quarta-feira, abril 30, 2008

Responder à afronta, ao ultraje!

Não é só no Brasil que os cidadãos precisam responder a afronta, ao ultraje para contestar o comportamento leviano e irresponsável dos políticos!
Lembram do Lee Iacocca? Um famoso ex-presidente da Chysler Corporation (que a salvou, quando esta era a terceira do mundo), pois bem, o experiente executivo está hoje com 82 anos e mais ativo do que nunca. Leiam esta feroz manifestação extraída de seu recente livro com Catherine Whitney: Where Have All the Leaders Gone? Como temos observado, vivemos numa época em que o mundo todo carece de verdadeiros líderes e expoentes morais, e a maioria dos cidadãos parece calar...
Mas, nos Estados Unidos, alguém de peso, já está pondo a boca no trombone. Vejam os termos usados...Certamente não são para contemporizar ou fazer média, como vemos com freqüência aquí no "Bananão".




OUTRAGE!

Am I the only guy in this country who's fed up with what's happening? Where the hell is our outrage? We should be screaming bloody murder. We've got a gang of clueless bozos steering our ship of state right over a cliff, we've got corporate gangsters stealing us blind, and we can't even clean up after a hurricane much less build a hybrid car. But instead of getting mad, everyone sits around and nods their heads when the politicians say, "Stay the course."

Stay the course? You've got to be kidding. This is America, not the damned "Titanic".
I'll give you a sound bite: Throw all the bums out!

You might think I'm getting senile, that I've gone off myrocker, and maybe I have. But someone has to speak up. I hardly recognize this country anymore.

The most famous business leaders are not the innovators but the guys in handcuffs. While we're fiddling in Iraq, the Middle East is burning and nobody seems to know what to do. And the press is waving 'pom-poms' instead of asking hard questions.That's not the promise of the "America" my parents and yours traveled across the ocean for. I've had enough.
How about you?
I'll go a step further. You can't call yourself a patriot if you'renot outraged. This is a fight I'm ready and willing to have.

The biggest "C" is Crisis! (Iacocca elaborates on "nine Cs of leadership", crisis being the first.)

Leaders are made, not born. Leadership is forged in times of crisis. It's easy to sit there with your feet up on the desk andtalk theory. Or send someone else's kids off to war when you've never seen a battlefield yourself. It's another thing to lead when your world comes tumbling down.

On September 11, 2001, we needed a strong leader more than any other time in our history. We needed a steady hand to guideus out of the ashes. A Hell of a Mess So here's where we stand. We're immersed in a bloody war with no plan for winning andno plan for leaving.

We're running the biggest deficit in the history of the country. We're losing the manufacturing edge to Asia, while our once-great companies are getting slaughtered by health care costs. Gas prices are skyrocketing, and nobody in power has a coherent energy policy. Our schools are in trouble. Ourborders are like sieves. The middle class is being squeezede very which way. These are times that cry out for leadership.

But when you look around, you've got to ask: “Where haveall the leaders gone?" Where are the curious, creative communicators? Where are the people of character, courage, conviction, omnipotence, and common sense?

I may be a sucker for alliteration, but I think you get the point.

Name me a leader who has a better idea for homeland securitythan making us take off our shoes in airports and throw awayour shampoo? We've spent billions of dollars building a hugenew bureaucracy, and all we know how to do is react to things that have already happened.

Everyone's hunkering down, fingers crossed, hoping it doesn'thappen again. Now, that's just crazy. Storms happen. Dealwith it. Make a plan. Figure out what you're going to do the next time.
Name me an industry leader who is thinking creatively about how we can restore our competitive edge in manufacturing. Who would have believed that there could ever be a time when"The Big Three" referred to Japanese car companies? How did this happen, and more important, what are we going to do about it?

Name me a government leader who can articulate a plan forpaying down the debit, or solving the energy crisis, or managingthe health care problem. The silence is deafening. But these are the crises that are eating away at our country and milking the middle class dry.

I have news for the gang in Congress. We didn't elect you to sit on your asses and do nothing and remain silent while our democracy is being hijacked and our greatness is being replaced with mediocrity. What is everybody so afraid of? That some bonehead on Fox News will call them a name? Give me abreak. Why don't you guys show some spine for a change?
Had Enough?

Hey, I'm not trying to be the voice of gloom and doom here. I'm trying to light a fire. I'm speaking out because I have hope I believe in America. In my lifetime I've had the privilege of living through some of America's greatest moments. I've also experienced some of our worst crises: the "Great Depression","World War II", the "Korean War", the "Kennedy Assassination",the "Vietnam War", the 1970s oil crisis, and the struggles ofrecent years culminating with 9/11.

