domingo, maio 28, 2006

Os Governos de Esquerda...


Uma das coisas mais infernais que nós cidadãos razoavelmente letrados e informados passamos é ter que ouvir as explicações dos ideólogos esquerdistas para seus próprios fracassos, enquanto governantes. Além de chegarem ao poder, via de regra, por meio de mentiras e da demagogia populista, tomam-nos por burros, beócios incapazes de enxergar a realidade. Em alguns casos, que parece ser o do ex-ministro Bresser Pereira, cujo artigo quero aqui comentar, acho que os beócios são eles mesmos e, incapazes de compreenderem a realidade política, passam a fazer uma xaropada de discursos incompreensíveis e incompatíveis com a realidade que se apresenta ao observador. Essa gente como que flutua fora do tempo e do espaço, qual fantasmas. O mito da caverna de Platão dá bem a medida de como eles percebem as coisas, como sombras que vêem invertidas e que não conseguem compreender, mas insistem em nos explicar com a sua visão distorcida.
Antes de entrar no texto propriamente dito, quero aqui sublinhar os pressupostos que estão na cabeça dos intelectuais esquerdistas, que os faz de esquerda enquanto tal:
1- Ser de esquerda supostamente ser bom, é chique e estar de acordo com a busca do bem-comum. Por exclusão, ser de direita é supostamente todo o seu oposto;
2- As teorias econômicas e sociológicas que usam são aplicáveis e o supremo bem é a arbitragem da distribuição de renda, via Estado. Esquecem que suas teorias são impraticáveis e, se postas a funcionar, destroem qualquer país. A História está aí para quem quizer comprovar. Esquecem também que as leis econômicas existem a despeito das ideologias e administrar, por exemplo, moeda e câmbio, ou seja, os preços, só pode ser feito de uma única maneira, sendo a alternativa o desastre;
3- O socialismo é um ideal que pode não ser alcançado agora, mas deve ser uma meta permanente a alcançar, como se fosse o supremo bem. Esquecem que socialismo, em qualquer grau, é a desgraça da raça humana, pois castra a liberdade individual nivelando todos por baixo e concentrando na mão de poucos burocratas o poder de decidir o que é bom ou não para você;
4- Por fim, o auto-engano mais espetacular, que é achar que o não cumprimento do engodo que são suas promessas de campanha eleitoral é tornar-se de direita. Uma ova! Ser de direita consiste em ir mais além do que respeitar as leis econômicas fundamentais: é ser liberal em matéria econômica – reduzindo efetivamente o Estado e garantindo a liberdade de produção e comércio – e conservador em matéria jurídica e de costumes, coisas que a esquerda abomina.
Num artigo publicado em 8 de Janeiro, na Folha de São Paulo (“O paradoxo da esquerda”) Bresser Pereira, candidamente, afirma que “no Brasil, a esquerda ganha eleições, mas não governa”. Isso é um embuste. O Brasil tem um partido de corte revolucionário no poder, pratica uma política econômica distributivista que já vem desde a era FHC (e mesmo de antes, do governo Sarney), com tributação escorchante e um magote de desocupados vivendo à custa de quem trabalha, um pleno viés socialista. O governo do Brasil é de esquerda, pois de esquerda são os partidos que compõem a base governante, pelo perfil operário de seu presidente, pelo fato de estar no poder a elite sindical que de fato manda no país.
Bresser diz que o governo Lula não é de esquerda porque não reduz a taxa de juros, como se o governo unilateralmente pudesse determinar esse preço tão fundamental. Há muitos elementos de determinação para o nível da taxas de juros praticadas, a começar pelo tamanho da dívida pública, pela irresponsabilidade fiscal acumulada ao longo de gerações, pelas muitas moratórias “soberanas” declaradas em passado não muito distante. Reduzi-las arbitrariamente seria jogar o Brasil em uma aventura de alto risco, como tem sido feito muitas vezes, inclusive na época em que o ex-ministro comandava o Ministério da Fazenda. O Estado pode muito, mas não pode tudo, muito menos abolir as leis econômicas.
Outra grande besteira escrita por ele é que “uma sociedade civil como a da Suécia é democrática, enquanto a do Brasil é elitista”. Qualquer governo de qualquer sociedade é elitista, pois sempre é uma elite que governa, um evidente pleonasmo. Há democracia quando há alternância nessa elite dirigente, pelo voto, a cada período. O problema é esse, que Bresser não enxerga: que a nossa democracia é de aparência, na medida em que não existe uma direita política eleitoralmente viável organizada no país. Aqui o engodo consiste na falsa alternância entre mais esquerda (PT) e menos esquerda (PSDB) e no passado, de qualquer combinação esdruxulo-intervencionista, tudo menos de direita ou liberal. De fato, temos uma falsa democracia porque o sistema partidário só contempla um lado do espectro ideológico.
“O desafio da esquerda, obviamente, não é implantar o socialismo, mas governar o capitalismo melhor do que os capitalistas”. Essa frase é lapidar. É a síntese do que está na boca dos que abraçam a social-democracia, aqueles que historicamente abrem alas para a passagem do bloco dos “verdadeiros” revolucionários. A lei de ferro da conquista do poder das esquerdas é que inevitavelmente ela tem que caminhar para a opção totalitária. A social-democracia sempre chega antes. Não basta às esquerdas a hegemonia parcial que o processo democrático garante. Tem que conquistar o poder totalitário. De passagem, é preciso lembrar que é um grande mito das esquerdas dizer que os capitalistas governam. Nunca foi assim. O Estado sempre esteve na mão da elite burocrático-política, não dos empresários, esses carneiros acovardados que são roubados cotidianamente pelo excesso de regulação e de impostos. Que são sistematicamente encurralados e humilhados pelo mais reles dos agentes estatais. Freqüentar uma DAMF é bastante ilustrativo e didático para saber que realmente manda por aqui. É lá que os empresários fazem a sua genuflexão ao deus Estado.
Ter uma burocracia apartidária virou um sonho há décadas, que a nossa plutocracia nem mais acalenta. Perdeu o Estado definitivamente, se é que algum dia o teve. No período varguista mandavam os agentes burocrático-políticos, que ainda tinham algum respeito pelos que produzem riquezas, pois a ideologia distributivista ainda não era dominante. A partir de 1964 a burocracia militar passou a ditar as regras diretamente. Na assim chamada Nova República houve uma mera substituição dos militares por burocratas civis, estes muito mais burros e mais revolucionários.
O artigo de Bresser Pereira pode ser considerado uma síntese das inverdades que habita a cabeça de grande parte da chamada social-democracia, mistificando e ocultando a verdadeira realidade da política nacional.

