quarta-feira, dezembro 15, 2010

O exemplo Sul Coreano






Os líderes de Brasil, México e Argentina deveriam ter observado por que a Coreia do Sul é hoje uma potência.


Quando os presidentes de Brasil, México e Argentina participaram da reunião das maiores economias mundiais no G-20 em Seul, no mês passado, eles deveriam ter reservado algum tempo para dar uma espiada no país sede do encontro. Poderiam ter aprendido porque a Coreia do Sul se saiu melhor que seus países.

Há apenas cinco décadas, a Coreia do Sul tinha uma renda per capita anual de US$ 900, uma pequena fração da renda per capita anual da Argentina, US$ 5 mil, do México, US$ 2 mil e do Brasil, US$ 1,2 mil. Hoje, a Coreia do Sul tem uma renda per capita anual de US$ 28 mil, mais de duas vezes os US$ 13,4 mil da Argentina, os US$ 13,2 mil do México e os US$ 10,1 mil do Brasil.

O que a Coreia do Sul faz tão melhor que os países latino-americanos?
Há diversas explicações, incluindo o fato de que o país asiático cultivou sempre políticas econômicas sérias, sem guinadas populistas e sem desperdícios com a burocracia; aferrou-se a uma estratégia de desenvolvimento de longo prazo, movida pelas exportações; e há muito pratica uma espécie de capitalismo gerido eficazmente pelo Estado, ao qual alguns economistas creditam o surgimento de suas multinacionais gigantes, como Hyundai, Daewoo e Samsung. Além disso, virtualmente, todos concordam que uma das principais razões por trás do sucesso foi sua obsessão com educação.

A Coreia do Sul decolou nos anos 60, quando EUA e Europa reduziram drasticamente sua ajuda econômica ao país, e a economia sul-coreana despencou. A Coreia do Sul decidiu que precisava de uma força de trabalho bem formada para aumentar a receita das exportações.
Assim, investimentos pesados foram feitos em educação, ciência, tecnologia e inovação.

Não se tratou apenas de gastos do governo: o governo sul-coreano gasta menos que México, Brasil e Argentina em educação, e muito menos com a sua burocracia, o que por sua vez reduz drasticamente as chances de corrupção.

A Coreia do Sul desenvolveu uma meritocracia educacional com padrões de excelência ultra-rigorosos (ao invés das demagógicas e ineficazes cotas raciais). Apenas um exemplo: o ano escolar na Coreia do Sul tem 220 dias. Por comparação os anos escolares oficiais do México e do Brasil têm 200 dias, e o da Argentina, 180 dias.
Os dias escolares na Coreia do Sul também são muito mais longos que nos países latino-americanos. Os jovens sul-coreanos com frequência estudam 12 ou 13 horas por dia. Segundo vários estudos, as famílias de classe média sul-coreanas gastam cerca de 30% de sua renda com professores particulares para seus filhos.
Chung-in Moon, um professor da Universidade Yonsei e ex-diplomata sul-coreano que conheci em uma conferência no ano passado, me contou que na Coreia “os pais não pensam duas vezes antes de gastar todo seu dinheiro na educação dos filhos. As pessoas vendem as vacas, suas casas, o que tiverem para enviar os filhos à universidade”.

Para se tornar professor secundário na Coreia do Sul, os alunos precisam estar nos 5% superiores em suas classe de graduação colegial. Por comparação, milhares de professores no México ainda obtêm seus empregos comprando seus postos pelo equivalente a US$ 10 mil, independentemente de suas credenciais acadêmicas. Não é de surpreender que a Coreia do Sul tenha se tornado um dos países com melhor desempenho em testes educacionais de matemática e ciências, e um dos mais prolíficos inventores de novos produtos.

Enquanto a Coreia registrou cerca de 9.600 patentes em 2009, o Brasil registrou 150, o México 80, e a Argentina 40.
Isso mostra, em resumo, a extraordinária distancia que separa a formidável Coréia do Sul dos países latinos.
Os presidentes de México, Brasil e Argentina teriam feito bem em aprender alguma coisa com os seus anfitriões e levar lições para casa.