If I've learned one thing, it's this:"You don't get anywhere by standing on the sidelines waiting for somebody else to take action. Whether it's building a bettercar or building a better future for our children, we all have a role to play. That's the challenge I'm raising in this book. It'sa call to "Action" for people who, like me, believe in America. It's not too late, but it's getting pretty close. So let's shake off the crap and go to work. Let's tell 'em all we've had "enough."

Make your own contribution by sending this to everyone you know and care about. It's our country, folks; and it's our future. Our future is at stake!

Se quizer ver o restante do artigo acesse:http://www.stumbleupon.com/demo/?review=1#url=http://www.informationclearinghouse.info/article17516.htm



Editado e sublinhado pelo Freeman.

domingo, abril 13, 2008

Deserto moral - encorajando o perfil do ditador.


De um lado, tome-se a submissão dos partidos aliados; de outro, observe-se a oposição sem conseqüência dos adversários; junte-se a isso a omissão de gente, outrora, representativa da sociedade e fica fácil compreender porque o presidente trata a tudo e a todos com suprema arrogância.

Interpreta a lei à luz de sua conveniência; altera os fatos conforme seu interesse; ataca aos desaforos todo e qualquer contraditório; substitui o debate pela agressão verbal; enerva-se se os Poderes Legislativo e Judiciário não se comportam como linhas auxiliares de seus projetos e, só convive bem com a obediência e a reverência.

As vozes que se poderiam materializar um contraponto a Lula optaram pelo silêncio. Alguns, como os movimentos sociais, o sindicalismo e os estudantes, renderam-se à cooptação, ou porque são farinha do mesmo saco, ou porque se beneficiam de alguma forma. Outros, como a universidade e o mundo da cultura, abriram mão do exercício da crítica - por amor a verbas federais, a preguiça ou a intimidação ideológica.

Os políticos certamente o fazem por cálculo. Os aliados ficam ali, achando tudo uma maravilha enquanto podem desfrutar de uns nacos de poder que Lula concede para deleite da fisiologia.
Os da chamada oposição não querem "bater de frente" com a popularidade de Lula e limitam sua atuação à discreta indignação. Não produzem um só fato, como fazia o PT quando estava no outro lado do balcão e, em geral, auxiliava a imprensa nas denúncias dos malfeitos e, nas comissões de inquérito, trabalhava duro nas investigações. Acabava pautando o noticiário.

Hoje ocorre o contrário: a oposição é pautada pela imprensa. Vai e volta ao sabor do que é publicado nos jornais e revistas ou divulgado na televisão.
A indolência é o padrão. Quem ousa pôr alguns pingos em determinados is é apontado como radical ou desviante funcional.
É o exemplo do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Marco Aurélio Mello, convidado a "meter o nariz" em outras bandas por registrar o potencial de ilegalidade eleitoral em atos presidenciais.

Quando, e se, alguém resolver dizer ao presidente da República metade do que ele diz a respeito de quem lhe faz doer os calos, aguarde-se: haverá uma enxurrada de críticas à "ofensa" ao símbolo maior da República.
Que o símbolo não se conduza à altura da majestade do cargo não abala nem mesmo aqueles que poderiam ter interesse pragmático em dizer umas verdades, pois terão de enfrentá-lo na próxima eleição presidencial. Não (queira o bom senso) como candidato, mas como cabo eleitoral privilegiado.

Aécio Neves faz o conciliador, José Serra enfia a cabeça nos afazeres! paulistas e os outros ficam igualmente na muda, só que esperando poder contar com as bênçãos do grande personagem mais à frente.
São ações táticas, movidas pelo oportunismo.

Aliás, nesta terra tupiniquim, tirando o fato de que uns passaram a achar Lula um gênio depois que se elegeu presidente, alguns viraram discípulos da capacidade dele de transitar incólume no mar de lama e outros, poucos, o consideram responsável pelos retrocessos na política, mas não dizem isso em público, e ninguém entre os políticos que pretendem governar o País diz o que realmente lhe vai à alma - se é que vai alguma coisa.
Apesar da campanha ativa do sindicalista mor, a raquítica oposição, sob a justificativa de que "é cedo" para abrir a sucessão, se cala ou tergiversa, e todos acabam por resumir o cidadão brasileiro a um objeto de produzir votos, a quem se deve falar apenas quando a eleição chegar e, ainda assim, de acordo com o figurino adequado à conveniência da ocasião.

Enquanto isso, o País fica condenado à mediocridade política; à servidão oportunista; ao caos ético e moral. Se Lula reina soberano, não é apenas por habilidade de visão nesta terra de cegos. É, sobretudo, porque o Brasil está moralmente doente, virou uma terra de sanguessugas, de oportunistas, e de covardes...



O artigo original: Terra de Cego é de Dora Kramer. Está editado pelo Freeman.

sábado, abril 05, 2008

A quem servem as estatais?


