terça-feira, novembro 27, 2007

Mais burrice ou outra esperteza petista?







Como quase tudo do PT, esta é uma história em que desde o início falta clareza.
Em meados de outubro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, revelou que o Banco Central e seu ministério estavam preparando a criação de um fundo soberano do Brasil.
Apenas para quem está chegando agora, fundo soberano é um patrimônio em moeda estrangeira, em geral, aplicado fora do país. Em um bom número de casos tem a função de impedir que um excesso de moeda estrangeira pressione o câmbio interno e, assim, valorize demais a própria moeda. É, por exemplo, a situação dos fundos do Chile e da Rússia. Em outros casos, procura rentabilidade melhor para parte das reservas. Assim é o fundo da China.
A falta de clareza está nas informações passadas pelo próprio ministro Mantega, de que o fundo brasileiro incorporaria reservas administradas pelo Banco Central, a serem usadas não só para cobrir projetos de infra-estrutura como para financiar compras de ações.
No governo Itamar, o ex-ministro Delfim Netto chegou a sugerir que reservas fossem utilizadas na construção de estradas. Logo se viu que isso não faria sentido por que não passaria de esquema de financiamento de obras públicas com emissão pura e simples de moeda. Se fazem parte das reservas, esses dólares já exigiram emissão de reais feita por ocasião da aquisição desses recursos. Se fossem entregues a empreiteiras, esses dólares teriam de ser trocados no câmbio interno para pagamento de fornecedores e de mão-de-obra e, assim, estaria configurado que esses investimentos seriam feitos com emissões.
Além do mais, reservas são reservas. Não podem ser usadas em investimentos de risco. E, se são administradas pelo Banco Central, não podem ser usadas como despesa pública, ainda que de boa qualidade. Seria o Banco Central exercendo funções de fomento, algo incompreensível num organismo cuja função é defender a moeda. Por isso, a lei o proíbe. Num segundo momento, o ministro Mantega explicou que o fundo não seria constituído com reservas. Seriam recursos novos a ser em adquiridos pelo Tesouro, que os repassaria para o BNDES, que, por sua vez, os reemprestaria a empresas brasileiras no exterior.
Logo se viu que um fundo desses não exerceria a função de evitar uma excessiva valorização do real. Teria um patrimônio não superior a US$ 15bilhões, volume que o Banco Central chega a comprar em um único mês. Também não ficou claro por que o BNDES precisa de recursos públicos externos tomados pelo Tesouro. O próprio BNDES tem cacife para comprá-los no câmbio interno ou, então, para tomá-los no exterior por meio de lançamento de títulos.
Finalmente também não ficou esclarecido por que empresas como Petrobrás, Vale do Rio Doce, Gerdau e Odebrecht precisariam se endividar com o BNDES se podem tomar esses recursos a juros provavelmente mais baixos no mercado global.
Enfim, essa história está mal contada e pode não passar de um arranjo destinado a encobrir alguma bruxaria fiscal. A nova esticada do dólar tem a ver com isso.

Artigo original de Celso Ming, foi editado pelo Freeman.

terça-feira, novembro 20, 2007

"Consciência Negra" ou "Vermelha"?




A demagogia dos políticos não conhece limites. Para angariar votos e oficializar vagabundices, não há o que eles não façam...
Mas, a instituição deste feriado de 20 de Novembro tem, também, outra finalidade que explicarei mais abaixo.
A autoria desse ato de sabedoria, como não poderia deixar de ser, é do PT. Se não me engano do deputado Paulo Paim (que por sinal não é branco, nem amarelo e nem negro) e, foi sancionado pelo nosso vagabundo-mór, o sidicalista, em 2003. É mais uma das aberrações deste lúdico país. Afinal, somos um povo rico, trabalhar para que?

Recentemente o Brasil foi classificado em péssimo lugar, em termos de produtividade, entre as nações emergentes. Somos campeões em número de dias de férias e feriados. Bilhões de reais são perdidos a cada ano com o festival de ócio instituido oficialmente. Isto, do setor voluntário, privado da economia. Imaginem as perdas do setor público, que contabiliza além do ócio oficial dos feriados, os "pontos facultativos", as férias em dobro, as "licenças premio" etc.. Está aquí, aliás, uma das razões da extrema demora em tudo que dependemos da máquina estatal.

Mas, mesmo não sendo este o cerne da questão, também poderíamos perguntar: se instituíram o dia da “consciência negra” por que não o dia da “consciência branca”, e o dia da “consciência amarela”?
Por que a discriminação?
Europeus e asiáticos tiveram enorme importância na formação do Brasil atual. No mínimo, a mesma importância dos negros.
Então, qual é “essa”, dos políticos?
“Essa”, dos políticos, é o seguinte: além da maioria desavisada aprovar a oficialização de tudo que é vagabundagem e puxa-saquismo ao eleitor, o PT, especificamente, segue uma cartilha maquiavélica: dividir para governar. E, entre os vários instrumentos para isso, sancionar como feriado o “dia da consciência negra” nada mais é que uma delas, cujo objetivo final é começar a estimular o racismo para outras finalidades.
Vocês podem pensar que é exagero de minha parte...Mas não é.
O fato, isolado, não significaria muito. Mas, no conjunto de outras ações deste governo do PT, é muito relevante politicamente.

Senão vejamos, é de iniciativa do PT:

  • a crescente doutrinação marxista nas escolas;
  • a não condenação de inúmeras violações constitucionais promovidas pelo MST;
  • o decreto “Quilombola”: uma sinistra e sorrateira, mas bem articulada revolução, que se serve da bandeira da luta racial para derrubar o direito de propriedade;
  • a proximidade e os elogios de Lula a “democracia” venezuelana;
  • as aspirações do sindicalista ao terceiro mandato; etc.,etc..