O artigo original é de Andres Oppenheimer. Está editado pelo Freeman.

domingo, setembro 19, 2010

Tapuiassauros



Tapuiassauro é o nome provisório dado ao dinossauro brasileiro recentemente descoberto em Minas Gerais, cujos fósseis indicam que ele viveu há 110 milhões de anos.
Numa analogia com o Brasil político, bem que poderia ser o apelido do Estado brasileiro, o Leviatã à moda da casa, o monstro do poder público que Hobbes descreveu em 1615 e que por aquí ganhou uma face doce e benevolente, apurada ao longo dos séculos, sob diferentes governos, porém todos oligárquicos.
Quando se lê mais uma notícia do balcão de negócios montado na Casa Civil pela ministra Erenice Guerra, amiga, braço direito e sucessora da candidata Dilma Rousseff, o que choca não é a novidade, mas a maneira como os fatos parecem antigos, familiares, de longínquas eras. A diferença é que os fósseis não são de um animal extinto. É o comportamento político atual, presente desde sempre na vida dos tapuiassauros que dominam o Estado brasileiro.

Durante décadas ouvimos de gente supostamente de "esquerda" que o PT ia romper com a apropriação da máquina pública por grupelhos particulares. Mas a realidade é que durante os oito anos do governo Lula não vimos nada senão isso. Outro dia li um desses articulistas que juravam que o socialismo democrático seria a salvação do Brasil, em oposição ao suposto neoliberalismo dos governos tucanos, qualificando Dilma de "esquerda" e Serra de "direita". A infantilidade e a aberração da catalogação, mostra que certas espécies não evoluem mesmo, apesar de Darwin. E fica demonstrado o fato de que o PT “ético” sempre foi só uma encenação de campanha, a realidade está aí.

A violação de sigilos fiscais por servidores da Receita, aloprados ou comandados, não é outro caso: é o mesmo. Erenice expandiu seus tentáculos familiares - filho, irmão, amigos, etc. - para todas as partes, usando expedientes vezeiros. Sua noção de liberdades individuais, da separação entre Estado e Sociedade, simplesmente não existe, ou então só existe para os inimigos. Violar um sigilo é ter a mesma desconsideração pelo fato de que as autoridades foram eleitas por nós e devem nos. servir, não o contrário. Do caseiro Francenildo aos milionários fora dos esquemas, todos estão à mercê da facilidade com que ocupantes da máquina oficial xeretam suas vidas. Eles simplesmente acham que o Estado tem todo o direito, e não por acaso quem criou o Gabinete Civil foi Getúlio Vargas e quem o consagrou foi Ernesto Geisel.
As comparações com Mussolini e outras frases tucanas só atrapalham. Primeiro, porque a população não vê o PSDB como grande exceção à regra, tanto é que os escândalos não mudaram as pesquisas eleitorais. Segundo, porque não se trata de um fascismo institucional, e sim da velha e boa malandragem brasileira. Obviamente, apesar das justificativas de intelectuais e artistas, essa malandragem é antidemocrática. Volto a dizer que o governo Lula lembra os do regime militar, principalmente em sua retórica do "Brasil Grande" e "ame-o ou deixe-o" e em seu gosto por estatais faraônicas.

São sinais de um regime autoritário, de um governo que costumeiramente viola regras da democracia. Lula só é popular porque a economia está melhor.
Acontece que o problema é cultural; é da leitura que se tem feito da atualidade política, na maioria dos casos guiada por uma desonestidade intelectual persistente. Se alguém critica o PT por essa sequência acachapante de rupturas com a ética (único tipo, de ruptura que fez, já que, de resto, só seguiu os acertos e os desacertos do governo anterior), imediatamente se ouve que "todos roubam" e é xingado de "tucano" e recebe uma lista dos números comparativos da economia (até mesmo o número de pontos da Bolsa de Valores, que eles antes diziam ser uma ciranda financeira elitista). O articulista de página 2 que citei, por sinal, acha que Lula fez "uma inclusão (sic) inédita na história", o que é mentira (até Getúlio, JK e os militares aumentaram mais a renda média do trabalhador) e esconde a base de boa parcela dessa melhora (o Plano Real, as privatizações e os programas sociais que antes os petistas tanto criticaram). E nada mais desonesto do que brandir estatísticas para desculpar a falta de ética, pois ética não se mede em gráficos.

