domingo, novembro 15, 2009

Apesar do PT


A capa da revista The Economist divulgada ontem deixou os petistas em alvoroço, ao anunciar que o País agora "decolou". Na foto, um Cristo Redentor alçando vôo como um foguete. O Brasil é a "bola da vez", atraindo cada vez mais atenção e dólares do mundo todo. Lula é "o cara". Talvez alguns petistas, agora, assinem a revista britânica e passem a aprender mais sobre a livre iniciativa e o livre comércio. Antes, porém, seria recomendável que eles lessem a matéria na íntegra, coisa que, provavelmente, poucos fizeram.

Sim, a revista reconhece os méritos do País. O Brasil é uma democracia, ao contrário da China. Não tem insurgentes ou disputas étnicas e religiosas como a Índia (apesar das "leis" petistas de puro estímulo à segregação). O país exporta mais que petróleo, ao contrário da Rússia.

Entretanto, a revista afirma que as melhoras foram plantadas antes, no governo anterior. Menciona a autonomia do Banco Central, (bandeira que os petistas jamais engoliram.) Enaltece a abertura comercial e as privatizações ocorridas na era FHC, (até hoje condenadas pelos petistas.) Alerta para as fraquezas existentes, como o crescimento dos gastos públicos, (coisa que os petistas advogam, pois são úteis aos propósitos eleitoreiros). Além dos investimentos baixos em educação e infraestrutura, e dos problemas da violência e da criminalidade (temas que petistas desconversam). A revista ainda ataca Dilma Rousseff, por sua insistência em negar a necessidade de reformar leis trabalhistas arcaicas.

Por fim, o editorial da "The Economist" coloca como principal risco para o País a "hubris", a arrogância desmedida, algo que lembra as bravatas de um presidente que vive afirmando que "nunca antes na história desse país" as coisas foram tão maravilhosas como agora. A revista lembra que Lula é um presidente com (muita) sorte, aproveitando o boom das commodities, que resulta do crescimento chinês e da política frouxa de juros do Fed, e também a plataforma de equilibrio, erguida pelo seu antecessor, que possibilitou esse ambiente.

Em suma, a economia brasileira vai bem a despeito de tudo que o PT acredita e representa, e não por causa disso.


* O artigo é de Rodrigo Constantino diretor do Instituto Liberal. Esta editado pelo Freeman.

imagem: The Economist / capa, 12.11.09