quarta-feira, janeiro 31, 2007

Curiosidades do Freeman



O Polo Ambulante

Todas as bússolas apontam para o Polo Norte Magnético.

Agora, entretanto está na hora de substituir nossas tradicionais bússolas pelos mais confiáveis GPS...A razão é que o Polo Magnético, diferentemente do fixo Polo Norte geográfico (ao redor do qual a Terra gira) está se movendo a uma "passada" digamos de 40 kilometros por ano!

Tal mudança é gerada pelo constante movimento da camada de ferro líquido no interior da Terra. O Polo Norte Magnético já se moveu mais de 1.100 Km (700 milhas) desde sua descoberta em 1831. Joseph Stoner, paleomagneticista da Universidade de Oregon, analizando os minerais magnéticos no fundo do Ártico, concluiu que a velocidade dessa mudança tem sido mais rápida desde o século 15.

O impácto mais notório desse deslocamento será com relação a Aurora Boreal, que logo passará a ser mais visível na Rússia do que no Alaska. Há cem anos, esta constante mudança poderia ser um grande problema para a navegação, atualmente, é apenas um pequeno inconveniente...

Fonte: National Geographic Magazine. Tradução do Freeman

sábado, janeiro 20, 2007

A Tribute to Friendship



This gorgeous New England estate was, until recently, the home of friends. Loved and close friends.
For a fellow-man like me, difficult to swallow - then lonely most of the time - this long time friendship (is turning 39 years old this January) is a milestone. And it has been lived and shared over the time in the three of the five continents of the Earth. Their two lovely and intelligent daughters became my friends too.

In 1970, I got a small book from this friend: “You’re my friend so I brought you this book”, edited and introduced by John Marvin.

Excerpts from this book – my favorites – are my way to celebrate friendship. This friendship and true friendship among people, no matter of what kind…

Enjoy and share with your friends…



What is a friend? A single soul which dwells in two bodies.
Aristotle

I am wealthy in my friends.
Shakespeare

True friendship is a plant of slow growth.
George Washington

Must I travel all the world alone, or will you be my friend?
Christopher Flovio

Don’t talk of friendship, send roses.
Karl Enohpelet

Let the soul be assured that somewhere in the universe, it should rejoin its friend..
Ralph Waldo Emerson

Beware of the friend who has all of the answers but none of the questions.
Voltaire

I do not give lectures or a little charity. When I give, I give myself.
Walt Whitman

People are lonely because they build walls instead of bridges.
Joseph Newton

That son of bitch summer is coming and I need a friend.
Bevins Jay

Quarrel with a friend – and you both are wrong.
Lao-tse

If I cannot be your friend, I suppose I will have to content myself with being your lover.
Rod Macuen

A prudent enemy is preferable to a friend without discretion.
Jean de La Fontaine

Laughter is not a bad beginning for friendship, and it is the best ending for one.
Oscar Wilde

He who gives up a friendship for ambition burns a picture to obtain the ashes.
Arabic Proverb

Friendship is not made by a crisis – it is only revealed by it.
Mark Adams

A friend is a present you give yourself.
Robert Louis Stevenson

He is my friend and he is me.
Abraham Lincoln

My friends are few, but altogether sufficient.
Winston Churchill

If I had one friend, I had a million – but that was 1953.
Jack Kerouac

I love you. Please don’t let that stand in the way of our friendship.
Roy Fitzgerald

War is killing off the friendship of man for man.
Thomas Middleton

The antidote for fifty enemies is one friend.
Aristotle

It is a fine friendship that asks nothing and gets it.
Benson Drew

I like your dog, but I am not sure that will help us to be friends.
Tyrone Power

I get by with a little help from my friends.
John Lennon / Paul McCartney

Friendship? Yes, please.
Charles Dickens


Photo by Freeman

domingo, janeiro 07, 2007

Flores Murchas e Baionetas...