Acho que nem o PSDB e muito menos PT mudaram o modo brasileiro de exercer o poder, como deveriam ter mudado. Note que nesse caso Erenice não havia partidos "aliados" para dividir â conta do mensalão, nem exemplos semelhantes na oposição para anular o efeito; eis o motivo por que ela teve de ser demitida. Note também a postura da futura presidente, Dilma: "Onde está a prova do meu envolvimento?", pergunta na célebre linha consagrada por Lula, "não vi e não sei"; ninguém disse haver prova, então não entendo a necessidade da candidata de rebater o que não foi dito. Se o governo Lula aprimorou as políticas econômica e social do governo FHC, aprimorou também os caminhos da corrupção e da impunidade. Pegou o dragão estatal e lhe deu nova vida, com os mesmos métodos do loteamento político e das empreitas viciadas, só que reforçados pelo vale-tudo das declarações e pela militância das ocupações.

Outra prova indubitável de desonestidade intelectual é a dos que dizem que essas notícias só estouram em época de eleição, ou seja, não merecem crédito porque têm interesse político, movido , pela "grande imprensa" a serviço da "zelite". Bem, a zelite está felicíssima com o governo Lula, tanto é que as pesquisas dizem que Dilma ganha em todas as classes, regiões e instruções (com diferenças de porcentagem, mas ganha).
Outras dezenas de Erenices têm vindo à tona em anos não eleitorais, sem que esse comportamento mude, o que por sinal é um escárnio e, ao mesmo tempo, uma vergonha para as outras instituições da república que deveriam zelar por condutas minimamente aceitáveis dos governantes. É a triste prova que os tapuiassauros estão em TODAS as instituições públicas e que as presas somos nós.


O artigo original é de Daniel Pizza. Está editado e modificado pelo Freeman.

quinta-feira, agosto 19, 2010

Em cartaz, nas eleições...



recebido por email, parabéns ao criador da foto

terça-feira, agosto 17, 2010

Aos “cumpanheiros”, tudo.


O governo Lula tem feito enorme confusão (ou você pode chamar como quizer) entre atribuições de governo e atribuições de Estado, para grande prejuízo dos brasileiros. Entre as mais gritantes está o impedimento do funcionamento adequado das agências reguladoras.

Logo depois de sua posse, em 2003, Lula estranhou que as agências reguladoras, criadas para garantir a observância das regras do jogo nos principais setores da atividade econômica, se comportavam com certa autonomia. Não entendeu (ou não aceitou) que são organismos de Estado, como o são o Judiciário e o Banco Central, e não organismos de governo.

Seu aparecimento ficou necessário após o processo de privatização, de maneira a que o Estado (e não o governo) regulasse e fiscalizasse setor por setor. A relativa autonomia e neutralidade é uma decorrência de sua natureza. Para regular isentamente o mercado, as agências não podem ser reféns dos políticos que orbitam o poder. Para isso, os dirigentes de cada agência deveriam ter mandatos fixos, cassáveis apenas em casos de graves transgressões comprovadas da lei.

No entanto, apenas chegou ao Palácio do Planalto, Lula tratou de submeter os cargos de direção das agências às barganhas políticas, dentro do jogo franciscano do "é dando que se recebe", que vem caracterizando a administração do PT.