    Pensem e reflitam.
    Afinal, a consciência é negra ou vermelha?

sábado, novembro 10, 2007

Suas mãos são um rio...



Suas mãos são um rio.
Passam lentas e contínuas por mim.
Distraidamente, trazem lá de longe,
o limo.
E me louvam,
e lavam,
levam as feridas que julguei eternas.
Suas mãos são um rio.
Carregam flores e perfumam a dura lida
como língua de amante.
Mansas, passeiam em mim,
seu leito de se deitar.
E nas tempestades, ai meu Deus,
machucam, abrem a terra, arrancam raízes
e, violentas, invadem recônditos,
clareando tudo
chuva, rio, chuva, rio de me tomar.

* Não há nada melhor do que ler, num sábado chuvoso, poesias. Esta, das minhas prediletas, é da nossa cyber amiga Saramar.
A foto é do Freeman.

domingo, novembro 04, 2007

Brasil: corrupção e atraso.


Poucos da classe média se apercebem do problema. O povão, analfabeto e alienado, só está preocupado em garantir a cerveja e o futebol do próximo fim-de-semana. A grande maioria dos políticos brasileiros, além de não ter a menor intenção de enxergar e aprender, só olham os próprios bolsos ou suas respectivas cuecas.

Mas, no mundo real, no jogo de gente grande, o Brasil perde. E perde muito!
A quadrilha de analfabetos que dirige a nação, só sabe fazer proselitismo e demagogia, em relação a onda econômica positiva que varre o mundo.
Mas, de fato, não enxergam um palmo adiante do nariz. Estão perdendo – mais uma vez - uma oportunidade de ouro.

Assim como a História, a economia também não perdoa. No cenário mundial, no grande ringue da competição das nações, sobressaem os mais fortes, os mais preparados, os mais dinâmicos. O prêmio não é um simples troféu e um bonito diploma entregues num jantar festivo.
Nesta guerra de gente grande, os lugares de destaque significam, em última análise, a prosperidade de povos inteiros. Não é apenas estar incluído no rol das instituições mais estáveis e éticas, ou na lista das maiores corporações, ou dos grandes inventos, e outras conquistas importantes. É plantar, evoluir, consolidar e assegurar o futuro de gerações. Esta seria a verdadeira "política social".

É isso que os políticos brasileiros e, diga-se de passagem, raros sul-americanos conseguem enxergar ou pôr em prática. Raríssimos pensam a longo prazo. Preferem gastar na "bolsa esmola" e manter os seus currais eleitorais, do que criar bases para a autêntica prosperidade.

Dá para consertar?
Condições para isso o Brasil tem. Temos um mercado interno; um setor produtivo dinâmico e amplo; um grau de sofisticação e capacidade de inovação do setor empresarial muito positivos. É verdade que obtivemos isso a duras penas: apesar dos governos, apesar das instituições não-confiáveis e, apesar da sua corrupta burocracia.
Mas, poderíamos ter alcançado isso há 50 anos, ou há duas gerações... afinal, quem liga?

No entanto, ao invés de avançar na classificação dos países competitivos, recuamos. Por quê?
“Nossos indicadores mostram uma falta generalizada de confiança nas instituições públicas, causada pela falta de ética e à ineficiência burocrática” nos informa Irene Mia, responsável pela América Latina na edição 2007 do Relatório de Competitividade Global, do Fórum Econômico Mundial”.
Outro dado grave é o sistema educacional. Só conseguiremos utilizar todo o nosso potencial competitivo quando equacionarmos esse problema.

Entre outros agravantes do nosso atraso competitivo estão: os entraves burocráticos que tolhem em grande monta a atividade empreendedora; o impacto negativo da corrupção generalizada envolvendo “autoridades brasileiras”; os desmandos na gestão do dinheiro público, que acaba comprometendo a infra-estrutura do país; a legislação trabalhista que coloca o país como campeão mundial de processos legais, nesta área; e a própria morosidade do sistema judiciário brasileiro.

A classificação brasileira é, mais uma vez, ridícula. Entre 131 economias analisadas, o Brasil está em 72º lugar! Estão à nossa frente os outros 3 membros do chamado “BRIC”, China, (34º), Índia (48º), Rússia (58º), países que pelas suas características atuais competem diretamente conosco.
Na América Latina estão na nossa frente: o Chile (26º), Porto Rico (36º), México (52º), Panamá (59º), Costa Rica (67º) e Colômbia (69º).

Entram nessa avaliação 12 itens:
Instituições; infra-estrutura; estabilidade macroeconômica; saúde e educação primária; educação superior e treinamento; qualidade de mão-de-obra; eficiência do mercado e tamanho do mercado interno; sofisticação do mercado financeiro; preparo tecnológico; sofisticação empresarial e inovação.
Não há dúvida de que, em alguns desses parâmetros, a posição brasileira é boa. Entretanto, o que vale é a média do conjunto.

Elaborado com o objetivo de identificar os principais fatores que determinam o crescimento econômico e, explicar por que alguns países têm mais êxito que outros, o relatório do WEF tornou-se uma fonte de informações determinante entre as grandes corporações e mesmo instituições multilaterais, quando essas pretendem investir num país.

Ao invés de irem à FIFA em grande (e ridícula) comitiva, expondo-se vossas excelências à verdadeira essência de suas políticas públicas, ou seja: “para o povo pão e circo”, nossos governantes deveriam estar estudando, atentamente, as conclusões desse importante relatório econômico para pô-lo em prática e, assegurar às gerações futuras um nível de vida melhor e mais digno.