes para outros se locupletarem - então, como conseqüência, restar-nos-ia expressar a revolta num ato de abstenção ruidosa. Como perfeitos idiotas, ajudarmos a quem deveria ser o principal alvo da nossa fúria.
Sempre vi com extrema desconfiança a pregação de muitos amigos, com os quais comungo a maioria das idéias, contra o voto obrigatório, baseados em uma suposta liberdade de opção e ocultando a preconceituosa idéia de que os “simples” votam mal. Não enveredarei por esse tema porque seria longo e sem retorno para a questão principal, mas em relação à pregação vigente pelo voto nulo, não tenho dúvidas: faz parte de uma estratégia de redução do voto oposicionista, por mais inocentes “indignados” que embarquem nessa canoa. Como acredito que estas eleições ainda vão se tornar “calientes” à beça, creio que o voto nulo tenderá a diminuir e não a aumentar. Mas não se iludam: quem sente repugnância pelo mar de lama vermelha que aí está vote, como diz Olavo de Carvalho, no Chuchu; quem sonha com um socialismo meigo e generoso que jamais existiu, vote no sorriso doce da estridente senadora das manguinhas bufantes; quem curte idéias mágicas, tem à disposição o simpático e delirante ex-ministro da educação. Mas não chute a democracia votando nulo, porque isso seria conivência.
A propósito, eu vou votar no Chuchu com mais convicção do que jamais votei em toda a minha vida.