Uma lição da nossa História






Na manhã de 2 de Novembro de 1894, Prudente de Moraes desembarcou no Rio de Janeiro para assumir a presidência da República. Ao descer do trem que o trazia de S.Paulo, ele notou que não havia nenhum membro do governo para recepcioná-lo. Havia apenas um coreto vazio, com flores murchas que haviam enfeitado a estação de trem para receber uma comitiva de generais uruguaios que visitavam o Rio de Janeiro.
Prudente desceu do vagão acompanhado de sua mulher e dos filhos e foi saudado por uma única pessoa, Francisco Glicério, seu amigo e aliado político. Glicério o recebeu com um largo sorriso e uma pequena surpresa: “mandei preparar o almoço no Hotel dos Estrangeiros. Mas você é que pagará a conta” Prudente sorriu e foi caminhando até a porta principal da estação, onde pegou um trole alugado e partiu para o hotel.
A ausência das autoridades governamentais na estação foi proposital. Era um claro sinal de hostilidade política do então presidente Floriano Peixoto para com o seu sucessor. Esses dois homens representavam não apenas duas correntes políticas; eles retratavam visões antagônicas de como o Brasil deveria ser governado. Floriano, alagoano de Ipioca representava a república populista e autoritária. Tinha orgulho de ser o “Marechal de Ferro” e não relutava em usar o seu poder para subjugar os seus opositores, perseguir adversários e impor sua vontade pessoal. Dizia-se republicano, mas detestava a idéia de ver instituições governamentais – como o Congresso e o Judiciário – cumprindo o seu papel constitucional: o de limitar o poder do governo e coibir atos arbitrários dos governantes. Afirmava ser um democrata, mas acreditava que a “boa” democracia era aquela que as instituições legitimassem os atos arbitrários do governo. Os discípulos desta facção gostam de encarnar a imagem de um chefe patriarcal que pune as “elites”, zela pelos pobres e pretendem defender a Nação de inimigos externos – geralmente imaginários – como os países ricos e “imperialistas”.
O paulista Prudente de Moraes personificava a luta dos republicanos históricos para edificar um regime democrático e constitucional. Tinha sido deputado, senador e governador de S. Paulo; presidente da Assembléia Constituinte que promulgou a Constituição de 1891, e foi o primeiro presidente civil eleito na República. Sua luta pela institucionalização da democracia, sua determinação em defender as instituições, sua coragem em denunciar os atos arbitrários do governo e de romper com aqueles que desrespeitavam a Constituição, o transformaram em um perigoso adversário político dos florianistas. Estes, antes da chegada de Prudente ao Rio, confabulavam para tentar impedir o eleito de assumir a presidência da república.
Prudente de Moraes sabia que precisava agir com cautela, durante as duas semanas que antecediam a sua posse.Nomeou um ministério de republicanos moderados para não hostilizar o marechal. Mesmo assim isso não ajudou a diminuir a tensão política. Floriano continuava a hostilizar o presidente eleito. Recusou-se a conceder a audiência que Prudente havia pedido.
No dia da posse, não enviou sequer um carro para buscar Prudente de Moraes no hotel. Na manhã de 15 de Novembro ele tomou café no Hotel dos Estrangeiros, alugou um fiacre em péssimo estado, com um cocheiro mal enjambrado, e foi para o Senado, onde foi investido no cargo presidencial.
Prudente foi muito aplaudido na Senado pelos parlamentares, convidados e populares quando disse que pretendia restaurar a normalidade política. E nas ruas foi recebido calorosamente.
A recepção no Senado e nas ruas contrastava com a frieza no palácio Itamarati, então sede do governo federal. Floriano havia reservado um derradeiro desaforo ao presidente eleito. O marechal inventou uma desculpa e não compareceu à cerimônia, enviou o seu ministro da Justiça, Cassiano do Nascimento, para representá-lo na chegada ao palácio. Prudente se deu conta que o palácio Itamarati estava abandonado. Parecia uma casa mal assombrada, com poeira sobre os móveis, lixo pelos cantos, papéis rasgados pelo chão e, pior que isso, os estofos de alguns móveis que guarneciam os salões, rasgados a ponta de baionetas...
Prudente de Moraes, então, resolveu transformar o desaforo de Floriano em ato público. Mandou abrir as portas do palácio à multidão. Em pouco tempo fervilhavam de gente e de comentários, principalmente em torno das garrafas de cerveja vazias e dos estofos rasgados.
O estado deplorável do palácio do Itamarati e os desaforos do alagoano Floriano refletiram não só o menosprezo do governante para com as coisas públicas, mas o seu verdadeiro caráter.
Não existem estadistas virtuosos que na vida privada sejam imorais, autoritários e corruptos. Essa dissonância é insustentável e, em algum momento, a hipocrisia é revelada. A máscara entre o discurso e a conduta cai e, o político que parecia ser virtuoso, revela a sua verdadeira face.
Os políticos atuais (se lessem um pouco) poderiam aprender com a nossa própria história: caráter, virtudes pessoais e bom governo estão intimamente associados.

O texto original é de Luiz Felipe D’Avila, autor de “os Virtuosos” – estadistas que fundaram a república brasileira. Está editado pelo Freeman.