Criado logo no início do primeiro mandato do presidente Lula da Silva para ouvir a sociedade, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) completa cinco anos de existência sem nunca ter conseguido emplacar um só conselho.
Obviamente, dentro do governo sempre se soube que isso iria acontecer. Tirando os interessados em disseminar a (falsa) idéia de que o “diálogo com a sociedade” ocorreria por intermédio dos seus 103 conselheiros, cujas opiniões serviriam para “orientar ações do presidente”, o Conselho nasceu fadado a produzir palavras ao vento. Não que faltassem nas discussões temas importantes. Discutiu-se a respeito de tudo: as reformas essenciais; leis trabalhistas; política econômica; estrutura do Estado; estratégias futuras, etc.. Mas o fato é que nenhuma proposta produzida pelo CDES teve qualquer repercussão ou acolhimento. Os conselheiros falaram literalmente para as paredes. Os próprios conselheiros atestam o vazio dessa estrutura de aconselhamento, mas dessas reuniões sobra apenas a conta das passagens e estadia dos debatedores. Mais um dos desperdícios brasileiros...
O pior não é o custo dessas reuniões inúteis. É o custo para a sociedade de prováveis medidas sérias não encaminhadas. Isto, pela desfaçatez de um governo populista e irresponsável e que usa o tempo de muitos cidadãos para nada. Em contrapartida, é ridículo que os seus membros não percebam a atitude maquiavélica do presidente e seus assessores em manter o conselho: para afagar egos; cooptar indecisos e desencorajar adversários...É certamente pela proximidade com o poder que a maioria dessas marionetes continuam indo lá! Por vaidade, por interesse em manter contatos para solucionar questões pessoais, tudo, menos para servir à sociedade.
E, obviamente há uma fauna completa por lá.
O sindicalista da CUT Arthur Henriques da Silva Santos, acha a experiência do “dialogo social muito positiva” mas não cita uma experiência produtiva sequer.
Zilda Arns, ex-coordenadora da Pastoral da Criança elogia no conselho “a possibilidade de todos se manifestarem”. Cezar Britto, presidente da OAB, comemora o fato de acontecerem “discussões fundamentais para a sociedade”, mas reconhece um “vácuo entre produção e execução”. O presidente do Sindicato dos eletricitários de S. Paulo, Antonio Carlos Reis, gostaria que “os conselheiros fossem mais ouvidos pelo governo”.
Mas, pelo andamento das reformas da previdência, política e sindical e outros tantos assuntos de interesse da Nação, vemos na prática o quanto vale, no Congresso, a chancela do chamado “Conselhão”...
O próprio Antonio Carlos traça um quadro do mundo real: “O presidente fala, os ministros falam, o presidente sai, os ministros saem e aí ficam os conselheiros falando. Dali a pouco, todo mundo vai embora” E nada acontece, faltou ele acrescentar.
O mais estranho, aqui também na opinião do Freeman, é gente teoricamente preparada como o presidente da Fiesp, Paulo Scaf, ser entusiasta de um conselho que opera nessas condições. É um crítico de quem não entende a função de aconselhamento. “O conselho não nasceu para tomar decisões”. Para ele o papel de assessoria está muito bem cumprido. “Se alguém entende que não, é porque não entende o que é um conselho consultivo”.
De fato. É difícil entender qual a serventia de um conselho cujos aconselhamentos (nenhum, por sinal) não são levados em consideração. Skaf não esclarece este simples detalhe, mas, dá pistas à respeito de outros aspectos.
Obviamente, dentro do governo sempre se soube que isso iria acontecer. Tirando os interessados em disseminar a (falsa) idéia de que o “diálogo com a sociedade” ocorreria por intermédio dos seus 103 conselheiros, cujas opiniões serviriam para “orientar ações do presidente”, o Conselho nasceu fadado a produzir palavras ao vento. Não que faltassem nas discussões temas importantes. Discutiu-se a respeito de tudo: as reformas essenciais; leis trabalhistas; política econômica; estrutura do Estado; estratégias futuras, etc.. Mas o fato é que nenhuma proposta produzida pelo CDES teve qualquer repercussão ou acolhimento. Os conselheiros falaram literalmente para as paredes. Os próprios conselheiros atestam o vazio dessa estrutura de aconselhamento, mas dessas reuniões sobra apenas a conta das passagens e estadia dos debatedores. Mais um dos desperdícios brasileiros...
