domingo, março 18, 2007

Estado grande, Nação pobre!


Mais uma vez, está aí, provado!

O estado* (grande) é o maior obstáculo ao crescimento econômico de uma nação.
Novo e recente estudo econômico mostra a relação direta entre o tamanho do gasto público e o ritmo de crescimento econômico dos países, isto é, o aumento da riqueza de suas sociedades.
O estudo do economista Alexandre Marinis com 215 países, e que abrange o período de 1971 a 2005 (artigo de Fernando Dantas, publicado no “Estadão”, de hoje) está baseado em dados estatísticos concretos, conclui pela relação direta entre o inchaço da máquina estatal e a estagnação econômica.

Enquanto a média de expansão do PIB do grupo de governos que gastam até 10% do PIB foi de 4,7%, a média de crescimento do grupo que gasta 30%, ou mais – caso do Brasil – foi de apenas 2,4%!
A análise indica ainda que, para cada 5 pontos porcentuais na participação dos governos nos seus respectivos PIBs, há uma redução média de 0,5% na taxa de crescimento anual das economias.
Para medir o tamanho dos estados* nos diversos países, o economista usou como indicador o consumo do governo que, no Brasil é cerca de 20% enquanto que em países como a Coréia do Sul; China; Chile; Argentina e México está na faixa de 12%!

As despesas do governo no Brasil se multiplicaram por 3 nos últimos 20 anos, passaram de 10,3% do PIB em 1986 para nada menos que 30,2 % em 2005!
Medido pelo consumo do governo, o tamanho do estado dobrou desde meados da década de 80 (10,4% para 19,9%) e foi nesse período quando o indicador saltou de 9,1% (1980) para 16,8% em 1990 que ocorreu a grande freada no ritmo de crescimento brasileiro.
A média anual de 8,8% dos anos 70 despencou para 3% nos anos 80 e 1,8% nos anos 90. Desde 2000 o crescimento recuperou-se para 2,6% mas ainda é muito inferior se comparado com os países cujos governos gastam menos!

A causa determinante da prosperidade das nações está no grau de liberdade e independência de ação do seu povo, e não no gigantismo dos seus governos.
Os caminhos para a prosperidade têm regras muito mais simples do que os discursos enganosos que ouvimos há décadas. Governos não criam nada! Vivem da renda haurida da sociedade produtiva! Quando muito, se eficazes, deveriam prover a infra-estrutura da Nação, facilitar as negociações internacionais e gerir um sistema judiciário ágil.

E as regras da prosperidade são simples: ambiente político e institucional ético e estável, com regras definidas e duradouras. Esta é a melhor receita para atrair investimentos. E são os investimentos em atividades produtivas que geram empregos e criam riqueza! O que os brasileiros precisam é de oportunidade de trabalho e salários decentes, e não de migalhas da dependência política.
O que a sociedade precisa é do aumento da sua renda líquida, o que significa um estado mais enxuto e econômico. Precisa do retorno dos seus tributos pagos, hoje, desviados maciçamente pelos políticos de todos os níveis e pela burocracia incompetente e corruptora.

E viva os liberais que defendem o óbvio: o estado enxuto, restrito as suas funções essenciais.

Defender um estado enxuto, não é simplesmente ser contra a estatização, a burocracia e os monopólios. É ser a favor da eficiência econômica. É ser contra os privilégios de grupos, corporações ou entidades que, à sombra do estado, usurpam os recursos gerados e pertencentes à sociedade produtiva. É ser a favor de um regime que permita maior liberdade aos cidadãos para produzir, investir, contratar, negociar, e consumir, atos naturais da atividade humana, mas que são hoje inibidos por causa da interferência espúria e excessiva do estado jurássico.

E defender a liberdade dos cidadãos é defender a possibilidade de que, com trabalho, cada um construa a sua prosperidade, e não a dos políticos e burocratas parasitas, como tem ocorrido há muitos anos neste país!


* Embora os dicionários recomendem, também não grafarei mais a palavra estado em maiúscula.
Se nação e cidadão não são grafados em maiúscula, por que deveríamos grafar estado?
Cidadãos são a essência da nação e o estado e seus funcionários (permanentes ou temporários) são (ou deveriam ser) apenas mandatários dos cidadãos.
No Brasil atual, isso é simplesmente ridículo, pois o estado, além de não cumprir suas funções elementares, só rouba e espolia a nação e seus cidadãos. Não merece qualquer respeito!


estado: conjunto de instituições que controlam e administram uma nação.

nação: agrupamento político autônomo que ocupa território com limites definidos e cujos membros, ainda que não necessariamente com a mesma origem, língua, religião ou raça, respeitam instituições,leis e constituição.

cidadão: indivíduo que, como membro de um nação, usufrui de direitos civis e políticos garantidos pelo estado e desempenha os deveres que, nesta condição, lhe são atribuídos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Freeman:
ótimo post. A coisa é por aí. Enquanto tivermos um Estado perdulário que enriquece a Corte, estaremos sempre pagando a conta através de tributos injustos.
Grande abraço do

Aluízio Amorim
http://oquepensaaluizio.zip.net

Saramar disse...

Este último parágrafo fecha com muita sabedoria seu excelente artigo.
E os dados do gráfico demonstram o quanto o último governo avançou sobre o bolso do cidadão.

beijos