quarta-feira, junho 13, 2007

Tiranias na Democracia - 1


“Numa Nação Livre os cidadãos definem os limites de poder que concedem ao Estado e aos seus dirigentes. Num País que não o é, os governantes resolvem as liberdades que concedem aos seus cidadãos”.
Este aforismo de J. Goldsmith, que é um dos meus prediletos, resume com precisão o tema central de uma série de artigos que pretendo aqui publicar.
É uma tentativa esperançosa de, ao sintetizar alguns dos princípios originais da Democracia, ajudar a esclarecer e a difundir as verdadeiras causas (e as possíveis soluções) das mazelas políticas brasileiras. Coisa que os políticos não se cansam de complicar.
Se conseguirmos algum êxito - qualquer êxito, certamente estaremos ajudando, também, a minorar a imensa frustração que todos sentimos como cidadãos desta espoliada república.

Por mais que a história brasileira seja eivada de maus exemplos e corrupção, jamais o país passou por igual amplitude de ausência de moral e ética pública.
Políticos inúteis e uma enorme corte de burocratas e parasitas saqueiam a Nação! E o fazem, impunemente, sob a égide do Estado desvirtuado de suas funções e que, ainda, lhes empresta uma imagem pretensamente neutra e justa, pois agem em nome do povo!

A esfera pública tornou-se sinônimo de corrupção, de enriquecimento fácil, de privilégios que a nação trabalhadora não tem.
E o enorme paquiderme oficial, administrado de forma perdulária e patrimonialista não presta nenhum serviço decente à Nação. Pelo contrário, engole recursos estratosféricos só para manter a indolência e a arrogância das suas castas corporativas.
O Estado brasileiro tornou-se um fim para si próprio.
Enquanto espremem a sociedade com tributos escorchantes, confabulam negociatas fascinantes... Enquanto os parasitas do Estado prosperam a Nação produtiva empobrece!

Como sair desta situação?
Por que os políticos só dão desculpas e continuam prometendo sempre para o amanhã?
Por que as coisas boas não podem acontecer agora, para as gerações atuais?

Bem... Fora a gatunagem explicita, basicamente por três motivos:
Em primeiro lugar, porque somos uma imensa platéia inculta, desinformada do essencial no que se refere às regras básicas para o funcionamento sadio de uma Nação, de um regime constitucional – representativo, de uma democracia autêntica.
Em segundo lugar porque as democracias verdadeiras pressupõem a participação efetiva e consciente de parte substantiva de suas populações. Não só nas eleições. Coisa que não acontece conosco.
Em terceiro lugar, porque a nossa democracia está desvirtuada. E entre esses desvios está o sistema de representação. Isto é, não somos verdadeiramente representados.
E é este o nosso calcanhar de Aquiles! Este é o verdadeiro desafio brasileiro.
(a continuar)

Um comentário:

Saramar disse...

Freeman, vou roubar o aforismo para colocar permanentemente no meu blog e vou acompanhar essas "aulas" aqui.
Obrigada.

beijos, bom final de semana.