Assim, um a um, os dirigentes das agências foram sendo removidos ou enquadrados às determinações comandadas pela Presidência da República. Foi assim que a Anatel, o organismo que deveria regular o mercado de telefonia, passou a permitir estranhos movimentos e outras tantas fusões e confusões, cujo resultado mais importante foi beneficiar controladores de algumas companhias.

Outro exemplo de desmandos e incompetência teve como foco a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), onde dirigentes, apadrinhados por figurões do governo, permitiram o mergulho do setor e a administração dos aeroportos brasileiros no caos em que se encontram hoje.

Anomalia semelhante acontece na Agência Nacional do Petróleo (ANP), cujo comando foi entregue a um prócer do PCdoB, Haroldo Lima, dentro do jogo de alianças da administração Lula. Depois de passar bom tempo do seu mandato tentando arrancar dinheiro da Petrobrás para satisfazer o interesse de alguns políticos por supostas diferenças no repasse de royalties a Estados e municípios, Haroldo Lima advoga agora o pagamento máximo da Petrobrás à União pela cessão onerosa, a transferência de 5 bilhões de barris de petróleo ainda no chão, a título de subscrição da parcela correspondente ao Tesouro no capital da empresa.

Em princípio, nada haveria de errado na fixação de um preço ainda que máximo desses barris, se a própria ANP não tivesse estabelecido como critério o que viesse a ser certificado pela consultoria Gaffney, Cline & Associates, especialmente contratada para isso. Outra vez, a direção da ANP está mais interessada em fazer o jogo político da hora do que em impor o critério técnico previamente acertado.

Essas e outras deformações acontecem por duas razões principais: a primeira e mais óbvia é o aparelhamento do Estado promovido pelo presidente, em benefício da “cumpanheirada.” A segunda e mais grave razão é que as demais Instituições do Estado Brasileiro (existentes justamente para contrabalançar o poder do executivo) são inertes, permitindo essas barbaridades e prejudicando o verdadeiro interesse público.


Oartigo original é de Celso Ming. Está editado pelo Freeman.

segunda-feira, junho 21, 2010

Realidade e Ficção



O escritor cubano Carlos Alberto Montaner reproduz a definição sobre o presidente Lula que ouviu de um presidente latino-americano:

"Esse homem é de uma penosa fragilidade intelectual. Continua sendo um sindicalista preso à superstição da luta de classes. Não entende nenhum assunto complexo, carece de capacidade de fixar atenção, tem lacunas culturais terríveis e por isso aceita a análise dos marxistas radicais que lhe explicam a realidade como um combate entre bons e maus."

Está aí, uma definição real e sintética do nosso presidente.
Só num país de beócios, cuja imprensa esquerdista é, além de tudo míope, que se cria e louva a ficção desta triste realidade que é o atual presidente dos brasileiros. Não é trocando o guarda roupa e aparando a barba que se muda a essência de alguém. Lula só tem crédito onde não interferiu. Onde pôs a mão, sujou! E, não fosse o período de prosperidade mundial coincidente com os seus mandatos, a história da sua popularidade seria outra...

A informação original foi extraida da coluna de Dora Kramer de 13/03/2010. Editada e comentada pelo Freeman.

terça-feira, junho 15, 2010

Copa e Servidão




Está começando mais uma Copa do Mundo de futebol. Não sei se é apenas minha impressão, mas poucas vezes vi tão pouca empolgação com uma Copa, quanto esta, no país do futebol. E isso a despeito da exuberante propaganda nos meios de comunicação. Somos bombardeados incessantemente com notícias e reportagens sobre a Copa, mas nada disso parece empolgar verdadeiramente a população.
Não tenho a explicação para o fenômeno, se é que ele está corretamente observado. Mas gostaria de propor uma hipótese, talvez influenciada pelo meu desejo de crer nela: o público está saturado de tanto ufanismo barato!
É claro que desejamos a taça, mas desejamos também e principalmente, um nível de vida melhor, um sistema de saúde que funcione, educação verdadeira e não doutrinação nas escolas, segurança para nossas famílias, etc.. E estamos cansados da corrupção, das baixezas e das manipulações políticas, do desvirtuamento e da falta de postura das próprias instituições, que deveriam ser o exemplo para a população.

