quarta-feira, janeiro 09, 2008

Resistindo: sendo um anticomunista radical.


Alguns leitores afirmam que gostam do conteúdo daquilo que escrevo, mas criticam a forma com a qual me expresso, muitas vezes intolerante com os inimigos ideológicos. Acusam-me de “radical” ou “extremista”, coisas que não fazem muito sentido para mim. Afinal, radical em relação a que?
Por que seria ruim ser radical na defesa da liberdade? Por que seria indesejável ser extremista no combate à tirania? Alegam que através de uma forma mais suave eu poderia conquistar mais gente com meus argumentos. Pode ser que sim. Eu li, há muitos anos, “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”, de Dale Carnegie. Um manual para políticos pragmáticos. Mas eu não sou político. Meu objetivo é sustentar com bons argumentos aquilo que considero verdadeiro. E, ser livre para falar o que penso, sem preocupação com aplausos ou com leitores ofendidos. Acredito no livre-arbítrio. Pessoas com algum bom senso e inteligência saberão o que é bom para elas.
Nosso mundo já é extremamente povoado por meias verdades e distorções semânticas. Pessoas que abusam dos eufemismos para parecerem simpáticas, mesmo que suas bandeiras sejam absurdas ou torpes...E, por fim gera-se a confusão, pela falta clareza (e coragem) de muitos debatedores que preferem agradar a gregos e troianos, a defender, verdadeiramente, suas idéias.
Um dos principais motivos para essa reação por parte dos leitores está sempre associado a minha agressividade para com os comunistas de qualquer matiz. Sim, reconheço que uso palavras duras contra eles. Mas como agir diferente tendo conhecimento dos fatos? Como alguém que sinceramente defende a liberdade deve tratar um defensor de Stalin ou Fidel Castro? Onde está o equívoco em chamar de hipócrita um notório hipócrita, como fiz no artigo sobre um idolatrado, e agora, centenário arquiteto comunista que nutre profunda admiração pelo ditador do Caribe e seu mentor, o genocida Stalin? Por mais que eu me esforce, não consigo entender esses apelos. Não vejo virtude alguma em compactuar com a hipocrisia que pretende manter certos tipos intocáveis à críticas.

Não acho razoável ter que contemporizar com quem considero parte da escória humana. Meu mundo simplesmente não funciona assim. Nele, os pingos estão nos “is” e os bois têm nome correto. O uso de eufemismos nunca me atraiu. Ser simpático com quem não presta não faz parte do meu código de conduta.
Os temas religiosos costumam desfrutar dessa aura de proteção, tratados como sagrados mesmo por aqueles que não enxergam nada de sagrado ali. Se você questionar a racionalidade de quem realmente acredita que o vinho se transforma em sangue de Cristo, ou que o corpo de Maria literalmente subiu ao Céu, você é acusado de ofensivo. A ofensa não está na crença irracional, dizem, mas naquele que mostra a irracionalidade.
O que sempre valeu para os assuntos religiosos, pretende-se se estender, agora no Brasil, também para certas posições ideológicas e políticas. Chamar um comunista de comunista, com o desdém que todo comunista merece, passa a ser visto como ofensa. Mas defender regimes assassinos e que mantém seus povos na miséria, isso pode.
Ora, não dá para aceitar! Como devemos lidar com aqueles que, se tivessem poder suficiente, nos mandariam para um Gulag na Sibéria? Como tratar imorais para quem os fins justificam quaisquer meios? Como ser tolerante com indivíduos que aceitam e incentivam o cerceamento da liberdade individual e, absurdamente, ainda preconizam a estatização dos meios de produção, apesar de todos os exemplos históricos da ruína e da miséria desses países?

O teste final que faço com todos que pedem mais tolerância e suavidade com comunistas normalmente é muito bem sucedido. Eu simplesmente pergunto se eles estão dispostos a conceder o mesmo tratamento aos nazistas. A resposta costuma ser o silêncio, pois poucos relativistas estão dispostos a ir tão longe no seu relativismo. No máximo, eles reagem com uma fuga tradicional, falando que não são coisas comparáveis, sem explicar os motivos.

Ora, por que a analogia não é válida? Por que devemos ser obsequiosos com os defensores do comunismo ou socialismo, responsáveis pela miséria dos povos, pelo cerceamento da liberdade e pelo extermínio de milhões de pessoas, mas devemos ser intransigentes com os nacional-socialistas? Por que tratar com respeito imerecido os seguidores de Lênin, Stalin, Pol-Pot, Mao ou Fidel Castro, mas abominar os seguidores de Hitler, farinha do mesmíssimo saco!
Por que defender a proibição do uso da suástica como símbolo, mas aceitar, até mesmo em partidos oficiais, a foice e o martelo, ícones do regime mais nefasto que já existiu? Nunca obtive uma resposta com argumentos decentes. E quem deseja respeito por suas idéias, deve apresentar um bom motivo para tanto, ou seja, argumentos embasados, fatos verídicos avalizados pela História.
Portanto, pretendo continuar sendo um anticomunista “radical”, ou seja, intransigente com aqueles que odeiam a liberdade individual. Lembro do alerta de Karl Popper: “Não devemos aceitar sem qualificação o princípio de tolerar os intolerantes senão corremos o risco de destruirmos nós próprios e a própria atitude de tolerância”.
Todo comunista é, ou um completo ignorante, ou um malandro aproveitador. Não há outra hipótese. O comunismo agride a lógica e os fatos empíricos. Um comunista inteligente, que domina o assunto econômico e político, e é honesto intelectualmente, além de íntegro como pessoa, existe tanto quanto unicórnios, gnomos e sereias.
O artigo original é de Rodrigo Constantino, está significativamente editado pelo Freeman.

Um comentário:

Saramar disse...

Concordo inteiramente com Rodrigo e com você.
Os comunistas são desonestos em sua defesa da estatização, da igualdade (qual?) e da opção pelos "proletários".
A prática demonstrou bem que só defendem seu próprio poder, mesmo à custa de milhões de vida.
Estou lendo Gulag da Anne Applebaum e a cada página fico mais indignada e bestificada co ma crueldade dos seguidores de Stalin e com a inutilidade dos seus crimes.
O mesmo se dá com Fidel, o carrasco de Cuba e a geração de mutilados morais que nele se inspiram.
Não há como não ser radical em relação a esses criminosos, se somos humanos.

beijos, feliz ano novo.