terça-feira, junho 30, 2009

Honduras, quem deu o golpe?



O presidente deposto, depois de eleito pelo partido liberal tornou-se chavista.
Tendo em vista a eleição de novembro, propôs alterar a constituição do país para concorrer à reeleição. A proposta foi rejeitada pelo Congresso local. Ignorando o Congresso e as normas do sistema representativo (pelo qual foi eleito) o presidente resolveu convocar um plebiscito, uma consulta “direta as ruas”. Tal convocação foi considerada ilegal por todos: do Ministério Público, ao Superior Tribunal Eleitoral e o próprio STF hondurenhos. O presidente Zelaya simplesmente ignorou a todos e manteve o plebiscito.

O amigo Chavez, da Venezuela, mandou confeccionar as cédulas, as urnas e as enviou para Tegucigalpa, numa intervenção simplesmente alarmante nos assuntos internos de Honduras. E ainda insultou as autoridades constituídas do país. O presidente Zeyala ainda teve a ousadia de ir receber pessoalmente, no aeroporto, o material enviado por Chavez, e o distribuiu através de uma frota de táxis contratados...

Em vista disso, o Supremo Tribunal Federal de Honduras determinou a prisão do presidente e deu posse ao presidente do Congresso, na forma da Constituição. Apesar das notícias não estarem claras, perguntamos: Quem, afinal,foi o golpista em Honduras?



Comentário do dia 29/6 do Instituto Liberal – por Roberto Fendt.

quinta-feira, junho 18, 2009

Os valores do Presidente.




Do aprendiz de tirano, o iraniano Mahmoud Ahmadinejad, ao consagrado dinossauro cubano, Fidel Castro; dos escolados larápios: Delúbio Soares e José Dirceu, ao decano da desfaçatez e mestre enrustidor, senador Sarney, passando por uma vasta gama de personagens, atos e idéias erráticas e duvidosas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vacila quando se trata de assumir a defesa do indefensável.

São tantos e tão repetidos os casos, que já se configura um padrão: se a questão em pauta envolve conduta de civilidade ou valores éticos, Lula entra no assunto pelo lado errado, para dizer o mínimo.

A Venezuela, sob o tacão de Hugo Chávez, na personalíssima versão do presidente brasileiro tem “democracia demais”. No auge do escândalo da farra das passagens aéreas no Congresso Lula entrou em cena perguntando “qual é o crime?”, para acusar de “hipócritas” os indignados.

Igualmente farisaicas, na opinião dele, são as restrições impostas pela Justiça à ação do poder público em períodos eleitorais, as exigências da legislação ambiental, a fiscalização do tribunal de contas, as manifestações de magistrados e tudo o mais que lhe cause desagrado ou lhe imponha limites aos movimentos.

São inúmeros os registros de afagos do presidente em gente cuja folha corrida faria bonito naquela antiga lista dos “300 picaretas”, bem como é recorrente o esforço do chefe da Nação em atenuar o sentido nefasto de atos por ele outrora batizados de “maracutaias”.

A defesa em rede nacional, da prática do caixa 2 em campanhas eleitorais como algo natural, por usual, é de todos talvez o mais eloqüente. Consolidou o lema do “todo mundo faz” e conferiu aceitação à tese segundo a qual política eficaz só se faz com as mãos na lama.
Por essas e muitas outras que a memória joga fora, não surpreende a defesa do Senado feita nos habituais termos de elogio ao mau combate.

Ainda assim, a declaração impressiona pela ausência de autocrítica, pelo raciocínio deformado, pelo desrespeito a valores universais de civilidade e, por que não dizer, pela falta de amor próprio e senso de preservação da estatura do cargo.

Por partes: “Não li a reportagem do presidente Sarney, mas penso que ele tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como uma pessoa comum”.
A fim de não se comprometer com o conteúdo dos fatos – prova que lhes reconhece a gravidade - o presidente diz não saber direito do que trata o principal assunto da política, o processo de desmoralização desenfreada do Poder Legislativo.

Não obstante o legado desconhecimento, opina. E convalida a cultura do privilégio, fere o princípio da igualdade entre os cidadãos e, ao considerar o presidente do Senado um injustiçado, revela que na visão dele uma “pessoa comum” pode ser difamada sem fundamento, mas jamais um senador.

Quando não vigiado por algum raro assessor, que lhe lembra de cuidar da língua, solta sem cerimônia, o seu espírito verdadeiro. Diz o que acredita, para o horror de uma pequena parcela de cidadãos civilizados, ainda existentes e, para o eventual deleite de uma manada de analfabetos e parasitas.

Esses, meus amigos, são os valores do presidente Lula. E o fiel espelho da sociedade que o elegeu. É o Brasil que vivemos.




O artigo original é de Dora Kramer “O advogado do diabo”. Está significativamente alterado pelo Freeman.