Aliás, “nunca antes na história deste país” se viu tanta mistura entre um nacionalismo populista e o futebol. Desde Geisel não acontecia de a seleção brasileira desviar seu percurso para beijar a mão do cacique do planalto. O discurso do técnico Dunga no anúncio da escalação foi um show de nacionalismo barato. O povo quer ver futebol, de preferência com craques fazendo arte, mas não deseja ver populistas e demagogos se aproveitando desta paixão nacional.

E aqui, por analogia constatamos, com tristeza, outra realidade histórica: ao povo pão e circo!

Em 1548, Étienne de La Boétie escreveu seu “Discurso Sobre a Servidão Voluntária”, onde sustenta a tese de que o povo acaba sendo escravo por opção. Ele diz: “Os teatros, jogos, farsas, espetáculos, lutas de gladiadores, animais estranhos, medalhas, quadros e outros tipos de drogas, eram para os povos antigos os atrativos da servidão, o preço da liberdade, as ferramentas da tirania”. Troca-se o Coliseu pela Copa, e tudo continua o mesmo. “Assim, os povos, enlouquecidos, achavam belos esses passatempos, entretidos por um vão prazer, que lhes passava diante dos olhos, e acostumavam-se a servir como tolos”, lamentava o autor..
É isso: apesar de não sermos os únicos, somos pródigos nos eventos lúdicos. Do carnaval ao futebol, passando pela maior parada gay do planeta...
Agora, escrever para nossos representantes; reunirmo-nos para atitudes cívicas, mesmo sendo para contestar governos chulos e corruptos; bradarmos contra a "corte de Brasília" e os seus altíssimos impostos, para isso, ninguém vai...
Democracias verdadeiras pressupoem participação consciente de parte substantiva de suas populações. Se não entendermos e participarmos, um mínimo, de como funciona uma democracia constitucional representativa, então dificilmente sairemos desse regime feudal, onde mantemos, como súditos, os parasitas profissionais e seus asseclas...




O artigo original é de Rodrigo Constantino, do Instituto Liberal. Está significativamente alterado pelo Freeman.



quinta-feira, fevereiro 11, 2010

O golpe do Lulo-Petismo!




Como é próprio de governantes desonestos (e pretensos golpistas), Lula e vários de seus ministros assinaram, "na moita", nos últimos dias de Dezembro, e sem qualquer dos costumeiros estardalhaços de auto-promoção, um projeto de lei que, se aprovado, prepara o caminho político para a instituir, digamos, "legalmente" um regime totalitário comunista no Brasil. É o malfadado decreto denominado: “Programa Nacional de Direitos Humanos”.

Quem se dispuser a ler o absurdo e enganoso
documento (repleto de eufemismos e de "democratismos"), verá que ele é puramente autoritário, dando aos governantes o controle essencial da vida da sociedade. Como bem comentou o Reinaldo Azevedo: "O decreto tem todas as características da ação solerte e traiçoeira. Foi redigido para enganar o povo, para burlar as regras do estado democrático. Está cheio de cartas na manga, malandragens e vigarices intelectuais". É o golpe lulista.

Para tentar manter a aparência democrática, e enganar os incautos, pouco afeitos as essências ideológicas, o pretensioso documento está repleto de expressões como: "democracia participativa", "conselhos de direitos humanos", "conselhos ambientais", "conselhos populares". O engano é imenso, pois a aparência é uma e a sua intenção é bem outra. A papelada é de uma sandice inigualável, como afirmou o jurista Ives Gandra Martins. E é de um mau caratismo próprio dos esquerdistas, pois sabedores que o povo é ignorante mas não é pró-comunismo, pretendem vender gato por lebre. Aliás, segundo as estatísticas do TSE, mais de 70% dos eleitores brasileiros são considerados analfabetos funcionais politicamente.