Este é um excelente artigo do Nivaldo Cordeiro, publicado pelo "Mídia Sem Máscara" em Janeiro último e editado por Freeman.
A pintura, que não podia ser mais apropriada, é de Candido Portinari - Os retirantes de 1944.

quarta-feira, maio 17, 2006

Quero respeito, senhor Presidente!









Mensaleiros em quadrilhas oficiais nos secam a crença na boa fé humana, ultrapassando todos os limites da decência. Nossa liberdade e, nossas vidas estão em constante risco. Nossas Instituições estão em frangalhos.
Nos desnudam, diariamente, da soberania como cidadãos!
Ficamos nus, e sem o menor pudor, riem dos nossos pudores.
Precisamos rasgar a Constituição, queimá-la. Afinal ela parece ser apenas uma peça achincalhada, simples registro para os anais da imoralidade brasileira. Começando pelo extremo despudor com que ela é desrespeitada justamente pelos que têm a obrigação primeira em resguardá-la.
Comecemos por eliminar o Art 1º, onde está escrito que nosso Estado Democrático de Direito tem como fundamentos a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e ao pluralismo político.
O Art. 5º é apenas, como tantos outros, pura ficção, pois há muito não podemos ir e vir livremente. Os grandes centros estão dominados pelos marginais, oficiais ou não.
A nossa Constituição é uma falácia, um simples sofisma para os políticos. Se vivêssemos um Estado de Direito, nenhum indivíduo, presidente ou cidadão comum, estaria acima da Lei. Isonomia? Isso é ridículo! A Lei é para os inimigos! Os amigos estão dispensados dela, orientados e defendidos por advogados de porta de cadeia, travestidos de ministros nos mais altos poderes da República. Leis? Existem sim, mas apenas como decoração. Aliás, como quase tudo na esfera oficial. Seguem a Lei apenas aqueles que ainda se imaginam cidadãos, que ainda nutrem a ilusão de viver em uma nação civilizada e que insistem em acreditar que a sua dignidade como pessoa humana é respeitada pelo Estado.