Um grande número de políticos é contra a privatização de empresas estatais. Dizem eles que o patrimônio público não deve ir para a mão de poucos cidadãos; ou de empresas estrangeiras; ou ainda que o setor é “estratégico”; e mais blá, blá, blá...
Na verdade, o que eles não querem é perder o poder de usá-las ao seu bel prazer...Achacá-las à vontade, empregar seus parentes, etc..
Vejam o atual exemplo das chamadas elétricas: as empresas de geração e transmissão de energia.
Em 2007, com o crescimento da economia e do consu­mo de energia, as dis­tribuidoras elétricas privadas comemora­ram o melhor ano des­de que se instalaram no Brasil, no final dos anos 90. Segundo le­vantamento do jornal Valor Eco­nômico, o lucro de 17 delas so­mou R$ 11,9 bilhões, 35% acima do resultado de 2006.
E o que aconteceu com as sete estatais administradas pela Eletrobrás? Justamente o inverso. Seus pre­juízos somaram R$1,172 bilhão, com assustador crescimento de 49,7% em relação a 2006.
E você sabe: quem sempre paga o prejuízo dessas empre­sas somos todos nós, brasilei­ros, ricos e pobres. O absurdo é tão grande, que desde 2001, criaram uma taxa cobrada na conta de luz para tal fim e, cuja arrecadação chegará a R$ 3 bilhões em 2008. Dessa cifra, R$ 2,5 bilhões são transfe­ridos para cobrir prejuízos e sub­sidiar a operação dessas sete em­presas e mais uma oitava, per­tencente ao governo do Amapá.
Mas, por que as empresas privadas do setor dão lucro e as estatais grandes prejuízos, surrupiando dinheiro do contribuinte para sobreviver?
Elas já foram estaduais co­mo outras, depois privatizadas e, hoje estão sob o guarda-chu­va da Eletrobrás. Distribuem energia em Rondônia, Acre, Ala­goas, Piauí, Boa Vista, Manaus e no interior do Amazonas. A CEA, do Amapá, continua em poder do Estado por influência e poder do senador desse Estado, José Sarney (PMDB-AP), que tentou e não conseguiu fazer o mesmo com a Cemar, do Mara­nhão. Vendida para o Grupo Equatorial Energia, a Cemar saiu de elevados e crônicos pre­juízos para registrar lucro de R$180 milhões no ano passado.
O fato é que o péssimo desempenho des­sas empresas decorre de sua his­tórica submissão ao poder políti­co local. Ali mandam e desman­dam governadores, senadores e deputados com suas barganhas políticas, perdão de dívidas de prefeituras em troca de apoio de prefeitos em eleições, da não co­brança de faturas de consumo de energia de amigos e de gran­des empresas, convertidas em doações para campanha eleito­ral. E outros favores que atro­fiam, endividam e depredam o faturamento e o possível lucro das empresas. Os diretores são escolhidos a dedo por governadores e políticos, que as lotam de apadrinhados, muitas vezes sem função algu­ma. Tudo ali é armado para as empresas servirem não à popu­lação local, mas às elites e a seus partidos políticos.
Transferi-las para a Eletrobrás foi uma tenta­tiva de amenizar o problema, mas eles continuam reinando por meio do ministro de Minas e Energia e de dirigentes da Ele­trobrás e de subsidiárias (Eletro­norte, Chesf, Furnas e Eletro­sul), que eles tratam de indicar, tendo o governo federal por cúmplice. Como na recente e ex­citante disputa entre PT e PMDB por cargos de direção nas estatais federais.
Comparando o desempenho da Cemar (que atende ao Mara­nhão, região mais pobre do País) depois de privatizada com duas das sete estatais se conclui que a única solução é tirá-Ias do poder de influência das elites políticas e vendê-Ias a grupos privados. Enquanto a Cemar registrou lu­cro líquido de R$180 milhões em 2007, a Manaus Energia, que abastece só a capital do Amazo­nas, mais do que dobrou seu pre­juízo de R$ 249,5 milhões, em 2006, para R$ 544,4 milhões, em 2007. E a Ceam, que atende a po­pulação do interior desse Esta­do, não ficou atrás: seu prejuízo cresceu de R$ 283,5 milhões pa­ra R$ 464,53 milhões entre 2006 e 2007. E isso num ano excepcio­nal para o setor elétrico, em que as empresas privadas es­banjaram lucros.
Até quando vamos seguir sustentan­do a má gestão, a roubalheira e os desvarios dos políticos aventurei­ros ?




*O artigo original, sob o título: “A quem servem as elétricas”, é de Suely Caldas, jornalista e pro­fessora de Comunicação da PUC­RJ. Está editado pelo Freeman.