A estratégia dos mentores desse “Plano” - certamente os intelectualóides uspianos que dirigem o Foro de São Paulo - é simplesmente seguir os ensinamentos de Gramsci, auxiliados pela já vasta e “aparelhada” “nomenklatura” governamental.

Quem não está familiarizado com as ideologias políticas, por certo estará perguntando: Quem foi Gramsci e qual sua relação com o comunismo brasileiro?

Antonio Gramsci (1891-1937), pensador e político foi um dos fundadores do Partido Comunista Italiano em 1921, e o primeiro teórico marxista a defender que a revolução na Europa Ocidental teria que se desviar muito do rumo seguido pelos bolcheviques russos, capitaneados por Vladimir Illitch Ulianov Lênin (1870-1924) e seguido por Iossif Vissirianovitch Djugatchvili Stalin (1879-1953).

Durante sua prisão na Itália de 1926 até 1935, escreveu textos sobre o comunismo os quais começaram a ser publicados por partes na década de 30, e integralmente em 1975, sob o título “Cadernos do Cárcere”. Esta publicação, difundida em vários continentes, passou a ser o catecismo das esquerdas, que viram nela uma forma muito mais potente de realizar o velho sonho de implantar o totalitarismo, sem que fosse necessário o derramamento de sangue, como ocorreu na Rússia, na China, em Cuba, no Leste Europeu, na Coréia do Norte, no Camboja e no Vietnã do Norte, países que se tornaram vítimas da loucura coletiva detonada por ideólogos mentecaptos.

Gramsci professava que a implantação do comunismo não deve se dar pela força, como aconteceu na Rússia, mas de forma pacífica e sorrateira, infiltrando, lenta e gradualmente, a idéia revolucionária.

A estratégia é utilizar-se de diplomas legais e de ações políticas que sejam docilmente aceitas pelo povo, enganando consciências e massificando a sociedade com uma propaganda subliminar, imperceptível aos mais incautos que, a priori, representam a grande maioria da população, de modo que, entorpecidos pelo melífluo discurso “democrático”, as consciências já não mais percebam o engodo em que estão sendo envolvidas.

A originalidade da tese de Gramsci reside na substituição da noção de “ditadura do proletariado” por “hegemonia do proletariado” e “ocupação de espaços”. Defendia que toda tomada de poder só pode ser feita com alianças e que o trabalho da classe revolucionária deve ser primeiramente, político e intelectual.

A doutora Marli Nogueira, juíza do trabalho em Brasília, e estudiosa do assunto, nos dá a seguinte explicação sobre “hegemonia”:

“A hegemonia consiste na criação de uma mentalidade uniforme em torno de determinadas questões, fazendo com que a população acredite ser correta esta ou aquela medida, este ou aquele critério, esta ou aquela ´análise da situação´, de modo que quando o comunismo tiver tomado o poder, já não haja qualquer resistência. Isto deve ser feito, segundo ensina Gramsci, a partir de diretrizes indicadas pelo ´intelectual coletivo´ (o partido), que as dissemina pelos ´intelectuais orgânicos´ (ou formadores de opinião), sendo estes constituídos, na verdade, de intelectualóides de toda sorte, como professores (porque o jovem é um caldo de cultura excelente para isso), a mídia (jornalistas também intelectualóides).

Quanto à “ocupação de espaços”, pode ser claramente vislumbrada pela nomeação de mais de 20 mil cargos de confiança pelo PT em todo o território brasileiro, cujos detentores desses cargos, militantes congênitos, têm a missão de fazer a acontecer a “hegemonia”.

Retornando a Gramsci e segundo ele, os principais objetivos de luta pela mudança são conquistar, um após outro, todos os instrumentos de difusão ideológica (escolas, universidades, editoras, meios de comunicação social, artistas, sindicatos etc.), uma vez que, os principais confrontos ocorrem na esfera cultural e não nas fábricas, nas ruas ou nos quartéis. O proletariado precisa transformar-se em força cultural e política, dirigente dentro de um sistema de alianças, antes de atrever-se a atacar o poder do Estado-burguês.