Este, senhores, é o país dos réus! Não é à toa que criminosos internacionais aqui se abrigam! É o país onde transformaram a chicana em sinônimo de direito à defesa...Tornou-se o país onde “direitos humanos” significa apenas e exclusivamente a proteção a marginais e esquerdistas...
Ter a soberania como fundamento do Estado significa que dentro do nosso território não se admitirá força outra que não a dos poderes juridicamente constituídos. Aqui temos o MST, um bando de desocupados, iludidos por uma pequena corja de marxistas quadrilheiros, sustentados com o dinheiro público!
Uma Nação meio soberana ou de soberania relativa, não é uma Nação.
Qual é esse pluralismo político que se refere a Constituição? Vivemos em um país onde os partidos políticos são comercializados por homens rasteiros que se vendem, e por imorais que os compram!
Servidores públicos? Esta é outra piada de mau gosto. Os brasileiros estão há muito tempo escravisados por uma "entourage" arrogante que os mantem em filas intermináveis de serviços públicos cada vêz mais degradantes.
O que somos? Um amontoado de pessoas que se une apenas em copas mundiais de futebol? Se formos isso, então não somos nada!
E o que devemos fazer? Esperar a hora que o limite da nossa resistência nos impulsione a partir desta maravilhosa terra, mas que tem como pai – Estado o pior dos padrastos? Que além de sugar os seus filhos - cidadãos, os tornam indignos, ultrajados, sujos pela ascendência?
Quero respeito. Quero a chance de ver prosperar meu trabalho. E não ver que, com o meu suor, florescem bandos de quadrilhas oficiais em qualquer recanto da Nação. Quero a oportunidade de criar meus filhos e conhecer meus netos. Quero poder sair do meu país sem ter vontade de ficar por lá.
Quero sentir orgulho da minha pátria! Mas orgulho da alma para dentro e não da boca para fora! E não vergonha, por ser ela uma nação sem caráter.
Quero respeito, senhor Presidente!
Não quero mais viver em uma nação meia-boca, que faz do seu povo cidadãos meia-boca, um país que envergonha e puni os de bem, protege e enaltece os canalhas, os criminosos de qualquer espécie...
Permanecer aqui está se tornando muito mais que um ato de coragem, está se tornando falta de amor próprio a ponto de se submeter à degradante condição de refém dos fragmentos desta república sem-lei, sem moral e sem Justiça!

O artigo original é de Adriana Vandoni, publicado pelo blog de Diego Casagrande. Foi editado, signitivamente, por Freeman. Poderia ser uma carta dos brasileiros indignados para os presidentes da República; do Congresso e do STF.
A capa do NYT Magazine: Lula herói? demonstra que até os esquerdistas do New York Times não nos levam a sério.

segunda-feira, maio 01, 2006

Nossos Políticos, nossas Instituições...

Muito bem! Por mais que o coração queira prevalecer, temos que voltar à realidade.
E, não sei bem por quê, esta foto me lembra os nossos políticos e as nossas instituições (com raríssimas exceções, é claro).
Reparem: não só pela simpática figura, em primeiro plano; mas também e principalmente pela sugestão do cenário. Estático; árido; triste!
Estático, de um imobilismo atroz em relação à ações para o real desemvolvimento e progresso do país; árido de idéias, no aprimoramento das instituições democráticas e triste, pelo escárnio oficial em relação a ética e pela absoluta falta de justiça reinantes...
Querem mais realidade? Leiam isto e mais isso...

A foto, emprestei faz muito tempo, creio eu, do ótimo site da Rosário: Impressões e Intimidades.