39 ministérios inoperantes...
Dezenas de tributos
absurdos...
centenas de órgãos
burocráticos desnecessários...
Milhares de normas
irracionais...
20.000 cargos políticos “de
confiança”...
6.28 milhões de funcionários
públicos...
3.000 (dos 5.500) municípios
sem autonomia financeira...
Aonde iremos parar?
Quer mais?
Um singelo exemplo do que a
burocracia brasileira é capaz:
Em Julho, o Diário Oficial da União publicou a
nomeação de uma servidora do
Ministério da Micro e Pequena Empresa para ocupar o cargo de: “coordenador
da Coordenação da Coordenação-Geral de Serviços de Registro do Departamento de
Registro Empresarial e Integração da Secretaria de Racionalização e
Simplificação.” Realmente, não
há limites para o ridículo.
Em recente artigo, com justa razão, lembrou o ex-ministro
Maílson da Nobrega, da necessidade de se reduzir os enormes custos de transação
associados às áreas trabalhista, tributária e ambiental.
Didaticamente, menciona os renomados economistas Ronald
Coase e Douglas North, além de John Wallis, (laureados com o prêmio Nobel de
1991 e 1993) justamente por suas virtuosas contribuições que, em resumo,
concluem: quando elevado, esses custos inibem fortemente o crescimento
econômico.
Pesquisaram e demostraram esses economistas que custos de
transação equivaliam a mais de 50% do PIB americano. (imaginem no Brasil!)
Assim, construir instituições para reduzir os custos de transação é essencial
para se ganhar produtividade e expandir a economia (coisa que político algum
demonstra conhecer).
Custos de transação transcendem
a burocracia.
O sistema tributário brasileiro tornou-se nas últimas
décadas, provavelmente, a maior causa do aumento de custos de transação.
O manicômio tributário gerado por políticas irresponsáveis e
burocratas em busca de poder, é inigualável em qualquer outro país. O processo
de preencher documentos, escriturar livros e prestar informações – mesmo
digitais – gera, além do seu próprio ônus, gigantescos custos em outras
instâncias, como nas batalhas judiciais. Além da insegurança jurídica que afeta
diretamente a disposição para o investimento.
Na área trabalhista nossa anacrônica legislação, regula
quase tudo no mercado de trabalho. Têm origem na arcaica idéia de que o
trabalhador não sabe se defender e precisa da proteção do Estado. Além do
desperdício de tempo e recursos dessa genuína pérola brasileira é a grande
incentivadora do litígio e da usurpação. São mais de 3 milhões de causas por
ano (contra mil no Japão). Isso gera outros enormes custos de transação e
incertezas, que além de desestimular a própria geração de empregos, têm
consequências perversas na economia nacional e na competitividade das empresas.
São muito piores que a própria burocracia dos processos.
Uma terceira causa é o licenciamento ambiental.
Segundo a CNI, as licenças, seja de um posto de gasolina,
seja de uma hidroelétrica, estão sujeitas a outro emaranhado de 30 mil normas,
a maioria confusas, sobrepostas e carentes de racionalidade. É um processo
kafikiano, cujo objetivo prático não é proteger o meio ambiente, mas sim criar
dificuldades para vender facilidades.
Para enfrentarem essas três áreas, no Brasil, empresas e
indivíduos despendem uma enormidade de recursos com advogados, contadores e
pericias técnicas.
São custos de transação que consomem enormes somas de tempo
e dinheiro que poderiam ser muito melhor utilizados nas atividades produtivas.
Gerariam mais empregos e mais tributos
pela elevação da eficiência e da competitividade.
Se a sociedade produtiva conseguir vencer esses cancros
parasitas – criados e mantidos pelo Estado -
será como descobrir uma mina inexplorada em ganhos de produtividade.
Nota:
Almir Pazzianotto, Everardo Maciel e Maílson da Nóbrega são
nomes que dispensam apresentação e que, nos últimos anos, assinam bons e
racionais artigos nas suas áreas de especialidade.
A pergunta que não quer calar é: Por quê, quando
governo, esses ilustres cidadãos e bons
técnicos não aplicaram a racionalidade ou propuseram as mudanças que hoje
pregam?
- Rafael Jordão M. Vecchiatti, economista Um dos coordenadores nacionais do “Movimento Brasil Eficiente”, diretor da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas), membro do Conselho Superior de Economia da FIESP.
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