Gramsci abandonou a tese marxista de que uma crise catastrófica permitiria uma bem sucedida intervenção revolucionária. Para ele, nem a mais severa recessão do capitalismo levaria à revolução. E é exatamente isto que está acontecendo no presente momento aqui no Brasil: A preparação ideológica. Só não enxerga quem não quer.

Segundo a doutora Marli Nogueira:“Uma vez superada a opinião que essa mesma sociedade tinha a respeito de várias questões, atinge-se o que Gramsci denominava ´superação do senso-comum´, que outra coisa não é senão a hegemonia de pensamento. Grande parte do povo passa a repetir, impensadamente, as opiniões da propaganda governamental, já prontas do sutil ideário comunista. E quando chegar a hora, aceitarão também qualquer medida que os leve a esse rumo, seja ela a demolição de instituições, seja ela a abolição da propriedade privada, seja ela o fim da democracia (mesmo defeituosa) como vivemos.

Lênin sustentava que a revolução deveria começar pela tomada do Estado para, a partir daí, transformar a sociedade. Gramsci inverteu esses termos: a revolução deveria começar pela transformação da sociedade. Sem essa prévia “revolução do espírito”, toda e qualquer tentativa comunista seria passageira.

Para tanto, Gramsci definiu a sociedade como “um complexo sistema de relações ideais e culturais” onde a batalha deveria ser travada no plano “intelectual”. Por essa razão, a caminhada ao socialismo proposta por Gramsci não passava pelos proletariados de Marx e Lênin e nem pelos camponeses de Mão Tse Tung, e sim pelos intelectuais, pela classe média, pelos estudantes, pela cultura, pela educação e pelo efeito multiplicador dos meios de comunicação, buscando, por meio de métodos persuasivos, sugestivos ou compulsivos, mudar a mentalidade, desvinculando-a do sistema de valores tradicionais, para implantar os valores da ideologia comunista.

Fidel Castro, com certeza, foi o último dinossauro a adotar os métodos de Lênin. Seus discípulos Lula, Morales, Kirchner, Vasquez e Zapatero, estão aplicando, com sucesso, as teses do “Caderno do Cárcere”, de Antônio Gramsci. Chávez, o troglodita venezuelano, optou pelo poder força bruta e fraudes eleitorais. No Brasil, por via das dúvidas, mantêm-se ativo e de prontidão o MST e a Via Campesina, como salvaguarda, caso tenham que optar pela revolução cruenta que é a estratégia leninista.

Todos os valores que aprendemos com a civilização ocidental vêm sendo sistematicamente destruídos ou deturpados, sob o olhar complacente dos brasileiros, os quais, por uma inocência pueril, seja pelo resultado da proposital ideologização do ensino, seja por ignorância dos reais intentos das esquerdas, nem mesmo se dão conta de que é a sobrevivência da própria sociedade é que está posta em jogo.

Perdidos esses valores, não sobra sequer espaço para a indignação que, em outros tempos, brotaria, instantaneamente, do conhecimento desses escancarado ambiente de corrupção, ampliado em todos os níveis do Estado e de projetos de lei discriminatórios ou como este último absurdo...

A verdade é que os velhos métodos para implantação do socialismo-comunismo foram definitivamente sepultados. Um novo, sutil e traiçoeiro método vêm sendo adotado, cuja amplitude não é percebida pela grande maioria do povo brasileiro.

Grande parte deste artigo é de Anatoli Oliynik, está modificado e editado pelo Freeman.

terça-feira, janeiro 12, 2010

"Programa Nacional de Direitos Humanos" ou como enganar os trouxas sem a truculência do sargentão Hugo Chaves.



"carta aos brasileiros", post scriptum

a charge do Loredano no Estadão de hoje, sintetiza com perfeição, o que este blog vem dizendo, a 5 anos, sobre a personalidade e o caráter do presidente...(além das suas outras inúmeras qualidades)