O pior não é o custo dessas reuniões inúteis. É o custo para a sociedade de prováveis medidas sérias não encaminhadas. Isto, pela desfaçatez de um governo populista e irresponsável e que usa o tempo de muitos cidadãos para nada. Em contrapartida, é ridículo que os seus membros não percebam a atitude maquiavélica do presidente e seus assessores em manter o conselho: para afagar egos; cooptar indecisos e desencorajar adversários...É certamente pela proximidade com o poder que a maioria dessas marionetes continuam indo lá! Por vaidade, por interesse em manter contatos para solucionar questões pessoais, tudo, menos para servir à sociedade.
E, obviamente há uma fauna completa por lá.
O sindicalista da CUT Arthur Henriques da Silva Santos, acha a experiência do “dialogo social muito positiva” mas não cita uma experiência produtiva sequer.
Zilda Arns, ex-coordenadora da Pastoral da Criança elogia no conselho “a possibilidade de todos se manifestarem”. Cezar Britto, presidente da OAB, comemora o fato de acontecerem “discussões fundamentais para a sociedade”, mas reconhece um “vácuo entre produção e execução”. O presidente do Sindicato dos eletricitários de S. Paulo, Antonio Carlos Reis, gostaria que “os conselheiros fossem mais ouvidos pelo governo”.
Mas, pelo andamento das reformas da previdência, política e sindical e outros tantos assuntos de interesse da Nação, vemos na prática o quanto vale, no Congresso, a chancela do chamado “Conselhão”...
O próprio Antonio Carlos traça um quadro do mundo real: “O presidente fala, os ministros falam, o presidente sai, os ministros saem e aí ficam os conselheiros falando. Dali a pouco, todo mundo vai embora” E nada acontece, faltou ele acrescentar.
O mais estranho, aqui também na opinião do Freeman, é gente teoricamente preparada como o presidente da Fiesp, Paulo Scaf, ser entusiasta de um conselho que opera nessas condições. É um crítico de quem não entende a função de aconselhamento. “O conselho não nasceu para tomar decisões”. Para ele o papel de assessoria está muito bem cumprido. “Se alguém entende que não, é porque não entende o que é um conselho consultivo”.
De fato. É difícil entender qual a serventia de um conselho cujos aconselhamentos (nenhum, por sinal) não são levados em consideração. Skaf não esclarece este simples detalhe, mas, dá pistas à respeito de outros aspectos.
Sobre a importância para si (eh, vaidade) “Me considero um membro do conselho do presidente” – para seus pares – “É uma oportunidade para as pessoas se conhecerem”.
Isto vindo de um representante dos empresários é de lascar!
E a eficácia, onde fica?
Convalidam um gasto inútil de recursos, avalizam uma propaganda enganosa e protagonizam muita conversa, para nada?
O que é isso senhor Skaf? Muitos dos conselheiros podem ser beócios, mas o senhor que representa um setor que só sobrevive se for econômico e eficaz, achar isso é demais...(ah! Esqueci: neste país muitos sobrevivem, simplesmente, por bajularem o rei).
Isto vindo de um representante dos empresários é de lascar!
E a eficácia, onde fica?
Convalidam um gasto inútil de recursos, avalizam uma propaganda enganosa e protagonizam muita conversa, para nada?
O que é isso senhor Skaf? Muitos dos conselheiros podem ser beócios, mas o senhor que representa um setor que só sobrevive se for econômico e eficaz, achar isso é demais...(ah! Esqueci: neste país muitos sobrevivem, simplesmente, por bajularem o rei).
E mais senhor Skaf: numa empresa séria, esta situaçao não duraria: Ou o conselho seria disolvido pela sua inutilidade, ou a diretoria seria exonerada por não dar ouvidos ao conselho!
Dizer que conselhos semelhantes existem em outros 70 países não justifica a questão! Pois não é sobre o funcionamento deles que se impõe uma justificativa e SIM sobre o serviço que prestam à sociedade, supostamente representada.
A secretária Esther Bemerguy enxerga nele o valor da “composição heterogênea” que não busca o consenso, mas “o entendimento” (?!?)
Dizemos nós: desde que em torno de algo com algum objetivo prático e legitimado pelo reconhecimento da sociedade.
E ainda acrescentamos: êta Brasilsinho, heim!
O artigo original é de Dora Kramer, está significativamente editado pelo Freeman.
Dizer que conselhos semelhantes existem em outros 70 países não justifica a questão! Pois não é sobre o funcionamento deles que se impõe uma justificativa e SIM sobre o serviço que prestam à sociedade, supostamente representada.
A secretária Esther Bemerguy enxerga nele o valor da “composição heterogênea” que não busca o consenso, mas “o entendimento” (?!?)
Dizemos nós: desde que em torno de algo com algum objetivo prático e legitimado pelo reconhecimento da sociedade.
E ainda acrescentamos: êta Brasilsinho, heim!
O artigo original é de Dora Kramer, está significativamente editado pelo Freeman.